Nos beijamos até dizer basta. O Jungkook beija muito bem, e sua pegada também impressiona.
Ele foi embora antes da hora da janta, quando o Namjoon ligou para ele gritando — tanto a ponto de ter dado para eu escutar.
Jungkook se manteve calmo nessa hora, e ainda mentiu sobre estar fazendo compras. No fim, se rendeu e se despediu de mim, dando a certeza de retorno.
Não soube o que dizer. Agora é outro dia e estou me arrumando para ir para o colégio, mesmo que esteja com medo de sair de casa. Tenho medo de ser sequestrada ou morta. Realmente fiquei traumatizada.
E eu recebi uma notícia péssima.
— Você vai estudar na Yushin High School. — meu pai diz.
— Quê?
— Agora que tenho condições de pagar, posso te colocar numa escola particular.
— Mas eu não quero! Eu tenho meus amigos na Hyowon! Não quero sair de lá.
— Lá só tem pobre.
— Fala quem fingia ser pobre, mas na verdade é milionário e mata gente. — digo e me arrependo no mesmo segundo, sentindo que passei dos limites. Meu pai fica furioso.
— Vá se foder, Eunbi. Eu me arrependo de ter te adotado desde o primeiro dia que fiz isso, até agora. Se isso sair da sua boca mais uma vez, ou se contar para alguém, eu faço questão de te matar, entendeu?! Eu nunca matei ninguém, mas você eu mataria! — ele reclama gritando.
— Por que não me colocou na adoção, ao invés de ter me pego para criar, então?!
— Porque eu achei que você seria uma boa companhia, e realmente foi por um tempo, mas agora eu te odeio, sua ingrata. — ele diz arrogante.
Por que palavras machucam tanto?
— Vá para a escola, vê se não teima. E vá com o motorista, ele está esperando lá fora.
— Vou a pé, não sou aleijada.
— Me obedeça! — ele se levanta como ameaça, e eu dou as costas com certo medo, saindo de casa sem falar mais nada.
Que ódio.
Olho arredor e vejo um carro preto parado na frente de casa. O vidro é abaixado, e vejo o motorista me chamando para dentro.
Dá medo...
E eu sinto que estou sendo observada.
Corro até o carro, por estar quase que amedrontada, e fecho a porta assim que entro. Realmente não teria coragem de ir a pé para o colégio depois do que aconteceu.
— Bom dia... — digo.
— Bom dia. — o motorista diz e acelera o carro.
Fico mexendo no celular. Nunca tive um chofer, isso é bem estranho. A escola é meio longe, uns quinze minutos de carro.
Meu tweet falando sobre minha vida foi apagado, e tinha a seguinte mensagem na minha DM: "não compartilhe informações pessoais em uma rede social pública".
O usuário não existe mais, a conta que comentou isso foi apagada.
Meu corpo se arrepiou pela tensão. A pessoa que comentou isso provavelmente viu os outros tweets, já que não foi só esse que foi apagado. Qualquer tweet que falasse sobre meu dia a dia tinha sido apagado.
Olho para a janela. Essa área é bem diferente da minha outra realidade... estamos chegando.
Em cinco minutos, o carro parou.
— Está entregue. Às 12:30 te aguardo neste mesmo lugar.
— Obrigada. — digo e saio do carro.
O que vou fazer nessa escola? O bullying aqui é pesadíssimo e absurdo.
Me sinto sendo observada mais uma vez, e dessa vez olho arredor. Não vejo ninguém.
Estou ficando louca. Essa semana foi traumática...
Só de lembrar das mortes que presenciei, sinto um frio na espinha. Minha cabeça ainda dói, e isso é uma merda.
Entro no campus e procuro painéis informativos para saber onde fica minha sala, e é bem longe. O estranho foi que tinham placas de proibição de porte de arma pelo colégio. Não é possível que eu não esteja coringando.
Quando toca o sinal, passo a correr até finalmente chegar na placa onde indica a turma 3-4.
Faço questão de me sentar o mais atrás possível e colocar o fone de ouvido. Aproveito para mandar mensagem ao Jackson avisando que voltei à Suwon.
— Você deve ser bolsista, não é? — uma patricinha vem tirar minha paz.
— Por que diz isso? — pergunto. — Seria um problema se eu fosse?
— Você é muito corajosa de falar assim com a garota mais popular do colégio. Se não sabe, eu sou a Yeona.
— Entendi. — digo indiferente e aumento o volume da música, fazendo questão de mostrá-la que não estou ouvindo o que ela fala.
Mas eu me surpreendi quando ela puxou o fio do meu fone com ignorância a ponto de machucar minhas orelhas.
— Ai! O que você quer?! — pergunto e puxo o fone de volta. Por sorte, ele se desconectou do meu celular, se não, teria caído no chão.
— Me respeita, sua rapariga! — ela grita, e o resto da sala olha feio para mim.
— Se você fosse popular, eu já teria ouvido falarem sobre você, mas até agora só parece uma mimada filha da puta que só quer atenção. — digo com raiva. — Se manca!
Ela fica boquiaberta.
— Você vai se arrepender disso. — diz e dá uma palmada na minha mesa, saindo com raiva e indo fofocar com os amiguinhos lá da frente.
Agora fodeu.
Uma mensagem faz meu celular vibrar.
Espero que não seja coisa ruim, porque para mim já basta.
"cuidado, os filhos de mafiosos estudam nessa escola".
Como que o Jungkook sabe que estou aqui?
- Como sabe? — é o que pergunto a ele.
- Boatos dizem que cafetões, donos de cabarés e chefes de máfia colocam os filhos aí porque pagam propina para que a escola não os denunciem. Só quem é dessa área sabe disso.
- Me encrenquei com a popularzinha aqui, quase bati na cara dela.
- Cuidado. Quem não é filho de pessoas desse tipo são chamados de "bolsistas", isso é um código. Se ela é popular, tem poder.
Olho amedrontada para a Yeona, que está me encarando. Me ajeito desconfortável na cadeira. Quando acabar a aula, vou correr daqui.
O Jackson responde minha mensagem com vários emojis festivos, o que consegue me tirar uma risadinha.
Espero que ainda não esteja apaixonado por mim, espero que ele tenha superado meu "fora", porque ele é um amigo muito especial para mim.
Avisei que iria à casa dele depois da aula. E lá, vou contar que me intriguei do meu pai. Acho que ele vai ficar chocado, porque é super próximo dele.
Mas não vou entrar em detalhes, porque talvez dê ruim para mim.
O professor entra, e a aula começa.
Hoje vai ser um longo dia.
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You're in Danger - Jeon Jungkook, Park Jimin
FanfictionEunbi é uma garota que tinha uma vida normal, até receber várias mensagens de ameaça de morte, e um certo garoto ser pago para salvá-la. Written by: jizeeri Iniciada em 31/01/2017 Concluída em 01/06/2017 Reescrita de 28/09/2022 a (...)