Oi, amor!
Desculpe-me, querida. Pelo visto, adormeci...
Mas, graças a Deus, você ainda está aqui. Estamos muito distantes de casa agora... A chuva passou e as nuvens se dissiparam. Já posso observar milhares de pontinhos luminosos, como estrelas, a adornar o continente que habitamos. E, acima de nós, milhões de estrelas reluzem em glória, do modo como sempre te fizeram sentir-se maravilhada. Queria tanto que estivesse consciente para eu poder ver mais uma vez o teu sorriso...
Uma lágrima percorre meu rosto.
Enquanto dormia, estive revivendo o passado... Desde que te conheci até... Até quando mesmo?... Ah, sim! Até aquela semana em que cometi a loucura de namorar outra jovem, acreditando ser possível te esquecer. Que tolice a minha! Não gosto nem de lembrar-me disso. E nem vou mencionar o nome dela, para que você não brigue comigo... Foram dias dolorosos para nós dois. Agora eu sei. Eu poderia ter perdido você para sempre. Já imaginou? Nem sei o que seria da minha vida sem você, meu amor. Mas, felizmente, aquele namoro só durou alguns meses, talvez um ano, ou mais. Só sei que acabou pouco antes da nossa formatura, no ano seguinte.
Porém, mesmo antes disso, descobrimos uma maneira de manter a nossa amizade, provando que seria impossível algo nos separar por muito tempo. Após alguns meses sem nos falar, você não aguentou mais continuar me evitando e tomou a iniciativa, deixando um segundo bilhete no bolso do meu jaleco... Então, respondi com outro bilhete. E, antes mesmo que nos déssemos conta, isso se tornou um hábito entre nós. Além de divertido, tornou-se também uma necessidade, que, com o passar dos anos, foi mantida através da tecnologia, que progrediu muito. Como sou grato àqueles que criaram os celulares, os e-mails, as redes sociais e os aplicativos de mensagens instantâneas. Na nossa adolescência, nem imaginávamos que existiriam um dia! Deste tempo em diante, vivemos conectados, mesmo quando distantes. Hoje vejo o significado de tudo isso: você faz parte de mim e eu de você. Sempre estivemos unidos, mesmo quando a distância nos separava. Nem a morte será capaz de nos separar. Nem a morte...
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Na Frequência do Amor
Ficção GeralMiguel dos Anjos é um jovem que, como qualquer outro adolescente tímido da sua idade, passa a maior parte de seu tempo no lar, lendo livros e quadrinhos, e que, quando dorme, tem sonhos estranhos onde voa prazerosamente pelos céus. Sua vida normal s...