A história de um jovem abolicionista que se vê obrigado a ir contra o próprio pai escravagista para defender os direitos dos negros escravos e livrá-los do sofrimento.
Inconformado, justiceiro, perfil aventureiro destemido e inconsequente.
A histór...
Pelo menos um dia no mês era a minha vez de ir ao quilombo conforme decidido na reunião, precisávamos saber como estava o novo quilombo, além do Terra Preta. Eu tinha que examinar o pessoal, nem sempre os preparados de raiz forte, mandingas, beberagens resolviam tudo.
Mal o dia amanheceu e montei no cavalo seguindo o caminho rumo ao Abayomi que significa-Nascido para me trazer alegria. Era uma viagem longa e cansativa, devagar no cavalo levava um dia inteiro e mais uma noite, era um pouco mais longe que o Terra Preta, mas era necessário descer do cavalo, para descansar, aliviar as costas, comer. Mas ainda sim, gostava de ir lá era como se fosse uma missão.
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No longo caminho estava bem atento com medo de estar sendo seguido, assim como foi uma vez com Amaranto um de nossos abolicionistas que seguia na mata e foi abordado pela guarda, ele mentiu, mentiu, despistou seguindo por um atalho diferente, mas achou melhor fazer o caminho de volta para a cidade.
Depois disso cada um que vai tem que ficar atento a cada trecho, Jawaad me ensinou observar o barulho nas matas, o canto diferente e voo de pássaros e tudo mais que possa indicar mais gente na mata.
Estava inseguro, parecia que tinha mais alguém vindo a escutar o trotar de meu cavalo vinha seguindo, se eu parasse, o trote parava também.
Quando decidi voltar, deparei-me com Kijani em um cavalo, o negro estava de tocaia esperando a minha saída e foi atrás.
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-Prepare pra encontrar com a morte "sinhozim"! Nosso acerto é hoje, agora! Disse Kijani.
-Não vou sujar minhas mãos com seu sangue, cretino! Eu disse.
Disparei-me a galope na mata e ele foi atrás furioso.
Quanto mais fazia o cavalo correr mais kijani corria também, desviava, quando olhei pra trás, estava ele na cola, peguei o atalho pra fora do caminho do quilombo entrando na mata fechada, fiz curvas e curvas, desviei, mas quando olhei o infeliz tinha me alcançado.
