Chapter Five

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Harry Styles — Holmes Chapel, 9:30 A.M.

Manhã no Pet Shopping “Sweet Criature”

Decidi ir com meus pais para o trabalho, pois ainda estava com a ideia de poder ter meu celular de volta e baixar o Whatsapp para poder conversar melhor com o Louis. Para isso eu tinha que fazer a cabeça do meu pai, pois ele seria meu plano “B”, caso minha mãe se negasse a me deixar usar novamente.

Eu poderia acabar causando uma briga entre o Robin e a Anne por isso?

Sim, mas eu tinha que arriscar, pela primeira vez estava certo de que não iria entrar em um surto e tudo mais. E era para algo bom, sabe?

Me aproximo do canil, aonde ficavam alguns filhotes novos e passei a mão em um deles, puxando o pastor alemão que estava mais isolado do que os outros. Ele era bem pequeno, fiz um carinho nele, vendo meus pais trabalhando. Sorri por amar essa união dos dois, o amor deles me fazia senti-lo a distância. Algumas vezes me sinto mal, por deixar a depressão ser mais forte que eu, sei o quanto eles se preocupam comigo.

Eu até entendo, herdei isso de ambos.

Não importa quanto tempo eu conheça essa pessoa, se ela está passando por uma situação difícil, quero estar ali para ajudá-la, eu me importo e sinto sua dor, arranjo uma forma de tentar passá-la. O amor que meus pais me deram, vive dentro do meu peito e eu procuro fazer tudo em nome dele. É assim que a maioria das pessoas deviam fazer, ao invés de estarem causando o holocausto na vida dos outros.

— Filho, como se sente? Ainda dói? — Anne se aproximou, com o olhar desolado.

Hoje eu havia acordado com muitas dores na garganta, tossi bastante também, isso meio que irritou a minha garganta ainda mais. Não consegui dizer um “A” para meus pais, perdi a minha fala completamente, claramente me assustando porque pode ser para sempre. Mas mamãe, ligou para o meu fonólogo, ele disse que posso estar gripado, e por isso não estar saindo minha voz, recomendou alguns remédios e logo voltarei ao meu “normal”.

Mas eu sei que um dia, não poderei ter minha fala como antes — não é sendo um cara pessimista — mas conheço pessoas que perderam as delas ao longo de meses. Nunca disse para os meus pais, porém, está acontecendo comigo o mesmo. Poupo as palavras, achando que quanto menos falar mais uns acréscimos terei para comunicar-me com a minha família. E amigos.

Também penso em Niall, em nossa comunicação, tanto que estou fazendo aulas de braile, para assim não ter problemas futuros. É um pouco difícil contudo com algum tempo de prática, você já consegue pegar o jeito.

Suspirei e comecei o diálogo usando as mãos.

Estou bem, mamãe, apenas não consigo falar. Mas isso já é normal para mim... E os remédios logo farão efeito”

— Desculpe. — Ela tocou no meu rosto, dando-me um beijo na minha testa.

Vai ficar tudo bem, pode não ficar triste?” pedi para ela, que assentiu.  “E eu te amo, não será a falta de fala que mudará isso na nossa vida.”

— Eu sei que não. Vou voltar para o trabalho, cuide desses pequenos. — Apontou para os filhotes.

Fiz um sinal positivo, ajustando o som do meu aparelho auditivo.

Voltei-me para o pastor-alemão, precisava dar um nome temporário a ele, porque ficar o chamando de pastor-alemão, não é muito legal. O deixei junto com os outros e escrevi três nomes na folha de caderno:

SHY — BOB — NEMO


Cortei em três pedaços e separei na mesa, o que ele parasse iria ser o qual eu o chamaria — mentalmente. Peguei o filhote novamente e coloquei sobre a mesa, curioso para que papel ele ia meter o focinho ou se sentar. Ele apenas ia timidamente para cada um e me encarava como se fosse entrar em pânico, de alguma forma me representava ali.

Secret Love History - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora