Capítulo 11

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Acordo às seis horas da manhã com o barulho irritante do meu despertador. A preguiça não me deixou levantar, então peguei meu celular para ver as mensagens.

Christopher: "Shun, vê se não esquece o que te falei. Precisamos fazer tudo certo para não levantar suspeitas." 06:00 AM.

Shun: "Relaxa, estou lembrando de tudo e já guardei as coisas na mochila ontem à noite." 06:07 AM.

Christopher: É bom mesmo, aí acordei com meus pais brigando novamente. As coisas tão ficando sérias, nem sei mais o que achar, o pior é que tocam sempre no nome da Trina." 06:10 AM.

Shun: "Nossa que estranho, ela escutou alguma coisa?" 06:10 AM.

Christopher: "Não, ela dormiu na casa da Kim. Mas acho que ela pode ser responsável por tudo o que anda acontecendo." 06:20 AM.

Shun: "Não acha que está pegando pesado demais com a Trina? Ela nem sabe o que está acontecendo, o motivo pode ser outro." 06:22 AM.

Christopher: "Ah Shun. Trina é ótima manipuladora, vou me arrumar, vejo você no colégio." 06:27 AM.

Shun: "Ainda acho que é coisa da sua cabeça. Até mais." 06:30 AM.

Após visualizar a mensagem do Christopher me levanto para me arrumar. Desço as escadas devagar deixando minha mochila no sofá.

- Bom dia. - Digo ao entrar na cozinha.

- Bom dia, meu amor. - Mamãe diz me servindo.

- Bom dia, animado pra hoje? - Blaine diz com um sorriso irônico.

- Não muito. - Suspiro.

- Por que filho? - Mamãe dá um gole em seu café.

- Acho que algo de ruim pode acontecer. - Digo sério.

- Se algo acontecer eu te protejo. - Blaine diz.

- Certo. - Sorriu involuntariamente.

Terminamos o café, Blaine e eu limpamos a cozinha e aguardamos o Christopher chegar para irmos pro colégio. Após algum tempo o Christopher chega e nossa mãe nos leva para o colégio.

...

A diretora faz uma comunicação sobre como devemos nós comportar e tudo o que vamos fazer.

Depois a professora Lisa faz a chamada e entramos no ônibus, me sento junto com o Blaine, na nossa frente fica a Kimberly e Trina, atrás de nós está o Chris e o Diego, já o vi algumas vezes na sala e pelo colégio, mas nós nos falamos pouco, mas o mesmo se distanciou.

Boto meu fone de ouvido e aumento o volume, me desligando totalmente de tudo e todos ao meu redor.


- Ei Shun, chegamos. - Blaine me dá uma cotovelada.

- Ei, por que você fez isso? - Passo a mão onde ele bateu.

- Olha para a janela. - Ele sorri.

E lá estava a tal praia onde vamos passar três dias, parece uma ideia legal.

- Bem, as barracas foram montadas e nela já tem o nome de vocês e com quem vão dividir, não separamos ninguém por afinidade, então, vocês terão que se conhecer. Podem ter de um até quatro pessoas na cabana, boa sorte com o convívio e podem aproveitar a praia. - A diretora diz assim que todos sai do ônibus.

Blaine e eu vamos em busca da barraca com o nosso nome e algum tempo andando, conseguimos encontrá-la.

- É grande. - Blaine diz ao entrar.

- Que bom que vocês estão aqui. - Christopher diz.

- Pois é cara. - Blaine bota a mochila ao lado do saco de dormi que escolheu.

- Somos quatro?

- Sim, eu sou o Diego Roberts. - Ele nos cumprimenta.

- Sabemos. - Digo ao sorrir. - Pelo menos tamos na vantagem de já nós conhecer.

- Pois é. - Diego dá um sorriso.

- Vamos curtir a praia antes que a diretora mude de ideia. - Christopher diz tirando sua camisa.

- Apoio essa ideia. - Blaine faz o mesmo.

- Que bom, por que vocês tão precisando de sol. - Diego diz e começamos a rir.

Trina

- Vamos Kim, qual a graça de estarmos na praia se você nem quer sair da barraca? - Reviro os olhos.

- Vai na frente Trina, te encontro lá fora prometo. - Ela diz docemente.

- É bom essa ligação ser importante mesmo e assim que terminar pode sair. - Me finjo de brava.

- Sim senhora. - Kim ri e volta sua atenção para seu celular.

Saio da barraca e vou para uma parte da praia deserta, me sento e começo a jogar pedrinhas na água.

- Assim você pode matar algum peixes. - Alguém diz com irônia.

Me viro rapidamente para saber quem é.

- Que pena você não ser um, Diego. - Digo decepcionada.

- Você não iria me matar. - Ele sorri.

- É pensando assim que as pessoas morrem. - Observo as ondas colidirem nas pedras grandes.

- Sabe Trina, eu sinto muito pelo passado. Será que não podemos recomeçar? - Ele fica em pé do meu lado.

- Qual é Diego? você surgiu aqui pra isso? Me poupe. - Me levanto e começo a andar.

Ele segura minha mão me fazendo o encara-lo. Não consigo parar de olhar seus olhos castanhos escuros.

- Eu sei que fui um idiota, babaca, retardado. Pode me xingar a vontade mas permita-me aproximar de você novamente.

- É muito tarde para isso, pensasse antes de agir. Agora o ranço já se instalou. - Suspiro soltando minha mão.

- Você é e sempre vai ser minha melhor amiga, aconteça o que acontecer, mude o que mudar, sempre será você. Young me perdoa? Me dá uma chance deu mostrar que mudei de verdade? Pelo nosso passado. - Ele acaricia meu meu rosto. - Me deixa consertar tudo. - Mantém seus olhos fixos ao meu.

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