Capítulo Quatorze

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Amanda, que ainda estava em seu quarto, levantou-se do chão e foi até o banheiro. Tomou um banho mais rápido do que poderia imaginar e vasculhou seu guarda-roupas, procurando por algo confortável.

Desceu as escadas, pegou as chaves do carro que estavam dentro de sua bolsa e saiu. Entrou no automóvel e pisou fundo no acelerador.

Quando estava chateada, irritada ou com raiva, entrava em seu carro, Amanda pisava fundo no acelerador e sumia na estrada. Isso, de alguma forma, ajudava a amenizar sua dor e evitava pensar demais.

Segurando firmemente no volante, Amanda tinha sua atenção na estrada. Quando uma lágrima ameaçou cair, Amanda respirou fundo e apertou os olhos, impedindo-a de escapar.

Não podia ser tão fraca. Não queria mais chorar por uma coisa que não tinha fundamento e muito menos sentido.

Pisando fundo no acelerador, ela alcançou 80km/h. Acelerava com toda a força da raiva que estava sentindo. Acelerando novamente, os 130km/h vinham rapidamente como na velocidade da luz. Mantendo seus olhos na estrada e suas mãos firmemente no volante, passou a marcha para a quarta e acelerou ainda mais.

As palavras de Brandon martelavam em sua cabeça, e a frieza como foram ditas faziam seu coração doer. Palavras que ela queria esquecer, que estavam lhe fazendo mal. Palavras que nunca queria ter ouvido.

Acelerou novamente, passando a marcha para a quinta, alcançando 170km/h. O sinal do semáforo, que estava verde, havia ficado vermelho. Amanda não pensava em parar, queria continuar até o fim.

Estava tão cega pelo ódio, que não percebeu que uma mulher estava atravessando. Seu carro estava chegando ainda mais perto, até que Amanda acordou de seu transe repentino, e pisou fundo no freio, parando bem a tempo. A mulher atravessou a pista assustada e a garota encarou o volante. Haviam algumas pessoas encarando-a assustadas com o que acabara de acontecer.

Quando o sinal ficou verde novamente, Amanda pisou fundo no acelerador. Sua raiva ainda estava grande e precisava amenizá-la de alguma forma. Tentou não pensar no que acabara de acontecer, e pisou ainda mais no acelerador, passando a marcha novamente.

Acelerou com toda a potência que o motor tinha, sentindo o vento em seus cabelos.

[...]

Quando Ana voltava para casa, trombou com Bruna no caminho. A mulher a chamou para ir com ela e quando iria recusar, lhe disse que havia comprado algumas guloseimas. Claramente Bruna não contestou depois disso.

Assim que Ana entrou, chamou por Amanda, mas não obteve resposta. Chamou mais uma, duas, três vezes e nada.

Eram quase nove horas e Ana sentia uma onda de preocupação. Amanda nunca costumava ficar tão tarde fora.

- Liga pra ela, Bruna. Estou muito preocupada - Ana falou, enquanto andava de um lado para o outro.

Bruna pegou seu celular e discou o número dela. Elas ouviram algo tocando embaixo da almofada. Era o celular de Amanda.

- Ela deve ter esquecido - Bruna disse, pegando-o.

- Aconteceu alguma coisa, Bruna. Estou com a sensação de que algo ruim vai acontecer com ela.

- Calma, Ana. Amanda é inteligente e sabe se cuidar. Tenho certeza que ela está bem - Bruna abraçou Ana, na tentativa de acalmá-la.

Embora tentasse acalmar a mulher, Bruna sentia a mesma coisa. Sentia uma sensação estranha, de que algo ruim estaria acontecendo com sua amiga, mas preferiu guardar apenas para si.

Amor Proibido • 𝐁𝐫𝐚𝐧𝐝𝐨𝐧 𝐀𝐫𝐫𝐞𝐚𝐠𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora