When Their Eyes Met - Supercorp

Vermelho

– Essa foi a última pessoa que devíamos entrevistar – James disse enquanto pendurava a câmera no pescoço e rolava os ombros em uma tentativa de relaxar as costas.

Kara e o fotógrafo tinham acabado falar com vários funcionários da Luthor-Corp envolvidos no lançamento em parceria com a Daxam-Industries. Por que a repórter ainda estava trabalhando na matéria que foi designada por Cat? Porque ela ainda não havia juntado a coragem necessária para contar para chefe que não era sobre aquele acontecimento que desejava publicar.

Embora Kara tenha passado bastante tempo escrevendo e reescrevendo tudo, a reportagem que desmascarava Lex estava praticamente pronta, apenas faltava acrescentar a cereja do bolo: a fala do CEO sobre os projetos de caridade da empresa, que ela registrou naquele dia, durante entrevista indesejada. A jovem ficou bastante satisfeita, de certo era uma das melhores coisas que já tinha redigido e, tinha a obrigação de ser, pois qualquer deslize que ela cometesse poderia dar ao irmão de Lena uma chance de questionar a veracidade das informações e escapar da acusação.

A loira sabia que o mais prudente seria contar para Cat sobre o que estava fazendo. Ao invés disso, ela estava redigindo as duas matérias e, se sua chefe resolvesse publicar a que expunha Lex seria ótimo. Se isso não acontecesse, ela a repassaria para Iris West e entregaria a outra para a CEO, como seu trabalho exigia que fizesse. Kara torcia para que mantivesse seu emprego de um jeito ou de outro, mas não hesitaria se fosse necessário escolher entre a revista ou ajudar Lena.

– Finalmente – a mulher de olhos azuis respondeu com um suspiro – Estou faminta.

James riu.

– Você almoçou com a Lena há pouco tempo atrás e eu sei que você não come pouco. Não deveria estar faminta tão cedo.

– Eu preciso de energia para me preparar para cantar no Refúgio hoje – ela rebateu – Ter dois empregos me faz precisar de energia em dobro.

– Obviamente – mais alto revirou os olhos de forma espirituosa.

Quando Kara deixou a corporação ela estava exausta. Parecia que o cansaço tinha se acumulado desde o dia anterior por conta da visita a trabalho similar que tinha feito a Daxam-Industries. Tudo o que a jovem queria era chegar em casa e fazer absolutamente nada, porém ela tinha mais um expediente.

A loira não queria deixar de cantar ainda, trabalhar no Refúgio era mais do que um emprego, era um dos momentos em que ela podia colocar qualquer coisa em segundo plano e apenas focar na música. O que Kara sentia no palco não era nada menos que mágico.

No entanto, naquela noite, a cantora não faria nenhum show.

O motivo se revelou quando Kara estava próxima de seu apartamento. Tinha acabado de escurecer e, por isso, as sombras serviam de aliadas para qualquer pessoa que desejasse se esconder.

Barulhos de passos foram o que plantaram na mulher a suspeita de que alguém a seguia e parte mais alerta de seu cérebro fez com que Kara andasse mais rápido. Entretanto, o que veio em seguida não se enquadrava mais na categoria de desconfiança, o puxão que recebeu no braço quando passava próxima a uma viela era uma certeza. Quando se deu de cara com seu perseguidor, percebeu que não era um homem que a seguia, eram três.

A primeira ação que a jovem pensou em tomar foi entregar sua bolsa, ela não era feita de aço e sabia que reagir a um assalto era estupidez. Todavia, antes mesmo que pudesse fazer isso, veio a dor.

O primeiro soco veio como um choque, rápido e certeiro. Kara não teve tempo de se recuperar antes que o segundo viesse também, dessa vez mais intenso, ela conseguiu sentir o baque se espalhar por todo seu corpo. No terceiro, a mulher tentou revidar, mas o próprio soco foi leve, impreciso, apenas uma sombra do que deveria ter sido por causa da tontura que sentia. A partir do quarto, não conseguiu mais contar tamanha era a dor que aumentava a cada instante.