De Suícida a Psicopata.👽

capítulo 17

Fernanda narrando

 Já faz duas horas que eu estou observando-o, e ele não está fazendo nada de suspeito. Talvez seja só impressão a minha mesma. Talvez eu queira que ele faça, pra assim não confiar em ninguém novamente, mas não.

Meu monstro, meu estinto diz o contrário. "Ele está aprontando algo", repetem ferozmente dentro de mim. Mas o quê? O que ele está aprontando?

Já estou no tédio, ele não faz nada pow, já faz meia hora que ele resolveu levantar daquela cama, e parar de olhar pra tela do celular. Ele saiu do quarto e tudo indica que ele foi tomar banho, pelo tanto da demora.

Henrique sai sem camisa, apenas com a toalha em volta de seu quadril. Que bela visão!

Tenho que respirar fundo.
Não posso cair da árvore, não agora.

Ele está com os olhos um pouco vermelho, Parece que ele andou chorando ou o Shampoo caiu em seus olhos, espero que seja por causa do Shampoo.

Mas não está parecendo, se fosse daria apenas uma irritação, e ficaria APENAS vermelho e não, completamente inchado.
 
Mas creio que isso deve ser por causa da distância.

Eu sempre fui aquelas garotas mais caladas, mais reservadas, era difícil alguém me convidar para uma festa ou até mesmo fazer amizade comigo

~Flash back~

-Olá estranha?
Por que está ai sozinha? - Diz Heloísa olhando para mim, com um certo nojo, não a culpo até eu teria- ninguém quer ficar ai contigo né? Sabe por quê? Por que você nasceu para viver sozinha, você só é um peso morto....

-Sabe, eu tenho nojo de pessoas como você, que precisam humilhar os outros para se sentir alguém, pessoas como você são desprezíveis. Você fala, fala, fala. Mas não é melhor do que eu em nada, você pode ter muitos amigos ou pelo menos considerar eles como, mas já parou pra pensar se eles veem você como amiga? Se eles gostam realmente de tu?- nessa hora eu ganho um tapa na cara, fazendo eu machucar meu lábio-

-Tu nunca mais se atreva a falar de mim, sua garota imprestá...

Antes de ela terminar de falar, eu dou um tapa em sua cara e começo aonde eu estava

-Você é tão ridícula, patética pra ser sincera. Se um dia você estiver "presa" em uma cama de hospital, ninguém, escute bem o que eu vou dizer,ninguém irá te visitar, sabe por que? Por que eles não gostam de você, só estão junto contigo por medo. Você sabe que é verda...

-CALA A SUA BOCA SEU LIXO, SE ISSO É OU NÃO, PROBLEMA MEU. MAS eu cansei de falar, falar, falar, eu vou agora te mostrar aonde é o seu verdadeiro lugar. Um lugar de onde você nunca deveria ter saido.

Elas me agarram e me levam para uma quadra distante da escola. E me jogam no "meu lugar, segundo ela"....

O LIXO...

~Fim do Flashback~

Não sei por que me lembrei disso. Naquela época eu não tinha tanto medo de Heloisa, havia acabado de me mudar para aquela escola.
 
Sou despertada dos meus pensamentos, quando eu vejo Henrique pegar uma foto, e começar a chorar. Espera...

Chorar?

Em todos esses anos desde a primeira vez que o ví, nunca pensei ou imaginei que ele pudesse chorar.

Ele segura a foto tão forte contra o seu peito, ele a segura  como se fosse a última coisa na face da terra.

Não consigo ver, que é. Mas tudo indica que parece ser uma mulher.

Já são quase uma hora da tarde, quando Henrique é despertado de seu sono, pela empregada o chamando para o almoço.

Assim que ela se retira, Henrique entra em um quarto, acredito eu que seja o closet, coloca uma camisa e vai lavar seu rosto para diminuir o enchaço.

Essa, era a hora perfeita. Assim que ele sai, eu entro sorrateiramente em seu quarto, com muito cuidado para não fazer barulho. Quando eu pego a foto, meu coração dispara, não creio no que os meus olhos estão vendo.

Era a Heloisa, a Heloisa.

Ouço alguns passos de fora do quarto, estavam se aproximando, mas por algum motivo para. Coloco a foto ligeiramente encima da cama, mas antes de sair, instalo dois aparelos microcospicos em seu quarto.

Um era uma camera que coloquei na quina da parede, e o outro era um que capturavam sons, o coloquei de baixo da comoda.

Assim que os instalei fui direto para fora, passou se alguns minutos e a empregada de Henrique entra no quarto e o arruma.

Se ele pensa em tramar algo contra mim, eu irei descobrir. Não sou tão boba como eles pensam. Mas há uma dúvida que não quer calar; Será que ele sabe que foi eu que a matei?