Capítulo 5

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➵ Chloe

Passei a noite toda a tentar escrever a merda de uma canção, mas não consegui. Toda a gente me diz que a dor de termos perdido alguém é um bom motivo para compor, porém não concordo, acho que é um beco sem saída. Nem sequer uma estrofe consegui escrever!

Desci as escadas e dirigi-me à cozinha, onde os meus pais, a Marlene e a Alex já tomavam o pequeno-almoço. Dei um beijo de bom dia a cada um deles.

- Tenho que me despachar para ir ter com o Ashton - disse a Alex.

- Só te levantas cedo para ir ter com o Ashton! - reclamou o meu pai.

- Lá isso é verdade, bem, até logo família.

Sentei-me no lugar da Alex, mal ela saiu e peguei num croissant, começando a trincá-lo.

- Então, querida? O que é que tu vais fazer hoje? – perguntou o meu pai.

- Já consegui voltar a cantar e, como escrever músicas está a ser um inferno, acho que vou reaquecer a minha voz e tentar tocar guitarra elétrica outra vez.

- Um dia destes podias cantar lá no bar como fazias antigamente... Podias tocar com o Luke, toda a gente iria gostar. Especialmente ele – disse a minha mãe, sorrindo-me.

- Não sei... Eu e o Luke não estamos muito bem, mãe, mas prometo-te que um dia destes eu canto no bar...

Acabei de tomar o pequeno-almoço, enquanto os meus pais e a Marlene tinham uma conversa extremamente interessante sobre um filme qualquer que tinha ganho um óscar que não merecia.

Como tem acontecido nos últimos dias, desligo-me completamente do mundo. Desde que contei à minha irmã o que aconteceu com o Daniel que me sinto muito mais culpada e muito mais fechada. Para não falar na dor que tenho no meu peito que não consigo tirar. Deixei de conseguir chorar por mais que tente, parece que as minhas lágrimas se esgotaram. E ainda dói mais do que antes. O pior de tudo é saber que a pessoa que me ajudava a lidar com a dor é uma das razões para a dor que sinto.

Levantei-me da mesa e dirigi-me ao meu quarto. Abri a gaveta da minha mesa-de-cabeceira e peguei num dos milhares de envelopes que lá estavam.

14 de novembro de 2012

Faz hoje exatamente três meses que já não te vejo... Tenho tantas saudades tuas, Luke, nunca pensei que fosse possível sentir tanto a falta de alguém... Também nunca pensei que iria ficar longe de ti durante tanto tempo...

Bem, tenho imensas saudades da Austrália, não só porque é o local em que estou contigo, mas porque é muito mais quente do que Londres! Parece que entrei numa arca frigorífica! Isso não é muito importante, agora. Provavelmente, nem estás interessado em saber, mas consegui vários solos no espetáculo de Natal da Royal Academy... Gostava tanto que pudesses vir assitir, mas isso nunca irá acontecer, porque nunca terei coragem de te mandar esta carta nem as que te escrevo diariamente.

Não sei se isto te importa minimamente, mas eu amo-te. Amo-te. E volto a amar-te.

Chloe.”

Muitas vezes me pergunto se alguma vez tivesse mandado uma destas cartas, se tivesse tido a coragem de o fazer, se a minha relação e do Luke seria diferente. Será que o envio de alguma destas cartas faria a diferença na confusão que a minha vida está? Quer dizer, na confusão criada por mim...

Preciso mesmo de remediar tudo isto. Eu quero o Luke de volta na minha vida. Eu preciso dele na minha vida. Não consigo viver mais um dia a pensar que ele me odeia e que não me quer ver à frente. Tenho que fazer alguma coisa para resolver isso, mas, como de costume, não sei como. Como é que eu lhe posso explicar que quero a nossa amizade outra vez? Como?!

If You Say So ➵ Luke Hemmings (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora