final.

88 13 4
                                    

Saio eufórica de casa, sinto como se o meu coração esteja saindo pela boca. Não consigo explicar a sensação que sinto aqui dentro, um frio na barriga, e quando percebo já estou suando frio.

Pego a minha moto e vou em direção ao local; a pista molhada, a adrenalina de pecorrer o asfalto, a neblina embaçando a minha visão, meu corpo está tremendo, raiva misturada com medo.

"Como pude ser tão ingênua, ao ponto de levar uma desconhecida para dentro da minha casa?", me pergunto. Mas não sei como explicar ou argumentar algo. Eu confiava nela, sentia que já a conhecia, talvez por ter convivido um período com a sua mãe, mas agora... Depois, de descobrir que tudo era mentira, não sei que pessoa teria uma mente tão argilosa para desenvolver um plano como esse.

Estaciono a moto, do lado de um  galpão abandonado, e me relembro a primeira vez que fui em um. Primeira vez que matei tanta gente, no mesmo dia e no mesmo local, minha primeira chacina.

Henrique era minha presa, e agora essa pessoa manipuladora que eu mal conheço está me caçando.

Entro nele surrateiramente, e sinto que ela já sabe que estou lá.

-Não se mecha Fernanda.

Sinto uma luz forte sendo mirada em meu rosto atrapalhando a minha visão, e em questão de segundos fui dopada."Boa noite cinderela.", escuto antes de cair ao chão.

Quando a minha consciência começa a retornar percebo que estou amarrada em uma cadeira de frente para Jack, enquanto o mesmo chama o meu nome diversas vezes.

-Fernanda, Fernanda, acorda.

Ao olhar em sua direção, o vejo deitado com a cabeça presa em uma guilhotina.

Ao olhar em sua direção, o vejo deitado com a cabeça presa em uma guilhotina

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

-Jack!-grito preocupada- o que fizeram com você?

-Isso não vem o caso agora, mas quero que você fuja o mais rápido possível.

Fico surpresa com esse pedido, como ele poderia me pedir algo como esse? Eu o abandonar? O deixa-lo aqui? Jamais.

-Ora, ora, ora. Veja quem acordou?

Escuto uma voz invadindo todo o ambiente, e um calafrio sobe em meu corpo, eu conhecia aquela voz, mas não me recordo de quem seja. Aos poucos seu corpo vai entrando no espaço, e eu começo a encherga-lo, cada curva, cada jesto, era uma fisionomia femimina.

-Vo-você?- pergunto surpresa, não imaginaria que ela estivesse viva, ou que queria o meu mal.

-Reconhece sua amiga Fernanda?-diz com certo sarcasmo, dando êfase na palavra amiga.- Quanto tempo ein?

Era a Barbara, a jovem garota que eu sempre achei uma doce menininha.

-Por quê? Por que você está fazendo isso?-tento me soltar, mas não consigo

-"Por quê?", sério que você ainda pergunta o por quê!? Garota, eu nunca gostei de você.

-Então por que se aproximou de mim, e fingiu ser a minha amiga Barbara?-Grito.

-Porque sabiamos que havia sido você que as matou. E só precisavamos de uma prova, a menor que fosse para poder te incriminar ou até mesmo te matar.

-Vai me dizer que você estava junto com o Henrique?

-Você achou mesmo que Henrique seria capaz de bolar um plano daqueles? Ou de conseguir fugir de cidade pra cidade sem nenhuma ajuda? Ingênua.

-Entendo. Então o seu plano é me matar?- com alguns esforços vou conseguindo soltar as cordas.

-Não, melhor. Vou matar ele.-fala apontando para Henrique- a única pessoa que você amou, e quero que você veja tudo.

-Vai ter que passar por mim.

Consigo me soltar e vou pra cima dela, antes de a atingir ela vai em direção a Guilhotina.

-Nenhum passo Fernanda, se não eu o mato.- diz com certa convicção.

-Fernanda,-diz Jack- vai ficar tudo bem pequena. Eu sempre vou estar com você.

-Jack, não...-uma lágrima solitária escorre pelo meu rosto.

-Eu sei o quanto você tentou, e o quanto ainda tenta. Mas tá tudo bem, eu vou sempre te amar. Não precisa ser perfeita, seja você mesmo.

-Quanta melação, credo.-diz Barbara com nojo.

-A culpa não é sua, você me protegeu e me ajudou muito, deixa eu te dar a minha vida, prefiro morrer do que te ver partir. Seja você, continue sendo você.

-Como quiser então.

Barbara puxa a alavanca, e corre para tentar fugir. Corro em direção ao Jack, e escuto suas ultimas palavras. "Eu te amo, sempre vou te amar.", seu sangue está em meu corpo, e sua cabeça está jogada no chão alguns centímentros longe do seu corpo. Aquela visão, nunca conseguirei apagar.

Barbara conseguiu, destruiu todos os meus sentimentos,  e morreu, junto com Jack toda a minha sanidade. Meu monstro estava solto, e eu não fazia a menor questão de para-lo.

Barbara iria conhecer a verdadeira dor, e eu a mataria com as minhas próprias mãos.

De Suícida a Psicopata.👽Onde histórias criam vida. Descubra agora