You're in Danger - Jeon Jungkook, Park Jimin

Capítulo 17

Jungkook's POV

Estou feliz por tê-la de volta a mim, mas parece que quanto mais a abraço, mais machuca.

— Parece que o Taetae ainda me odeia, né? — ela diz tirando sarro dele, que só olha feio e volta a mexer no celular emburrado.

— Deixa ele. — Peço, cedendo à tentação de suas mãos que seguram as minhas.

— Vamos? — ela me puxa. Tanto eu, como todos sabemos o que ela quer fazer agora.

Mas antes, vou tentar ter uma conversa sobre isso tudo.

Ainda estou sem reação. Não sei se fico triste por ter sofrido tanto por um teatrinho, com raiva por ela ter fingido estar morta sem me contar nada, feliz por ela estar viva, ou com peso na consciência pela Eunbi, porque sei que hoje com certeza vou, no mínimo, beijar a Maya.

Se bem que eu pensei nela enquanto transava com a Eunbi, isso vai ser o de menos. Simplesmente não consegui controlar minha mente naquele dia.

Eu fecho a porta e me sento na cama, esperando que ela conte tudo o que rolou nesse tempo.

— Maya, seja sincera. Você sofreu com minha ausência? — pergunto, meu adolescente interior emergindo com força.

— Onw, Jungkookie, com certeza eu senti. — diz, dando um beijo que acelera meu coração.

Mas isso não é bom.

— Eu tenho vinte e um anos, porra. Não me trata como um garoto de dezesseis, por favor.

— E eu tenho trinta e dois, não posso te tratar como meu garotinho mais? O que aconteceu? Quatro anos nem é tanto tempo assim, Jungkook.

— Cinco. Cinco anos, Maya. Já saí da adolescência para a fase adulta. Você me deixou sozinho. Eu chorei por muito tempo, fodi pensando em você, e parece que isso não foi nada?! Como você pode ser assim?

— Eu também, Jungkook. Eu te conheci antes da vida do crime, presenciei suas fases mais importantes e te protegi bastante. Te ensinei muitas coisas sobre esse mundo, e talvez você só esteja vivo por minha causa, não acha?

— Acho... — digo, rendido.

Ela me abraça, ficando em pé entre minhas pernas e fazendo cafuné na minha nuca. Uma familiaridade que, estranhamente, me conforta.

Precisava disso há muito tempo.

— Me conta uma coisa. Você começou algum outro relacionamento na minha ausência?

— Não iria imaginar que você voltaria do caixão! — me defendo, soltando o abraço para avaliar sua reação.

E ela está... normal, eu acho?

— E você vai continuar comigo, ou com uma pessoa que acabou de conhecer?

— Como sabe se conheci a Eunbi ontem, ou há cinco anos?

Ela parece em choque com essa pergunta.

— O que você disse? Eunbi?!

— Vocês são irmãs, né? Foi isso que me prendeu a ela a princípio.

— Meu pai adotou ela para parecer ser um pai de família normal, mas na maior parte do tempo, ele ficava comigo mesmo. Ela descobriu algo?

Acho foda a vida da Eunbi ser literalmente um teatro. Ela realmente não merece isso.

— Descobriu. Ele fingiu que o seu quarto tinha sido planejado à ela, e tudo mais. O Sungho é um monstro. — Digo, ainda desacreditado que Maya está aqui, bem na minha frente.