Capítulo Oito

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Brandon estava com a testa franzida. Sua expressão surpresa, indicava que não estava esperando por aquela ligação. Suspirou pesadamente.

- Estou bem, e você?

- Estou ótima, melhor agora ao ouvir sua voz. Por que nunca mais me procurou?

- Charlotte, o que você quer? Por que me ligou?

Sua voz vacilou um pouco. Houve uma alteração notável em seu tom.

- Eu quero te ver. Podemos nos encontrar?

- Agora não vai dar. Estou um pouco ocupado - mentiu.

- Eu acho que você não tem escolha. Ou nos encontramos, ou vou ter que contar tudo para a mãe da sua querida priminha...

Seu coração acelerou de repente.

- Do que está falando?

- Eu sei que você tem algo com sua prima, e creio que a mãe dela não vai gostar nem um pouco de saber disso... - Brandon mantinha uma expressão séria. - Em que lugar podemos nos encontrar?

Fechou os olhos e fechou sua mão em punho.

- No bar do Centro. Está bom pra você?

- Está ótimo, querido. Se não aparecer, já sabe.

Quando estava pronto para contestar, a ligação foi encerrada. Fitou a tela do celular e sentiu vontade de jogá-lo no chão.

Enfiou o aparelho no bolso, pegou as chaves de seu carro e saiu o mais rápido possível.

[...]

Brandon sentia seu rosto arder de raiva, seu sangue estava fervendo. Assim que estacionou o carro, abriu a porta e saiu.

O bar era bem conhecido e movimentado. Haviam algumas mesas distribuídas no lado de fora, juntamente com pessoas ao redor delas, conversando e bebendo.

Adentrou o bar, olhando em todos os lugares, na tentativa de avistar Charlotte. Aquele lugar estava cheio de homens mal encarados. Alguns aparentavam ter mais de 30 anos, e a maioria possuía inúmeras tatuagens pelo corpo.

Brandon evitou olhar para aquelas pessoas. Foi até o balcão e sentou-se em um dos bancos de madeira.

- Uma dose de tequila - foi o seu pedido ao chamar o barman.

Olhou para o relógio e começou a pensar que ela não viria, ou que era algum tipo de brincadeira. Logo, seu pedido chegou e Brandon virou o pequeno copo, sentindo o líquido queimar sua garganta.

Não estava acostumado a beber e raramente fazia. Mas a ansiedade que corria em seu sangue, o estava deixando fora de eixo.

Pediu mais uma dose ao barman e essa ingeriu apenas um pouco. Olhou para a entrada do bar e avistou uma mulher alta, de cabelos loiros curtos e muito bonita que estava adentrando. Ela usava um vestido vermelho, com um decote generoso e escarpans pretos em seus pés.

Começou a caminhar em direção a Brandon e seu coração disparou novamente. Á medida que andava, todos os homens a olhavam, praticamente comendo-a com os olhos. Brandon não tinha dúvidas... era Charlotte.

- Olá, Brandon - disse a bela moça a sua frente.

O garoto engoliu em seco.

- Charlotte... sente-se - Brandon pediu. Ela sentou-se do seu lado. - Você está belíssima, como sempre.

- Obrigada, querido. E você continua ainda mais gato do que a última vez que nos vimos. - Charlotte disse, encarando-o. Brandon pigarreou e prosseguiu sem olhá-la.

- Charlotte, por que você voltou?

- Eu senti sua falta. Queria muito te ver. Vai dizer que não sentiu a minha...

Brandon desvia seu rosto no momento em que a mesma ia beijá-lo.

- Por favor, Charlotte, não estou aqui pra isso. O que quis dizer com aquilo que falou ao telefone?

- Bem, como eu disse... sei sobre você e sua prima... Amanda. E antes que você pergunte como eu sei... só saiba que tenho minhas fontes. - respondeu encarando-o fixamente. - Ela é sua nova namorada, ou é apenas uma diversão passageira?

- Por que quer saber? Que interesse você tem nela? - Brandon questionou.

- Só o fato de que ela está com você, já me interessa... e muito - sussurrou.

Brandon sentiu que o ar o estava faltando.

- Charlotte, por favor. Deixe a Amanda em paz.

- O que te faz pensar que eu quero fazer mal a ela? Apenas usei a possibilidade de contar a verdade pra você vir aqui e não que deu certo - revelou com um sorriso perverso que incomodou Brandon.

Ele bebeu a bebida que ainda restara no copo. Enquanto Charlotte o fitava o tempo todo, ele encarava o copo a sua frente.

- Eu quero que a gente volte - Charlotte falou, pegando-o de surpresa.

Brandon encarou seu rosto. Seus olhos estavam fixados nele.

- Como é? Você só pode estar brincando...

- Não. Nunca falei tão sério na minha vida.

Desviou seu olhar. Não conseguia acreditar no que ouvia.

- Charlotte, o que nós tivemos ficou no passado. Pensei que já tivesse entendido e superado.

- Amorzinho, eu não consigo ficar longe de você. Sinto sua falta e sei que também sente a minha - ela começou a deslizar o indicador sobre a mão de Brandon, enquanto se aproximava lentamente dele.

Brandon rapidamente se afastou, e quando ia falar algo, uma notificação de mensagem chegou em seu celular. Sorriu minimamente ao ver que era de Amanda.

"Brandon, estamos quase chegando. Você acredita que a louca da Bruna me fez entrar em quatro lojas diferentes?... Em todo tempo que passamos aqui, não parei de pensar em você e no que houve entre nós. Precisamos conversar sobre isso."

Brandon guardou o celular no bolso.

- Mensagem dela? - Brandon ergueu seu olhar. - Não tem vergonha, Brandon? Transando com a sua própria prima... isso é tão errado.

- Chega, Charlotte. Só vou te avisar uma vez... fica longe da Amanda - disse firmemente.

- Você está me ameaçando, amor? - perguntou, incrédula.

Ele levantou-se e ficou de frente pra ela.

- Sabe que não sou de ameaçar ninguém. Foi apenas um aviso. Mas se quiser pensar dessa forma... fique à vontade. - Brandon pagou a conta e levantou-se.

Saiu do bar e entrou em seu carro. Olhou uma última vez, e pôde ver como Charlotte o fitava de longe. Seu olhar tinha algo de diferente e isso o deixava aterrorizado. Desviou seu olhar e ligou o carro, saindo a toda velocidade para o mais longe possível daquele lugar e daquela mulher.

Amor Proibido • 𝐁𝐫𝐚𝐧𝐝𝐨𝐧 𝐀𝐫𝐫𝐞𝐚𝐠𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora