You're in Danger - Jeon Jungkook, Park Jimin

Capítulo 4

Eunbi's POV

— Espera... estamos em Suwon?! — pergunto depois de algumas horas.

— Sim, por que tanto espanto? — Jimin pergunta curioso.

Meus olhos se enchem de lágrimas. É a minha cidade natal. Eu nunca deveria ter saído daqui... deveria ter pedido ao meu pai para poder ficar.

— O que foi, garota estranha? — Jungkook me pergunta.

Agora ele se faz de machão... mas quando estamos sozinhos, parece até outra pessoa.

— É minha cidade. — digo e enxugo os olhos.

Não demora muito para o Seokjin entrar em uma rua sem calçamento e seguir em frente por vinte minutos. Não há outras casas por aqui, muito menos pessoas.

E ele para no fundo de uma casa no meio do nada. Acho que aqui nem pode mais ser chamado de Suwon.

— Vamos te deixar nessa casa, porque temos broncas a resolver. — Jungkook diz.

Por que eu não estava sabendo de nada? Era para terem me preparado psicologicamente antes, aish...

— Como assim? — pergunto com um medo extremo surgindo dentro de mim.

— Seria pior caso você fosse conosco, acredite. — ele continua.

— Na verdade, acho que você deveria ficar aqui com ela. — Namjoon manda a real. — Você não deveria deixar uma vítima sozinha numa casa no meio do nada. Além de que ela poderia fugir e chamar a polícia.

— Mas e a invasão? Não vou receber por isso? E outra, vocês vão conseguir desenrolar sem mim?

— Para de pensar em dinheiro, porra. A Eunbi vale mais do que isso, porque é uma operação individual só sua. — Jimin reclama. — Se achar ruim, eu fico com ela, mas você vai ter que pagar a diária de babá.

— Aish, eu fico, então. — Jungkook diz e suspira.

É... realmente eu sou só um objeto valioso, e minha vida não realmente importa para eles. Esse fato me machuca... estou com saudade de estar perto de quem me faz bem.

Só queria estar com meu pai agora.

— Então sai logo do carro, que temos muito o que fazer. — Seokjin diz, e me surpreendo, por nunca ter ouvido ele falar desse jeito.

— Qualquer coisa me falem, que vou para lá de moto. — Jungkook diz e abre a porta, segurando meu pulso para que eu saia do carro junto dele.

E quando pisamos fora da van, o próprio Yoongi fecha a porta, e o Seokjin dá ré perigosamente, seguindo o rumo até sei lá onde.

— Vem, vamos entrar logo. — Jungkook me chama e pega a chave do bolso.

Assim que a porta é aberta, o cheiro forte de mofo toma conta de toda a atmosfera próxima da casa.

Mas não demoro a entrar, aliás, estou com medo do que possa estar por vir.

Jungkook não fala muito, parece estar bolado por não ter ido com os outros. Ele vai até os fundos com passos rápidos e volta com duas vassouras, me entregando uma.

— Não quero te deixar com rinite. Vamos limpar esse chiqueiro juntos. — fala mais como uma ordem, mas não o julgo, realmente está uma situação séria aqui.

E foi isso que fizemos antes de finalmente pudermos relaxar.

Foram três horas de faxina, e o pessoal ainda não chegou. Espero que esteja tudo bem por lá.

— Vem assistir comigo... — Jungkook me chama com uma voz calma e se senta no sofá.

Eu me sento ao seu lado um pouco afastada, e incrivelmente ele se deita apoiando a cabeça em meu colo. Meu coração acelera com isso, eu não estava esperando.

O Jungkook está meio suado, pela faxina e calor, mas não consegui reclamar, mesmo que suor de outras pessoas não seja nem um pouco confortável para mim.

— N-na verdade, eu quero tomar um banho antes... — digo para me livrar dessa situação.

— Ah... então eu também vou. Tem roupas minhas aqui, vou procurar alguma que caiba melhor em você. — diz e se levanta, para a minha alegria.

Rapidamente passo as mãos para enxugar minhas pernas e o sigo para escolher a roupa, e assim que escolho, ele foi para o banheiro do quarto ao lado, me deixando bem à vontade. O Jungkook não é um cara tão ruim assim, realmente.

Quando tomei o banho e vesti a roupa que ele me entregou, incrivelmente me senti segura e um pouco feliz. Fazia tempo que eu não sentia uma mínima felicidade.

Me sentei na cama daquele quarto suíte e fiquei esperando o Jungkook aparecer. Demorou só cinco minutos para a porta ser aberta por... dois desconhecidos?!

— Q-quem são vocês? — pergunto assustada e me levanto da cama.

— Sabemos que está sozinha aqui. — um deles diz e ri, e eu sinto que vou colapsar pelo medo — Não te interessa quem somos, você nem vai se lembrar mesmo...

Eu grito o mais alto que consegui e tentei correr para me trancar no banheiro, mas eu fui segurada tão fortemente, que me faltou ar.

Mas logo um barulho de tiro é ouvido, e o cara que me segurava cai em cima de mim.

E eu gritei mais uma vez, agora, em pânico ao sentir o sangue do cara escorrer pelo meu rosto.

— Porra, os sete não estavam lá? — o cara reclama e saca a arma.

Não acredito que estou no chão com um cadáver sangrando em cima de mim.

Enquanto o Jungkook erra as balas para tentar matar o outro cara, finalmente eu consigo me desprender do morto, correndo para a quina do quarto desesperada e enxugando aquele sangue nojento de mim com a barra da camisa que estou vestindo.

Aparece mais um, que segura o Jungkook por trás antes que eu conseguisse sequer avisar. O meu herói foi imobilizado no chão de uma forma brutal.

O que eu pude fazer foi pegar a arma do bolso do cadáver o mais rápido que consegui e apontar a arma para eles, que se assustaram, e isso foi a brecha para o Jungkook conseguir se virar com habilidade e puxar o cara para o chão junto.

Aponto a arma para o outro que estava se aproximando de mim, e eu tento atirar, mas não acontece nada, me deixando em pânico.

— J-jungkook! — eu grito e fico puxando o gatilho várias vezes.

— Destrava a arma antes, porra! — ele grita, e vejo o Jungkook atirar na cabeça do que estava o imobilizando.

O cara ri e puxa a arma da minha mão, batendo na minha cabeça com o cabo dela, e juro que senti que fosse desmaiar.

Que dor.

— Você me assustou, sua puta. — ele fala para mim e me bate de novo no mesmo lugar.

Tudo fica embaçado.