Capítulo 15

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Shun

Acordo com o barulho das ondas do mar. Abro meus olhos com dificuldade para me adaptar a claridade. Levanto-me e começo a olhar ao redor.

— Vocês estão bem? — Pergunto ao olhar para meus amigos.

— Sim. — Eles dizem em coro.

— Está faltando o Blaine, Diego e a Kimberly. — Trina começa a se preocupar.

— Diego entrou com conosco deveria estar aqui. — Christopher diz.

— Pode não ser assim, nem todas as pessoas devem cair no mesmo lugar que os outros. — Digo.

— Aquelas são nossas mochilas? — Trina aponta.

— São sim, pensei que tínhamos perdido. — Christopher se levanta.

Me aproximo calmamente das mochilas junto com os outros. Assim que pego a mochila da Trina um livro de capa preta com as siglas Z.S.Z.W.S.W.

— Que livro é esse Trina? —Christopher pergunta.

— É o livro que discutimos na sala. — Trina o entrega o livro.

— Dias mais escuros, ele conta a história de alguém que entrou no outro mundo, é assim que ele chamou o lugar que encontrou não é? — Observo a capa.

— Sim, o livro retrata vários lugares e perigos diferentes. — Trina olha ao redor.

— Onde você o encontrou? —Pergunto.

Trina olha para o chão evitando qualquer tipo de contato visual.

— Eu o encontrei a alguns dias nas coisas da Kimberly. Ele me chamou muita atenção, então, peguei para lê-lo. A Kim viu e me emprestou dizendo que já tinha acabado a sua leitura. — Trina diz pausadamente.

— Você acha que é o mesmo lugar onde estamos? — Christopher devolve o livro.

— Não sei... A professora disse que tudo não passou da imaginação dele, mas se estivermos nesse tal lugar precisamos dá um jeito de sairmos logo daqui. — A mesma suspira.

— Você tá certa, mas precisamos encontrar os outros. — boto minha mochila nas costas.

— Ei Shun, isso são pegadas, será que eles foram para algum lugar e não nos viu? — Christopher olha três rastro de pegadas.

— A possibilidade é grande, acham que é melhor seguirmos? — Pergunto.

Christopher e Trina concordam e começamos a seguir as pegadas.

Blaine

Me levanto depois de alguns segundos e observo ao redor. Avisto a Kimberly perto de uma árvore, pego minha mochila e corro até lá.

—  Kim... Kimberly. — Chamo ao me aproximar.

Toco em sua testa e seu corpo está frio, mas a mesma continua a respirar. Em sua perna direita tem um corte não muito profundo, assim como sua bocheche tem um leve arranhão.

— Blaine?

Me viro rapidamente e vejo o Diego.

— Você tá ferido? — Pergunto.

— Não e você? — Ele me entrega um coco já quebrado.

— Não, mas a Kim está muito ruim.

O Diego me encara e tira sua camisa, ele a amarra na perna da Kimberly para estacar o sangue.

Só assim me dei conta que a Kim está com a parte de cima de seu biquíni azul marinho amostra.

Sua blusa bege está com um grande rasgo, é provável ela ter caído de mal jeito ou algo assim.

— Que estranho. — Bebo um gole da água de coco.

— O que foi? — Diego me encara atentamente.

— A Kimberly não estava com uma blusa rasgada antes de virmos parar aqui. — O encaro.

Diego mantém seus olhos fixos na Kimberly.

— Algo deve ter acontecido. — Ele olha para a árvore que Kim está desacordada.

Apenas concordo com ele. Olho para a Kimberly atentamente preocupado. Ela abre seus olhos se acostumando com a claridade.

— O que aconteceu? — Ela tenta levantar mas logo cai por causa da perna.

— Estamos separados dos outros. E você está machucada. — Diego volta a olhá-la.

— Lembra de como isso aconteceu? — Pergunto ajudando-a a se levantar.

— Não, eu não consigo lembrar de nada. Só sei que tínhamos marcado de nos encontrarmos para jogar e por causa do horário decidimos voltar para o acampamento, mas algo estranho aconteceu. — Ela passa a mão em seu rosto.

— Então estamos na mesma situação, não me lembro do que aconteceu quando fomos puxados para aquele portal. — Digo.

— Eu também não. — Diego a entrega o coco. — Os outros devem estar procurando por nós em algum lugar.

— Sim, vamos para um lugar alto. — Fixo meus olhos na Kim.

Ela deixa o coco cair, seus olhos se fecham e seu corpo vai se aproximando do chão bem rápido. Consigo me inclinar para segura-la antes que bata a cabeça no chão ou tenha algum machucado grave.

— Kimberly? — A chamo.


— O que faremos? — Diego pega a mochila da Kim.

— Precisamos encontrar os outros e cuidar da Kim. — O entrego minha bússola. — Nos guie para algum lugar onde não tenha areia e eu a carrego.

— Certo, eu levo a mochila até ela melhorar, podemos revisar. Assim ficará bem melhor. — Ele começa a andar.

Mantenho a Kimberly em meus braços, a observando dormi profundamente tão serena. Talvez essa seja a razão do Shun sentir algo por ela.

— Para mim está ótimo. — Começo a seguí-lo.

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