Capítulo 16

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Diego

Após andarmos por algumas horas decidimos parar pra acampar. O Blaine decidiu se por no comando então foi buscar gravetos para fazer uma fogueira.

Me aproximo lentamente da Kimberly pra ver se já está melhor.

— Vai acabar roubando-a de seu amigo. — Alguém diz rindo.

Me viro rapidamente por ter reconhecido a voz.

— O que você quer? — Fico em sua frente deixando dois espaços de distância ente nós.

— Se acalme senhor Roberts, não vim lhe fazer mal algum. A garota. — Ele a ponta para Kimberly. — Me chamou bastante atenção, sua perna está inchada e deve infecionar, coitada.

Olho para a mesma e noto como está suando bastante, boto minha mão em sua testa e além de gemer de dor, está queimando em febre.

— Deixe-me ajudá-la?

— É o quê? Vai matá-la na primeira oportunidade. — Altero a voz.

— Ela é muito importante, não farei isso. Mas você não tem escolha, se não confiar vai deixá-la morrer.

— Posso encontrar algum remédio...

Risos me interrompem de continuar a falar.

— Escute, sua amiga foi infectada por algo assim que entrou aqui. Não sei como não aconteceu com você e o outro cara, mas ela pode morrer a qualquer momento, a dor que ela sente é como se seus ossos estivessem sendo quebrados e seus órgãos perfurados sem anestesia ou qualquer coisa que alivie a dor. Seu coração pode parar a qualquer momento assim como seus pulmões, você está mesmo disposto a deixá-la morrer por não confiar em mim?

A escolha não era tão fácil, deixar se aproximar da Kimberly é querer algo em troca dessa "bondade" nada é de graça. Mas, devo concordar que a mesma é muito importante e não quero carregar a culpa de sua morte pelo resto da minha vida, assim como não posso evitar que ele a mate. E eu não posso mudar isso.

— Suspiro. — Não quero carregar uma culpa de não ter tentado ajudá-la, então, faça o que veio fazer e é melhor nada acontecer com ela. —Digo sério.

— Você fala como se gostasse dela, Roberts.

Ele se aproxima da Kimberly e retira cuidadosamente minha camisa de sua perna. Retira uma faca pequena de seu bolso e começa a aprofundar o corte da perna da mesma, muito sangue escorre, e Kimberly acorda gritando, mas logo desmaia por causa da dor.

— Não gosto dela. -— Olho ao redor.

— Então, por que não a deixou morrer?

— Por que está aqui? O quê?

— Ele ri. — Talvez eu queira o mesmo que você. — Ele pressiona a perna até um liquido branco sair da mesma, e repete o procedimento no braço dela.

— Você vai matá-la por perde muito sangue. — Respiro fundo.

— Eu sei o que tô fazendo. O que trouxe vocês aqui? De verdade.

— Não sei... Um portal abriu e nos puxou. — O observo atentamente.

Após o líquido branco sair de seu braço ele respira fundo. E faz uma bola verde de energia em cada mão, ele bota sua mão no local onde está as feridas e pronúncias alguma coisa que não entendo.

Os ferimentos vão se cicatrizando e a Kimberly vai deixando de estar pálida, sua respiração vai diminuindo com o tempo.

— Ela está bem? — Pergunto curioso.

— Ela tá resistindo ao meu poder de cura.

— Isso não é bom cara.

— Relaxa, sua amiga ficara bem.

Após alguns segundos sua bola de energia fica azul. E todo os ferimentos se cicatrizam, a febre dela abaixa e a respiração retorna ao normal.

— Ela vai viver. — Ele da uma última olhada para a Kim e fixa seus olhos em seu colar.

— O que vai querer entroca?

— Nada Diego Roberts, como disse ela é importante.

— Você sabe o porque de estarmos aqui, o que te impede de dizer? — O empurro.

— O mesmo que o impede de contar a verdade para seus amigos e a Trina.

— Deixa a Trina fora dessa discussão.

— Não fique irritado, se te consola o Blaine encontrou os outros e estão vindo para cá. — Ele faz um mapa aparecer com seu poder. — Podem se abrigar nesses lugares marcados de azul.

— Por que você está nos ajudando Marcelo?

— Em breve vai descobri. — Ele me entrega o mapa e uma sacola preta. — Vá dando isso para sua amiga, vai fazê-la se sentir melhor.

— Ainda não entendo toda a sua ajuda, achei que não gostasse da Kim.

— Não tenho nada contra ela, talvez só com alguém relacionado a mesma.

— Marcelo você não deveria estar com...

— Preciso ir Diego, não terei clemência e não vou mais ajudá-lo, se vire sozinho com tudo o que te ensinei e não me decepcione garoto. — Ele me interrompe e fica de costa pra mim.

— Marcelo o que você quer dizer com isso?

Um brilho verde azulado Aparece e o Marcelo some. Dou um outro olhada para o horizonte e avisto o Blaine. Guardo o mapa e o saco, me sento ao lado da Kimberly, como meus olhos fixos em seu colar.

— O que você anda escondendo de nós? porque não age como a garota valiosa que o Marcelo disse que é? — Retiro uma mexa de cabelo do seu rosto. — Você esconde mais do que aparenta Kimberly. — Olho novamente para o colar.

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