Capítulo Dezenove

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Depois de um longo tempo conversando, os amigos de Amanda foram embora. Fora um bom tempo para falarem sobre tudo. Quando teve que se despedir, sentiu que iria chorar, mas se segurou o máximo possível.

Ela foi a última a sair da sorveteria. Foi caminhando distraidamente até sua casa, até que uma forte chuva começou.
Praguejou-se mentalmente por não ter imaginado que o tempo iria mudar.

Em nenhum momento ela parou de ter a sensação de estar sendo seguida, pelo contrário. A cada passo, a sensação só aumentava ainda mais. Aquilo era estranho e horripilante.

Olhou para trás algumas vezes, mas novamente, não viu ninguém. Resolveu, então, apressar seus passos o máximo que conseguiria.

Ao chegar em casa, abriu a porta e entrou rapidamente. Uma sensação de alívio tomou conta de seu peito. A casa estava aparentemente vazia.

Ela se secou, foi até a sala e deitou-se no sofá. Se sentia exausta, não fisicamente, mas mentalmente. Havia acontecido tantas coisas nos últimos dias, que mal conseguia raciocinar direito. Sua vida mudara em um piscar de olhos.

Endireitou sua cabeça, fechou seus olhos e se esforçou o máximo para que sua mente desligasse por um instante.

[...]

Algumas horas depois...

Ao acordar, Amanda foi até a cozinha e abriu a geladeira, tirando de lá um pote de sorvete. Se sentia como num filme de romance. Na qual, uma garota estava triste por seu término, e descontava tudo em um pote de sorvete de chocolate.

Mas ela não estava enfrentando um término. Não sabia exatamente o que era aquilo que a deixava tão mal. Apenas se sentia a beira de um precipício.

Quando virou-se para voltar para a sala, avistou uma jovem alta e de aparência cansada na sua frente. Ela estava de braços cruzados e com uma expressão séria em seu rosto.

- Quem é você? Como entrou aqui? - Amanda perguntou, deixando o pote de sorvete em cima da mesa.

A jovem mantinha sua expressão séria. Sua testa estava franzida.

- Meu nome é Charlotte e como entrei aqui, é o de menos. Amanda, você é ainda mais bonita pessoalmente, sabia?

- Eu não conheço você. Como sabe meu nome?

Amanda sentiu seu coração disparar.

- Sei muitas coisas sobre você, querida. Principalmente que você transa com seu primo - Amanda ficou estática. Como aquela estranha sabia sobre ela e Brandon? - Tenho certeza que a sua mãe... Ana, não sabe, e certeza ainda mais, que ela não vai gostar de ficar sabendo disso.

- Olha, eu não sei quem é você, mas se não for embora, vou chamar a polícia.

- Pode chamar se quiser, mas antes você vai ouvir o que eu tenho a dizer.

Amanda franziu a testa.

- Por que eu teria interesse em te ouvir? A gente nem se conhece.

- Porque o que eu tenho a dizer, tem a ver com Brandon. E tenho certeza que vai te interessar muito.

- Você está louca. Não quero saber nada que envolva aquele garoto - Amanda pegou seu celular, no intuito de ligar para a polícia.

Suas mãos tremiam ao segurar o aparelho.

- Acho que você não vai querer fazer isso...

Na mesma hora em que Amanda iria discar o número, percebeu que o celular não ligava e a tela estava quebrada.

- O que você fez? - Amanda encarou a garota a sua frente - Você quebrou o meu celular? Sabe o quão caro ele foi?

Charlotte riu com escárnio. Ver a expressão irritada de Amanda, só a deixava mais maquiavélica.

- Por acaso, o Brandon te disse quem eu sou?

- Na verdade não. Ele nunca falou sobre você. Acho que você não é tão importante assim pra ele - ela respondeu, tranquilamente.

Sua voz quase saía trêmula.

- Pois bem. Eu vou te dizer quem eu sou. - pausou. Respirou fundo e continuou. - Eu sou a ex-namorada dele. Quer dizer, namorada - Charlotte disse, fazendo ênfase na última palavra.

- Isso é mentira. Se fosse mesmo verdade, ele teria me contado. Como posso saber que está falando a verdade?

- E por que motivos eu mentiria pra você?

- E eu sei lá. Foi você quem invadiu minha casa, e teve a cara de pau de quebrar meu celular. Você pode ser uma psicopata... ou talvez, uma assassina em série que quer fazer mais uma vítima.

Charlotte riu mais uma vez.

- Você é engraçada, Amanda. Além de ser bonita, mora em uma bela casa. Mas ainda não entendi o motivo de Brandon ter se envolvido com você - Charlotte a olhou da cabeça aos pés. - Você é tão sem graça. com certeza só serve para atender aos desejos dele.

Amanda encarou a garota com cara de poucos amigos. Sentiu seu sangue ferver ao ver a maneira como ela falava. Ela não sabia se gritava por ajuda, ou se simplesmente começava a rir daquela cena.

Amor Proibido • 𝐁𝐫𝐚𝐧𝐝𝐨𝐧 𝐀𝐫𝐫𝐞𝐚𝐠𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora