Capítulo 3

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Shun

No ar havia um odor muito grande, a neblina atrapalha minha visão, cansado, com fome, com sono, querendo muita, muita água, já não sabia para onde eu estava indo, devo ter errado o caminho em algum momento. Pingos começam a cair e eu deduzir ser chuva, mas assim que o líquido cai fortemente e um de seus pingos caem no meu braço vejo que o líquido é vermelho e queima muito, na medida que isso cai começo a correr. Como um líquido que cai do céu pode ser vermelho e queimar?

Vejo uma cabana e entro nela sem pensar duas vezes, qualquer coisa deve ser melhor do que tomar chuva de "água quente" e vermelha, penso. A cabana tinha um buraco e a chuva caia dentro de um caldeirão, me aproximei e análise o líquido. Não pode ser isso é uma chuva de sangue quente, rapidamente tiro minhas roupas e troco por limpas que haviam na mochila, com muito a pensar enquanto a chuva ainda cai, finalmente entendi.  

Eu não fiz esse mundo. Eu o encontrei e agora vou morrer, em um lugar que eu quis explorar sozinho com medo daqueles que viriam comigo me trair, afastei todos de perto de mim, para ter um fim assim? 

Olho em volta e vejo um livro e um uma caneta de penas, o livro tem uma capa preta e suas páginas estão em branco, a caneta mesmo sendo de penas funciona. Sento-me  em um lugar seco e começo a escrever, tudo o que fiz para encontrar esse lugar, meu orgulho, e tudo o que vi aqui, coisas que ninguém vai acreditar que é real.  

Passei três longos meses tentando sobreviver para terminar o livro, quando termino do o nome de Dias mais Escuros. Assim que termino a capa do livro, surge uma grande tempestade e a chuva de sangue alaga a cabana, protegendo o livro de ser molhado e morrendo de dor pelo meu corpo está sendo queimado, desmaio. 

Quando acordo me encontro no meu quarto, olho de um lado para o outro e pego o livro que estava no criado mudo, passei suas páginas amarelas e tudo o que eu escrevi ali estava.

— Obrigada pela leitura Trina.

— Professora isso tudo é verdade? — Pergunto curioso.

— Bem Shun, o escritor continuou dizendo em sites, jornais e entrevistas que realmente viu e viveu tudo o que escreveu, até marcas de queimaduras ele tinha. Mas os psicólogos disseram que ele queria viver o que escreveu então falaram que as queimaduras eram falsas pois elas sumiram depois de seis anos. O livro fez muito sucesso e o escritor ganhou vários prêmios de ficção.

— E depois? — O Christopher perguntou olhando atentamente a capa do livro.

— O livro antes de ser publicado passou por algumas alterações que o escritor preferiu fazer. Dez anos depois aconteceu uma tempestade que fez a casa dele cair. Todos os seus pertences se encontravam nos escombros, menos o próprio escritor e o livro original. Algumas pessoas falaram que ele se matou e enterrou o livro, outros, que roubaram o livro, e a teoria que muitos riram foi a que ele foi levado para o lugar que mais gostou e quase morreu. Seu corpo nunca foi encontrado e nem o livro, seu nome nunca foi revelado, até hoje e muitos ainda zombam dele.

— Mas como publicaram o livro sem nome? — Pergunto.

— O livro foi publicado com as siglas Z.S.Z.W.S.W. Ninguém descobriu o que significa, só fizeram teorias sobre o que poderia ser.

— Tipo nomes e sobrenomes? — Um dos meus colegas pergunta.

— Sim, mas nada concreto foi revelado e se descobriram nunca falaram sobre o assunto. — A professora sorri. — Bem para casa as páginas 200 até 219.

— Wheeeeeeen. — O sinal toca.

A professora e alguns alunos saem da sala e apenas Christopher, Trina e eu ficamos. Trina se aproxima do meu lugar.

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