Fernanda narrando:
Mais um dia.
Mais um dia tendo que aturar tudo aquilo denovo, não dormi bem a noite, senti como se tivesse uma tonelada encima do meu peito, decido me levantar e tomar um banho pra ver se esse sentimento passa...Abro o chuveiro, sinto cada gota de água na minha pele enquanto meus pensamentos estão meramente vagos e sem nexo.
Vou me trocar, visto meu uniforme, pego minha mochila e me deparo com o espelho na minha frente, eu comecei a me encarar e analisei cada parte do meu corpo, cada detalhe. E quando eu percebo, lá estava eu chorando mais uma vez, e me pergunto porque eu sou desse jeito; Tão estranha,tão feia.Meu sorriso já não é mais o mesmo. Depois daquele acidente que não foi tão acidente assim, eu me perdi, e não me encontrei.
Não converso, não sinto raiva, não sinto ódio, aos poucos tudo vai se esvaindo, e minha vontade de viver também.
Será que aquelas garotas estavam certas? Pergunto-me todos os dias, e a única resposta que vem na minha cabeça, é sim.
Eu sou um lixo? Sim. Eu sou inútil? Sim. Queria estar morta? Sim.
-Merda! - praguejo involutariamente- acabei me atrasando.
Vou correndo em direção a escola e naquela esquina, encontro aquelas garotas que deveriam estar ali matando aula ou sei lá.
- Olha quem resolveu dar as caras nao é mesmo? A ratinha ridicula que nem consegue chegar na hora.- Diz Liliane com um riso solto.
- Estou com pressa, por favor me deixem passar....- pedi já aflita, claramente nao deixariam.
ALICE:Nós temos uma punição pra pessoas desprezíveis que chegam atrasadas.
De repente, Alice pega uma barra de ferro do chão e bate em minha cabeça, fui arremessada pro chão na hora e enquanto eu estava sendo espancada ninguém ouvia meus gritos.
E eu me perguntava, "Será que eu existo? Por que ninguém vem me ajudar? Por que isso acontece só comigo?".
Os portões ja estavam trancados e ninguém iria estar naquela área até o último sinal da escola.
ISABELE: Já acabamos aqui meninas!vamos deixar essa fracassada ai, quem sabe algum mendigo a encontre.- disse com aquela voz sarcastica e debochada como sempre.
Assim sairam, me deixando desnorteada no chão, minha cabeça doía, estava na pôça com o meu sangue, e as minhas lágrimas.
Sendo assim eu me decido levantar e ir pra casa, tudo em mim esta doendo, cheguei em casa, ninguém já era o de costume, meus pais são meio ausentes na minha vida.
Vou pro banheiro me lavar, meu cabelo estava todo sujo de sangue e me deparo olhando minha cara naquele maldito espelho, parece que o peso no meu peito dobrou e eu não sabia mais o que fazer.
Nisso eu coloco as mãos na cabeca e, doeu...DOEU MUITO... mas o aquele peso diminuiu,
sem pensar muito eu olho na pia, vi as lâminas que meu pai usava para se barbear.Passei uma vez no braço, duas, tres, quatro, aaaaa não dá nem pra contar quantas vezes eu cortei e o peso diminuia, mas ele não ia embora, então eu parei.
Sentei no chão do banheiro e comecei a chorar...
CHORAR PORQUE MINHA VIDA É UMA MERDA, EU SOU UMA MERDA, NINGUEM SE IMPORTA COMIGO,NINGUEM LIGA PRA MIM,POR QUE?
Derrepente, eu passei a lâmina mais fundo, acertei meu pulso, desmaiei...
Acordei no hospital com meu pai e ele quando meu viu ele simplesmente me deu um tapa:
-Garota idiota-disse ele preocupado- o que você tentou fazer? Quase me matou de susto minha filha.- mais contraditorio, impossível.Sem muito o que dizer eu fiquei calada, e fiquei pensando em como aquela dor tava aliviando o peso, até que eu tive uma ideia surpreendente, e se eu fizesse aquela dor em outras pessoas pra esse peso ir embora?
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De Suícida a Psicopata.👽
HorrorFernanda é uma garota difícil de se lidar, por problemas no passado, ela desligará sua humanidade. Aqui vemos o que o bullying causa na vida de uma pessoa, o que a violência psicológica causa com o corpo e a mente de alguém. Como diz a terceira lei...