You're in Danger - Jeon Jungkook, Park Jimin

Capítulo 27

Jackson's POV

— Não conseguiu convencê-la? — Sungho pergunta ao me entregar uma bolsa de gelo.

— Obrigado — coloco aquilo na minha bochecha e me seguro para não soltar sons sôfregos. Tá doendo pra porra. — Não consegui sequer falar direito com ela, dessa vez.

— Ela é inútil para mim agora, mas tem o risco dela chamar a polícia, né? Denunciando que há policiais que são cúmplices subordinados por mim, ou algo do tipo.

Analiso a situação, mas só me vem à cabeça uma única pergunta:

— Por que pagou para que a salvassem?

Sungho suspirou profundamente e juntou as mãos entrelaçadas sob o queixo.

— Primeiro, não achei que fossem entregá-la na minha casa. E segundo, achei que Eunbi ainda fosse útil, mas me arrependo amargamente. Deveria ter deixado-a morrer.

Dá para sentir a amargura da forma que Sungho fala, e não é para menos.

— Eunbi também não me é mais útil, já que não me quer por perto.

A porta da frente é aberta com ignorância, e logo vemos Maya claramente com um excesso de raiva.

— Eu vou matar aquela desgraçada! — ela grita e derruba uma cadeira. Corro para segurá-la quando a vi se aproximar de objetos mais frágeis.

Sungho está concentrado demais analisando as situações para se importar com algo.

— O que aconteceu? — pergunto. — Achei que já fosse matá-los antes, até fui proteger a Eunbi, mas parece que ninguém acreditou em mim...

— Pode ser sua putinha, ex-ficante, crush ou "a garota que te deixa na friendzone", meu chapa, mas não tem como você me impedir que eu a mate! — Maya grita e me empurra. — Me solte! — reclama, mesmo eu sequer dando indícios de pretender pará-la.

— O que Eunbi fez, dessa vez? — pergunto. — Não vou te impedir de fazer nada.

— Jungkook defendeu ela! Contaram sobre o incêndio ter sido armado e ela enlouqueceu, vocês acreditam?!

— Matem Eunbi. — Sungho chega a uma conclusão seca. — Ela descobriu, então não tem mais para que estar viva vagando livremente por aí.

— Ah, mas se eu não vou! — Maya lança aquele sorriso psicopata original, claramente gostando da ideia.

— Eu... vou pensar, mas acho que posso ajudar. — digo.

Vai ser difícil para mim, mas se Eunbi não quer ficar comigo, então não vai ficar com mais ninguém.

Vou dar mais uma chance à ela de se atar comigo. Só mais uma.

— Ah, e também quero Jungkook morto. O resto do grupo ainda me é útil, me trazem muito dinheiro com o serviço deles, então tentem não machucá-los tanto.

Olho para Maya, que desfez o sorriso.

— O quê? — ela pergunta com a voz fraca. — Eu tinha dito no calor do momento que iria matá-lo, eu não quero mais fazer isso, não.

— Dois milhões. Essa é a missão mais cara e que jamais vou precisar introduzir novamente.

— O que você ganha com isso, seu filho da puta?! — Maya pergunta se segurando para não partir para cima dele.

— Paz e diversão. Cai dinheiro de máfias todos os dias em minha conta, em um mês eu recupero essa mixaria, diferentemente de vocês, que se negarem, farei questão de declarar suas falências e em seguida mandá-los para a cadeia.

Aperto meus punhos e respiro fundo. Conviver com um merda desses realmente não é fácil, mas tenho que pensar nos benefícios, que são muitos.

— Jackson, vem. — Maya me puxa sem nem me deixar questionar nada, e fomos para o quarto mais próximo, onde ela fechou a porta e tirou a blusa, me empurrando na cama e se sentando no meu colo.

Nada novo por aqui.

Eunbi's POV

Estou na sala olhando de braços cruzados para Jungkook há alguns minutos, mas ele está tão aéreo, que sequer percebeu.

— Aqui o chá. — Jimin chega com uma xícara, e só agora o outro acorda do transe.

— Obrigada, Jimin. — digo e seguro a xícara.

— Quer dizer que mesmo você se arrastando que nem um cachorrinho para Maya, ela ficou com raiva e foi embora? — Jimin pergunta quase que como uma afronta.

— É. — responde sem sequer perceber o que havia sido dito. Está completamente hipnotizado.

— Como foi sua missão, Jimin? — puxo assunto.

— Ah, foi um roubo. Consegui mixaria em recompensa, como sempre, mas prefiro assim. — comenta. — E o Jungkook está luxando com o dinheiro da missão passada dele, né?

Olho para Jungkook.

— Não consigo usar aquele dinheiro. — diz, e arqueio as sobrancelhas. — É como se eu tivesse protegido Eunbi até o fim só por aquilo.

— Todo mundo sabe que não foi — digo. — Mas se não quiser usar, distribua.

Estou sem paciência para ele, sério.

A porta de casa é aberta com ignorância, e me assusto ao ver Maya ali. De novo, droga?

— Jungkook, eu preciso falar contigo — ela chama, praticamente ordenando que ele obedeça-a.

Ele suspira rendido e se levanta.

— Resolveu voltar a falar comigo? — pergunta, e eu olho para Jimin, que está olhando com preocupação.

Sem falar mais nada, Jungkook entra no quarto com ela.

— Jimin, papo sério.

Ele se ajeita na cadeira e olha para mim.

— Jackson disse que Maya iria me matar e levar o Jungkook junto também.

— Quê? Tipo, eu não confiaria nele, mas sobre algo tão sério, não tem como não levar minimamente a sério. — Jimin olha para a porta do quarto onde eles estão. — Não acho que ela vá matá-lo agora, não é possível.

Ele se levanta, e eu acompanho.

— Você não. Vá para meu quarto e tranque a porta e a janela. — Jimin me afasta dali.

— Mas e se ela te fizer mal?

— Não vai. Só obedeça, por favor.

Hesito um pouco, mas ele está olhando muito sério. Sinto uma preocupação enorme, mas o obedeço e vou para o quarto.

Jimin sabe o que é o melhor para mim.

Jungkook's POV

— O que aconteceu, Maya? Achei que fosse demorar mais dias para voltar a falar comigo. — me sento na cama.

Espero muito que ela não queira transar agora. Não conseguiria, me sentiria um merda.

— Quero que você se lembre do seu passado, Jungkook.

Ah, não... vai começar de novo isso.

Só com essa pergunta, minha boca fica seca.

— Para que isso, Maya? Você sabe que sempre consegue o que quer, para que você quer que eu sinta tudo aquilo de novo, poxa? Eu sou agradecido para caralho por você ter me salvo, é isso que quer ouvir?

Ela me machuca demais.

— Eu quero ajuda. Essa vai ser a missão mais difícil de sua vida, e se não fizer, você nunca mais vai ver minha cara novamente.

— Mas que porra? O que o Sungho quer que eu faça, agora? Não some de novo... por favor.

— Mate a Eunbi, e então, eu serei sua até que a morte nos separe.