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  Acordei com minha cabeça latejando, sem mal aguentar a luz do sol que invadia meu quarto, em meu rosto. Como vim parar no meu quarto? Respirei fundo, tentando me lembrar de tudo o que havia acontecido na noite passada, mas fracassando logo em seguida.
  Peguei meu celular. Onze e meia. Ja havia passado quase metade do dia inteiro dormindo. Que horas eu havia chegado aqui?
  Levantei-me e fui até a cozinha pegar um copo de água para tomar aspirina. Vi um cartão no balcão branco e logo imaginei que fosse de Jeremy.
  "Precisei sair mais cedo, emergência no hospital. Fiz café da manhã pra você, espero que goste. Tenha um bom dia".
  E então, um flash de memória veio em meu pensamento. Eu estava com seu terno, semi nua, e ele estava me colocando em minha cama, sem luz nenhuma no quarto, eu só enxergava sua sombra. Jeremy havia beijado minha testa e se despedido, mas eu logo o puxei de volta, o beijando e insistindo para que ele ficasse. No próximo momento, ele já estava tirando sua calça e ficando em cima de mim.
  Nós havíamos transado. O que? Ai meu Deus... Ai meu Deus, Amberly!
  Fui até a sala sala de jantar e havia um croissant, uma salada de frutas em uma cesta de vidro e um capuccino com chantilly. Tomei um gole e ainda estava morno, Jeremy não devia ter saído a muito tempo.
  Tive outro flashback no navio. Nós dois dançando reggaeton até que eu cansei e tirei meu vestido para entrar na jacuzzi morna.
  Nós dois juntos. Eu em seu colo, gemendo levemente em seu ouvido, e ele me segurando e beijando meu pescoço. Logo, ele me tirou de cima dele e ficou no controle, me colocando de costas, apoiada na borda da jacuzzi. Somente a luz da jacuzzi e o céu azul marinho com a lua brilhando estavam entre nós. Eu mordia meu lábio, me segurando forte na borda, cheia de prazer, e ele fazendo seu trabalho melhor que ninguém. Jeremy segurou meu cabelo e o puxou, fazendo com que eu fosse para trás, e então, ele mordeu levemente minha orelha, gemi baixo. Eu só queria que aquele momento durasse para sempre, como pude, por tanto tempo, dizer não para ele?
  E como pude quase esquecer tudo isso?
  Nós havíamos transado na jacuzzi.
  E nesse momento, senti uma montada de insegurança, medo por ele, depois dessa noite, cair fora e fingir que nada tinha acontecido, me tratando como todas as mulheres que ele levava para a cama. Era exatamente isso que eu não queria. Mas aí, olhei para o café da manhã e o cartão jogado na mesa e relaxei um pouco. Talvez ele não fosse fazer isso. Talvez.
  Terminei de comer o croissant e alguns morangos e fui tomar banho.

  - Oi, papai.
  - Olá, querida. Lembrou do seu velho- escutei sua voz animada pelo telefone.
  - Sabe como é a vida aqui em Los Angeles- sorri. Eu estava com roupão, sentada em minha cama, quando resolvi ligar para meus pais.
  - E como estão as coisas por aí?
  - Ótimas, estou pensando em ir para Branson visita-los no final do mês.
  - Que ótima notícia- quase o senti sorrindo pelo outro lado da linha- Traga Lindsay com você, estou treinando poker todos os dias. Dessa vez ela não ganha- dei risada. Da última vez que visitei meus pais, Linsday havia ido comigo e resolvemos ir em um Cassino e meu pai se ofereceu para ir junto. Lindsay ganhou mais de mil dólares aquele dia e meu pai só duzentos. Óbvio que ele não ficou nem um pouco feliz com a situação e resolveu jogar uma partida em casa somente com Lindsay, porque ela não parava de provocá-lo por ter ganhado muito mais dinheiro. Claro que ele perdeu todas as dez partidas que jogaram durante a semana inteira. E meu pai não ficou nada contente com isso.
  - Pai, Lindsay sabe todas as técnicas e tacadas, o pai dela tem um cassino em Las Vegas, duvido que você ganhe novamente.
  Ele deu risada.
  - Posso tentar. Querida, sua mãe quer falar com você. Venha logo, estou com saudades.
  - Também estou, papai- e logo, minha mãe já estava do outro lado da linha.
  - Querida, escutei a conversa, você vem mesmo?- minha mãe disse, ansiosa.
  - Claro, vou ficar livre de Los Angeles por um tempo- respirei fundo.
  - Tem certeza que quer ficar livre de Los Angeles?
  Levantei a sobrancelha, sem entender.
  - O que você quis dizer?
  - Bom, você sabe que converso com suas amigas...- já entendi de imediato- Lindsay me disse que você está com um doutor, Jeremy o nome dele, certo?- revirei os olhos. Vou matar Lindsay- E como ele é? Lindy me disse que ele é incrível, até te entrega flores.
  - Mãe, olha... Não é nada, sério. Você sabe que Lindsay exagera em todos os fatos- eu estava segurando minha respiração a tempo demais, impactada com o que Lindsay havia falado para minha mãe. Claro que ela estava eufórica por eu estar saindo com um dos caras que ela mais achava bonito na vida, mas vendo todas as circunstâncias, era a pior falar dele para minha mãe.
  Ela deu risada.
  - Ela me contou que você não iria admitir nada mesmo- admitir o que? Uma relação ou sentimentos? Ambos, não existem- Tudo pode acontecer, querida.
  Ah, tudo o que eu menos queria era minha mãe me dizendo que um relacionamento entre eu e Jeremy seria possível.
  - Mamãe, eu estou cansada, vou me deitar um pouco, ok? Nos vemos no fim do mês. Te amo.
  Ela demorou um pouco para responder.
  - Tudo bem. Também te amo, querida. Venha logo.
  E então, desliguei o telefone. Xingando Lindsay nos pensamentos.

Eu acho que amo você Onde histórias criam vida. Descubra agora