-Eu vou te matar. -Gritei jogando outro vaso de folhes na direção de Camila que se agachou atrás da cômoda.
-Por nossa senhora Lauren, eu não fiz nada. -Ela disse e eu gruni jogando meu salto em sua direção. -Au droga. -Ela correu em direção à cama.
-Eu vou arrancar esses seus cabelos. -Gritei avançando em cima dela e puxando seus cabelos.
-Ai ai ai, Lauren, por favor amor, eu não fiz nada. -Gritou enquanto eu puxava seus cabelos ainda mais.
-Você me chamou de gorda. -Gritei estapeando-à.
-Eu disse que sua barriga estava enorme por causa dos bebês, por Deus Lauren. -Choramingou e eu respirei fundo parando de bater nela e senti meus olhos marejarem.
-Por que você fez isso comigo?Por que Camila?. -Comecei a chorar e Camila ajeitou os cabelos.
-Lo, eu não fiz nada amor. -Disse fazendo-me carinhos.
-Olha meu humor está abalado. -Falei sentindo as lágrimas descerem.
-Mas é assim mesmo Laur, são hormônios da gravidez, estão à flor da pele, eu entendo, mas você precisa se controlar, é a segunda vez que você tenta me matar. -Dei risada entre o choro e ela secou minhas lágrimas.
-Me desculpa Camz, eu não consigo controlar meus hormônios. -Ela sorriu e passou as mãos no meu cabelos, ajeitando-o.
-Tudo bem, só não vamos quebrar tudo da próxima. -Ela gargalhou e eu besliquei seu braço. -Au mulher.
-Vai falando mesmo pra você ver só. -Ela deu risada e franziu o nariz negando, me fazendo sorrir imediatamente e levantar para tomar um banho.
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Encarei Camila que teclava em seu notebook rapidamente, uma cara séria e compenetrada.
As vezes ela jogava os cabelos para trás e negava suspirando, depois apoiava os cotovelos na mesa e colocava as mãos na boca.
-Não pode ser. -Berrou me assustando.
Arrastou a cadeira de rodinhas para trás e pegou o celular discando algum número, me sentei devagar.
-Oi oi, é a Camila, será que podemos marcar uma reunião com o setor de empreendedorismo?...Não, eu gostaria de falar com...Robert, por favor... -À vi apoiar a mão livre na mesa e suspirar se levantando. -Robert, eu sou a porta da dona desse caralho ou não?Então me põe na porra da linha com o Darwin. -Mordi o lábio. -Caralho, quando essas pessoas vão aprender à respeitar os patrões?. -Ela me perguntou fazendo-me afundar nos lençóis.
Ela rosnou quando derrubou todos os papéis da sua mesa e colocou as mãos no rosto, suspirando e saiu do quarto xingando até os ventos.
Mordi o lábio novamente e capturei meu celular ligando para Keana.
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Passei o dia inteiro conversando com minha amiga sobre coisas aleatórias, até mesmo sobre o desenvolvimento dos bebês.
Agora eu me encontrava desolada no sofá, assistindo o documentário de uma nova empresa de petróleo que estava ganhando a reabertura.
Camila abriu a porta com uma agressividade e a fechou da mesma forma, passando como um furacão para escada, mas ainda pude ouvi-lá fungar.
Desliguei a televisão e levantei do sofá para subir as escadas. Pude ouvir Camila grunir e gritar com alguém ou com si mesma.
Ao abrir a porta do quarto, seus sapatos estavam jogados de qualquer jeito ao lado da cama e Camila estava deitada na cama de bruços, com o rosto enfiado entre os braços.
Fechei a porta com cuidado e me aproximei da cama, tocando suas panturrilhas, subindo por suas coxas até chegar em sua bunda onde apertei, o que à fez erguer a cabeça.
-Por que choras?. -Ela suspirou enxugando as lágrimas.
-Talvez eu perca tudo. -Sussurrou não me fitando.
-Perder tudo em que sentido?. -Ela negou desviando das minhas mãos.
-Não quero falar. -Murmurou se enfiando no travesseiro.
-Mas você vai. -Ordei puxando seu braço. -Eu sou a sua namorada, a mãe dos seus filhos, futura esposa, e eu não aceito que você esconda nada de mim Camila, se não se sente bem com algo, me deixe ao menos tentar te fazer se sentir bem. -Ela me encarava e então soluçou.
-Querem tirar a empresa de mim, especificamente meu pai. -Franzi a testa.
-Seu pai?Mas ele deixou você responsável por tudo. -Ela suspirou negando.
-Ele descobriu a sua gravidez de alguma forma, acho que foi mamãe que não segurou a língua, e está vindo para Londres à todo vapor, e ele vai me tirar tudo Laur, apenas porque ele acha qur tui irresponsável por ter engravidado alguém. -Sentei corretamente sem parar de fitar Camila e mordi o lábio.
-A culpa é minha também?. -Perguntei cabisbaixa.
-Não, não Lo, a culpa não é sua. -Ela disse se aproximando rapidamente. -Nós duas queríamos isso, mas ainda assim, eu conheço o pai que tenho, eu devia ter pedido para esperarmos mais para...
-E eu devia não ser idiota e pedir para ter um filho com você, ah droga. -Enfiei as mãos no rosto. -Fomos duas irresponsáveis, eu ainda mais por pedir uma coisa tão séria. -Camila se aproximou de mim e me abraçou com força, me fazendo afundar o rosto em seu peito.
-Lauren, não se preocupa, não se preocupa com isso amor, deixe que eu faço isso...
-Camila tem mais dedo meu nisso do que seu, então eu também quero te ajudar a resolver as coisas. -Falei chateada.
-Mas você está grávida. -Disse baixinho.
-Estou grávida sim, mas não aleijada poxa, você fala como se eu não pudesse sair dessa cama, eu só tenho três meses de gestação Camila, posso te ajudar, me deixa te ajudar. -Ela suspirou e me encarou. -Por favor. -Pedi baixinho e ela acariciou meu rosto.
-Tudo bem, a gente consegue juntas. -Segurei sua mão que estava em meu rosto.
-A gente sempre conseguiu, e vamos conseguir novamente. -Ela assentiu e se inclinou deixando um selinho em meus lábios e outro em minha barriga por cima da blusa, sorri e ela beijou minha mão, me encarando com um sorriso.
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A Better Life - Camila Intersexual
Lãng mạnLauren tinha vinte anos, Camila vinte e dois. Lauren era apaixonada por Shakespeare, Camila também. Lauren se apaixonou pelo jeito que Camila falava, pelo modo de agir, se apaixonou por Camila. Mas as saídas sem voltas de Camila estavam ficando muit...