When Their Eyes Met - Supercorp

Bege

Nas mãos de Lena Luthor, o jornal do dia estava aberto em uma página qualquer. Os olhos da mulher estavam vidrados no papel, mas a mente dela, essa estava ocupada com considerações que não diziam respeito às notícias do dia. Os pensamentos da jovem estavam todos em Kara, que tinha deixado seu apartamento no começo da manhã. Tudo o que elas fizeram foi dormirem abraçadas e ainda assim, a morena não conseguia se lembrar de ter se sentido tão feliz em anos, talvez a vida toda.

Lena tinha sido atingida por uma enorme onda incerteza e medo quando a repórter a contou sobre acontecido do bar, mas depois que a loira a beijou, o resto do mundo pareceu desaparecer e todas as outras coisas se tornaram altamente desimportantes. A bilionária não era ingênua ao ponto de alimentar a ilusão de o que viria pela frente seria tranquilo ou fácil, no entanto, pelo menos por agora, ela decidiu focar no presente e deixar os acontecimentos decorrem naturalmente.

Com essa ideia na cabeça, a Luthor mais nova foi em direção ao guarda roupa e escolheu um vestido para usar. Ela precisava distrair a mente por um tempo, mesmo que as lembranças da noite passada fossem ótimas e porque por mais que odiasse admitir, a morena estava tanto entediada. Para falar a verdade, embora não tivesse a mínima pretensão de voltar para a antiga casa e realmente amasse ter o próprio lugar para morar, o tédio tinha se tornado uma companhia constante na vida de Lena depois que essa deixou a mansão. Ao menos lá, a mulher tinha um número maior de distrações e companhia frequente.

Talvez fosse interessante procurar um hobbie, a morena pensou, ou melhor ainda, talvez agora ela finalmente pudesse ter um emprego. Trabalhar seria bom para ela, certo? Lena não podia passar vida inteira sendo amparada pelo dinheiro da Luthor-Corp. Bem, na verdade ela podia, mas não queria.

Uma vez que sua consciência começou a divagar demais sobre as oportunidades de emprego que seu leque de habilidades podia oferecer, a bilionária cortou seus pensamentos de novo. Ela não decidiria o curso da sua vida estando com fome, Kara havia dito a ela uma vez que nenhuma boa decisão era feita de barriga vazia e a loira provavelmente estava certa. Por isso, optou por ir andando até um restaurante próximo ao seu apartamento, a caminhada por si só já serviria como uma distração momentânea para ela.

Lena então terminou de se arrumar e pegou sua bolsa, ela se dirigiu para a porta, abrindo-a enquanto cantarolava uma música que gostava. Em sua distração, a morena quase esbarrou violentamente em Lionel Luthor com uma mão estendida e pronta para tocar a campainha.

A boca da mulher abriu em surpresa e ela permaneceu assim por alguns segundos. Aquela era a primeira vez que seu pai a fazia uma visita desde que tinha se mudado semanas atrás.

– Pai – ela pigarreou – Já faz um tempo.

Ele assentiu.

– Se você não vai até a mansão, eu tenho que vir até você.

– Desculpe – Lena disse, ela se sentiu um pouco culpada.

– Tudo bem.

– Por favor, entre – a mais nova falou em um tom tanto mais formal do usaria com outra pessoa. Lionel tinha uma espécie de aura que demandava cordialidade e, embora fosse sua filha, Lena não conseguia agir de forma diferente.

– Não precisa – ele balançou a cabeça em negação – Na verdade, eu vim aqui para te buscar para almoçar na mansão, eu tenho algo para contar para toda a família.

– Suponho que seja muito importante e que eu não possa recusar.

Lionel deu um sorriso contido.

– Correto.

– Bem, então vamos.

Os dois foram juntos para mansão no carro de Lionel, o homem dirigiu em silêncio até a casa, se recusando a contar para a filha o motivo da reunião familiar. Lena ficou bastante intrigada com essa atitude porque seu pai costuma ser uma pessoa extremante direta, devia se tratar de um assunto delicado.