Capítulo 6

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Giovanna estava apreensiva. Sua intuição dizia que ela não deveria ter deixado Miguel ir embora sozinho. A situação estava crítica demais, e ele era um alvo fácil. Além disso, para piorar o clima, enquanto contava à sua mãe sobre o que acontecera com a Diretora Célia, ouviu-se som de tiros bem próximo dali.

— Meu Deus! Miguel! — Giovanna gritou em desespero, correndo em direção à rua.

Dona Carmen a chamou pedindo que voltasse para casa, mas ela não deu ouvidos. Não demorou muito, um carro que vinha em alta velocidade parou diante de Giovanna. Uma das portas traseiras se abriu e alguém a puxou para dentro. No seu interior, Júlio a aguardava com um sorriso perverso nos lábios.

— Que surpresa, gatinha! Não esperava ver você tão cedo. Poupou-me de um grande trabalho. Vamos dar um passeio enquanto eu penso no que fazer com você... Ah! Esqueci-me de dizer... Sabe o seu amiguinho? Aquele magrelo metido a herói? Acabo de transformá-lo em queijo suíço... Eu avisei, não avisei?

Para Giovanna, era como se o mundo inteiro estivesse desabando ao seu redor, sendo impossível escapar. Coitado do Miguel! Meu amigo Miguel... Por que está acontecendo isso conosco? O que fizemos para merecer esse destino? O que será de mim agora?

A mãe de Giovanna assistiu de longe ao rapto de sua filha, sem nada poder fazer para impedir. Desolada, desmaiou na calçada em frente à sua casa. E agora? Que destino aguardava a sua amada filha?

💓💓💓

Os policiais que seguiam de carro o rastro dos bandidos que atiraram em um jovem, há poucos minutos, notaram a comoção dos moradores de certa rua e pararam para informar-se sobre o que estava acontecendo por ali. Mas logo perceberam que havia uma senhora sentada na calçada e que os vizinhos a socorriam, tentando convencê-la a beber um copo d'água com açúcar para se acalmar.

— O que está havendo por aqui? — perguntou um dos policiais.

— Alguém raptou a filha dessa senhora agora mesmo — respondeu uma dona.

— Como se deu isso? — perguntou o outro policial.

— Um carro parou na frente dela, ali naquela esquina, e a puxaram para dentro. Depois saíram em disparada, entrando naquela rua ali, à direita — explicou um senhor que presenciara tudo, indicando a direção em que o carro seguiu.

Nesse instante, a porta do carro de polícia se abriu e um jovem magro e abatido saiu de dentro dele, segurando uma mochila cravada de buracos. Ainda cambaleando, correu em direção à dona Carmen, visivelmente nervoso.

— Dona Carmen! O que houve? Onde está Giovanna? — perguntou ele, tremendo da cabeça aos pés.

Ao ouvir sua voz, dona Carmem levantou os olhos para ele, parecendo ver um fantasma.

— Miguel?! É você mesmo? Giovanna pensou que haviam atirado em você e saiu correndo pela rua em total desespero... Foi assim que a pegaram... — Dona Carmen desatou a chorar abraçando Miguel, que já se encontrava agachado ao seu lado.

— Se-seu guarda, o senhor poderia me deixar aqui com ela, por favor... Sou amigo da jovem que levaram... O rapto dela está relacionado à tentativa de me matarem — explicou Miguel.

— O deixaremos aqui, por enquanto... Vamos tentar alcançar aqueles bandidos, mas depois voltaremos. Precisamos de você para registrar essa ocorrência e esclarecer alguns fatos, está bem? — avisou o policial com quem falara.

— Pode deixar, seu guarda — concordou Miguel.

Assim que o carro da polícia se distanciou, Miguel abraçou dona Carmen mais uma vez e lhe garantiu que faria tudo o que estivesse ao seu alcance para trazer Giovanna em segurança, de volta para os seus braços. Embora Miguel tivesse dito ao policial que desejava permanecer com dona Carmen, não era exatamente isso o que planejava. Ele queria fazer alguma coisa para salvar sua amada. ­Mas... o quê? O que eu posso fazer?, perguntava-se ele.

Na Frequência do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora