Secret Love History - Larry Stylinson

Chapter Eleven

(The New Life)

Harry Styles, Holmes Chapel

Health Centre - UTI

Estava em um quarto muito escuro e eu estava sozinho nele, era coberto por poças de água escura. Eu achava que de alguma forma iria me afogar ali - não conseguia me mover. Cordas surgiram e amarravam minhas mãos e pernas, eu chorava muito, queria gritar por ajuda mas como se faz isso quando não se tem voz?

Tudo era uma névoa, que ia se espalhando e sua fumaça menina deixava sem ar. Eu não tinha como sobreviver a àquilo, mesmo que quisesse, estava sozinho nessa.

Pensei por momentos em Liam, minha família, Niall, Louis e meu pequeno Nemo. Sentiria falta deles, de toda uma vida que não poderia viver ao lado deles. Sempre soube que não viveria muito.

Essa é a minha sina, eu a mereço.

Estava me deixando levar por ela, quando sinto um toque no meu ombro, olhei por cima dele e vi um rapaz vestido de branco, estava descalço e mantinha um sorriso largo no rosto. Não entendi o que estava acontecendo, será que ele era um anjo que viera levar a minha alma?

Não senti medo dele, apenas surpreso pela sua aparição. Sou observador e percebi que ele tinha uma barba rala, tatuagens pelo corpo e não tinha muito cabelo; possuía uma aura tão brilhante quanto a luz atrás de si, eu podia sentir uma paz que nunca fora minha antes.

— Olá Harry! — ele sorriu um pouco mais.

— Olá! — afundei minhas covinhas. — Quem é você?

— Agora eu sou você. — Ele tocou nos meus cachos e isso me deixou levemente curioso. — Somos um só. — tocou no meu coração.

Pisquei algumas vezes, repetindo o ato porque me dei conta que estava falando, aquela era a minha VOZ, eu estava falando sem erros e escutava muito bem. Meu coração bateu contra sua palma e eu sabia que era emoção.

— Como isso é possível? — pergunto aprontando para minha garganta.

Era engraçado falar normalmente.

— Tudo é possível quando se ouve a voz do coração. — respondeu-me o outro. — Vamos sair desse lugar?

— Tem como sair?

O rapaz sorriu e estendeu a mão, a peguei e deixei que ele me levasse para fora do lugar, andamos pelas poças sem dizer uma vogal. Senti um sopro no meu rosto que fez meus cachos se desmancharem e eu estava com um cabelo longo — era esquisito — minhas roupas mudaram para mais leves, como estampada de cor vermelha, estava de calça jeans escura, botas masculinas em casa pé... Um pingente de cruz no colar; era gélido quando encostava na minha pele. O rapaz parou nossa caminhada, e tocou na parede negra.

A vi desfalecer como areia escorrendo entre nossos dedos, o facho de luz se resplandeceu e tive de cobrir os olhos ao erguer a mão para cima. Era tão forte que aquecia a pele.

Foi quando comecei a me sentir puxado para fora da minha escuridão à um jardim muito verde e com ervas daninhas; tão lindo que me causava calma. O garoto de olhos de mel continuou segurando a minha mão e andando comigo pela grama. Mesmo diferente, permanecemos descalços. O vento deixava o ar árido e frio, sendo ele suportável. Me encontrava encantado ao pouco a nossa volta.

Tudo era tão real.

— Agora fique aqui. —  ele me parou perto de uma laranjeira.