Capítulo 25

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Shun

Há cinco horas Alda Monyd havia saído com Trina em busca de alguém que poderia salvá-la. As chances de falhar são bem maiores do que de acertar, foi algo que esta escrito em uma foto ao lado de seus filhos.

Blaine e Diego começaram a arrumar nossas coisas para a viagem. Como íamos com a Alda ela deixou dois mapas para nos ajudar, comida, roupas e outras coisas.

O Christopher preferiu ficar só para pensar, afinal ele se sente culpado por quase "matar" a irmã.

A Kimberly ficou no porão, disse que precisava pensar.

Mais uma hora se passou e todos nós já estávamos na cozinha com tudo arrumado, esperando algo acontecer como Alda chegar com a Trina viva e muito bem. Mas sabemos que mesmo em um lugar distante e estranho, essas coisas devem ter limitações.

Escutem meus jovens. Sei como é perder uma pessoa querida, é uma dor inexplicável, mal cabe no peito. — Alda olha para o Chris. — Mas se agarrem a isso se quiserem respostas. Sei que não são daqui, não sei como vieram parar aqui, e nem o que querem. A amizade que vocês têm. — Todos nós trocamos olhares. — É uma ótima arma para o perigo que vão ou poderão enfrentar. Sua irmã estará segura comigo, farei meu melhor para mantê-la viva, já que seu coração bate fracamente e quando encontrarem o que procuram saberão onde nos encontrar. Mal nos conhecemos, mas, já tenho um grande apreço por todos vocês. — Ela sorri. — Esperem no mínimo cinco horas antes de saírem, sigam o mapa, não se metam em confusão, confiem uns nos outros e sobrevivam. — Ela mantém seus olhos fixos na Kimberly. — Sacrifícios irão acontecer para o bem e outros para o mau, mas tudo fará sentido no final. Boa sorte! — Ela entra em um carro prata velho com a Trina.

Foi a última coisa que Alda disse antes de partir.

— Pessoal venham aqui. — Kim nós chama da sala.

Fomos até ela que segura com as duas mãos uma folha de papel um pouco molhadas. Sua expressão é ilegível.

— A Trina se despediu por uma carta, a encontrei em baixo do sofá. Quer ler Chris?

— Se não se importa, gostaria que lê-se. — Ele se senta e fazemos o mesmo.

Kimberly desvia o olhar nervosa. Suspira e então, começa a leitura.

Queria poder dizer isso isso tudo de um outro jeito, sabe? Mas, infelizmente não sei o que deve ter acontecido comigo, só queria dormir um pouco.

Muitas coisas aconteceram ao decorrer dos anos e muitas delas foram péssimas. O intuito da carta era dizer tudo, mas... eu ouvi uma conversa do Chris com o Shun durante a madrugada quando fui beber água, escutei o suficiente para entender a dimensão da raiva que o Chris ainda sente.

E concordo plenamente com ele, sou a responsável por tudo de ruim que ocorreu com vocês e minha família. A Kim me disse uma vez que a vida é uma escalada e a vista fica cada vez mais bela conforme vamos chegando no final.
A minha possível escalada chegou no final e acabou aqui, não consigo mais fingir, não tenham pena de mim, por favor. Também não se sintam culpados, entendeu Young? A escolha foi minha!

Já contei a história das provas só cabem a vocês acreditarem, sinto muito pela Lay, Chris. Mas ela nunca foi a garota certa para você, acredite em mim (ou tente pelo menos não custa nada, né?)

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