Capítulo Vinte e Um

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Amanda não parou de correr nenhum só instante. Suas lágrimas misturavam-se com a forte chuva que ainda caía, desde que saira da sorveteria.

Até que parou em frente a casa de Bruna e tocou a campainha. Abraçou seu corpo, ao sentir o frio lhe atingir com violência. Imediatamente a porta abriu e Bruna se deparou com a amiga toda encharcada.

- Amanda, o que houve? Por que está chorando? - Bruna perguntou, com um olhar preocupado.

Amanda não conseguia responder. Suas lágrimas não deixavam que simples palavras saíssem de sua boca. Bruna a levou para dentro e fechou a porta.

- Amiga, você está toda molhada. Vai acabar ficando doente. Vem... você precisa trocar de roupa.

Bruna a guiou até seu quarto e a ajudou a trocar as roupas molhadas por limpas e secas. Amanda mal conseguia se manter em pé, e Bruna preciosou usar toda a sua força para ajudá-la. Caminhou com ela até o sofá-cama da sala de estar da casa de Bruna e sentaram-se.

- Amanda, me diz o que aconteceu. Por que você estava nessa chuva? Por que está chorando? - Amanda enxugou as lágrimas e respirou fundo. Eram tantas perguntas que sua cabeça girava.

Ela não queria contar tudo o que houve entre ela e Brandon, mas aquilo estava sufocando-a. Não aguentava mais guardar tudo só para si. Seu medo não permitia desabafar com ninguém. E se Bruna não a entendesse? E se ela contasse tudo a sua mãe?

- É que... aconteceram algumas coisas durante esses dias... - pausou.

Os olhos de Bruna estavam presos na feição séria de Amanda.

- Isso eu sei, amiga. Até porque você está muito estranha, desde que o Brandon passou aquelas duas semanas na sua casa. Depois veio o lance do ferro velho, que até agora não entendi o por que de você ter ido até lá. - Bruna não queria ser invasiva, mas sabia que sua amiga tinha algo pra falar. - Amanda, nós somos amigas desde que me entendo por gente. Você sabe que pode me contar qualquer coisa.

Amanda sabia que isso era um fato incontestável. Bruna era uma das poucas pessoas em que se podia confiar. Fechou os olhos, respirou fundo e voltou a encarará-la.

- Brandon e eu... nós... nós... - ela tentou falar, mas as palavras não saíam.

Amanda tentava dizer, mas não conseguia. Tinha medo do que poderia acontecer se simplesmente contasse tudo que aconteceu a alguém. Até que Bruna a olhou e riu disfarçadamente, deixando-a totalmente confusa.

- Vocês estão juntos.

Amanda a encarou totalmente incrédula.

- Como você...

- Eu não sou burra e nem cega. Acha mesmo que eu não notei a forma como vocês se olham? - Amanda engoliu em seco. - O jeito como ele estava disposto a ir atrás de você e te salvar quando você estava naquele ferro velho. Não era preocupação apenas de primos, era algo mais.

Amanda sentiu um medo lhe atingir. Com certeza, aquele seria o fim ou o começo de um grande problema.

- Bruna, eu...

- Não se preocupe. Apesar de eu estar bastante magoada por você não ter me contado... - falou, colocando a mão no peito e fingindo estar magoada. Amanda riu de seu ato. - Não vou contar a ninguém.

Sentiu mil borbulhas em seu estômago.

- É sério? Não vai contar a ninguém? - perguntou, sem acreditar no que acabara de ouvir.

- Claro que não. Nós somos amigas acima de tudo, e se você não quer que ninguém saiba, eu vou respeitar isso.

Amanda sorriu e a abraçou fortemente. Eram as palavras que ela não esperava ouvir, mas que acalmaram seu coração.

- Obrigada. Que bom que posso confiar em você.

- Ok, mas chega de melodrama e me conta o que aconteceu. Por que você estava chorando? O que foi que aquele tapado do Brandon te fez?

Amanda soltou um riso abafado. Contou tudo sobre Brandon e ela. A cena do ferro velho, sobre a Charlotte e o que ela era de Brandon, ou o que voltou a ser. Não sabia bem ao certo.

Bruna lhe deu a confiança e a força necessária para desabafar tudo o que estava sentindo. Tudo que ela não aguentava mais esconder. Tudo que ela queria esquecer.

[...]

Brandon já tinha levado Charlotte até o hotel em que estava hospedada. Seus colegas de banda estavam na sala, enquanto Brandon lhes contava tudo que aconteceu.

- Caralho! Que história doida, bro. Você pegando a própria prima? Mas, por que você não nos contou antes? Nem para dividir com a gente... - Zion falou, lhe dando um soco de leve no braço.

Brandon revirou os olhos. Sentiu vontade de agredir seu amigo ao ouvir a forma como ele falara.

- Tinha que ser o Zion - Austin murmurou, lhe lançando um olhar repreendedor.

- O que foi que eu fiz?

- Será que vocês podem parar? - Zion e Austin o encararam. - Eu não contei porque não achei prudente falar sobre a Amanda e eu. Não sabia como vocês reagiriam sobre tudo isso.

- Brandon, não somos apenas amigos, nós somos brothers, cara. Sempre que tiver algum problema, pode nos contar - Nick colocou a mão no ombro dele e sorriu.

- É, bro. Sempre poderá confiar em nós - Austin interveio.

- Sempre - Edwin ergueu uma sobrancelha.

Os meninos deram um abraço coletivo em Brandon. O abraço foi tão apertado, que ele quase ficou sem ar.

- Obrigado, pessoal. Mas agora preciso encontrar a Amanda e tentar explicar isso tudo. Eu nem sei o que vou dizer.

O abraço foi se desfazendo gradativamente, enquanto Brandon pensava em como iria resolver tudo com Amanda.

- Mas você sabe onde ela está? - Edwin questionou.

- Não faço ideia. Quando eu disse que voltaria com a Charlotte, ela saiu correndo. Acho que pensou que eu falei sério...

- Charlotte... nunca gostei dela. Como você namorou aquela menina, cara? Ela é uma psicopata maluca, que é claramente obcecada por você - Austin fez um gesto estranho com a cabeça, o que fez com que Brandon soltara uma breve risada.

- Nem me fale. O problema agora é bem mais complicado.

- Quer que a gente te ajude a procurar a Amanda? Você sabe que, não somos apenas a Prettymuch, a melhor boyband do mundo... mas também somos o quinteto fantástico - Austin disse, fazendo todos rirem.

- Eu sei, senhor Porter. Mas, eu que causei tudo isso, e eu sou o único que tenho que resolver. - Todos assentiram. - E se Ana chegar aqui, não falem nada a ela. É melhor que ela não saiba de tudo o que aconteceu... vocês sabem...

- Não se preocupe, bro. Não vamos contar. Agora, vai atrás da sua priminha gostosa e resolva tudo isso - Zion falou, fazendo Brandon lhe lançar um olhar sério.

Todos da sala o encararam e murmuraram seu nome, em extrema repreensão.

- Zion, você não cansa de ser idiota, cara? Para de falar assim dela - Edwin lhe acertou um tapa atrás da cabeça.

- Desculpa, senhor defensor das almas pobres e reprimidas. Mas não deixa de ser verdade.

Brandon negou com a cabeça.

- Tudo bem, tudo bem... É melhor eu ir - Brandon disse, cortando o clima tenso formado por Zion.

- Boa sorte - Austin desejou.

- Valeu.

Brandon recebeu mais um abraço e saiu, deixando-os na sala. A chuva já tinha diminuído a intensidade. Brandon colocou uma capa de chuva transparente e saiu á procura de Amanda.

Amor Proibido • 𝐁𝐫𝐚𝐧𝐝𝐨𝐧 𝐀𝐫𝐫𝐞𝐚𝐠𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora