Uma Babá em Minha Vida

43 - Oliver

- Então o detetive não conseguiu te dar mais detalhes sobre Daniel? – Chuck perguntou enquanto tomava um gole do seu uísque.

Eu, Chuck, James e Theo estávamos no restaurante do Empire State, que foi fechado exclusivamente para aquela ocasião. Ser praticamente um dos donos da cidade tinha suas vantagens e eu fazia questão de aproveitar cada uma delas, afinal, trabalhei duro para colher os frutos de agora. Além de ser um empresário bem-sucedido, eu me considero um pai amoroso e dedicado, mais do que imaginei ser e estava orgulhoso de mim mesmo.

Enquanto conversava com meus amigos, tinha Faith e Daniel, um em cada braço. Temi que minha filha se sentisse abandonada com a chegada do irmão, porém fui surpreendido de como Faith lidou bem com o novo integrante da família, acho que agora ela ficaria feliz em ter alguém pra brincar.

Os seguranças, como sempre, estavam a postos em todo o prédio e o telefone de James tocou, fazendo-o se afastar. Eu tremi, sabia que era sobre Alexis, mas respirei fundo.

- Na verdade, ele queria procurar por mais, mas eu não quis. Eu não quero cavar mais essa história de Valentine, ela não merece mais nenhum segundo do meu tempo. Eu tenho tudo que preciso bem aqui. – Beijei o rosto dos meus filhos, que riram em resposta. Faith viu Má se aproximar e logo estendeu os braços para ela, que a pegou. Sempre trocado pelas mulheres. – Só falta Alexis. – Sorri sem conter meu nervosismo e arrumei a pequena gravata borboleta de Daniel.

Ambos estávamos vestidos iguais: um look tal pai e tal filho. Fora ideia de Blair, é claro. Que homem pensa esse tipo de coisa? Se todo mundo estivesse informal, eu não daria a mínima, mas como sempre, Blair quis um motivo para usar um dos seus milhões de vestidos de festa e fazer com que todos se enfeitassem junto com ela.

Insistiu para cuidar de Alexis, mas eu sabia que no fundo ela adorava ter uma boneca de carne e osso. Claro, eu não disse isso em voz alta porque eu sei que ela tem uma boa pontaria. Faith estava com um vestido igual ao de Alexis, o que acho será uma surpresa deliciosa quando ela a vir, já que segundo a Blair é o look: tal mãe, tal filha.

Dessa ideia eu gostei muitíssimo, já que já havia passado da hora da minha mulher tomar o lugar que lhe era direito em nossa casa.

- Mas ele é seu filho, certo? – Chuck perguntou e eu apenas lhe dei um olhar gelado.

Ele sabia que eu havia feito o exame e que sim, eu era o pai biológico de Daniel.

- Quer saber? Eu acho que o Oli está certo. Essa história já deu e agora vocês merecem serem felizes. – Theo levantou a taça de champanhe como um brinde e eu apenas agradeci com um movimento de cabeça. – Você é um cara pra casar, Hall. – Deu um sorriso maroto e eu não consegui não rir.

Ele sempre disso isso, desde a época da faculdade. Enquanto todos estavam festejando e curtindo a juventude, eu estava preso na biblioteca ou no meu quarto, fazendo planos, projetos...

- Elas estão no elevador. Está na hora, Oliver. – James guardou o celular e eu assenti, entregando Daniel para Chuck, que o segurou de forma estranha.

- O que você tá fazendo? – Encarou Chuck com o cenho franzido e terminei de vestir meu sobretudo negro e o cachecol.

- Eu estou segurando seu filho, mesmo que você não tenha me perguntado se eu queria fazê-lo. – Retrucou de forma irônica.

Eu ri, sacudindo a cabeça. O cara ia casar com a "louca dos bebês" e nem mesmo se dava conta disso.

- Ele é um bebê, Charles. E não uma bola de futebol. – Me aproximei dos dois, ajeitando Daniel, que apenas sorria sem entender nada. De uma forma fofa, se aconchegou no pescoço de Chuck, que começou a se sentir mais confortável com a situação. – Acho bom você se acostumar, creio que em meio a tantos bebês Blair não demore a querer os dela. – Beijei meus filhos e entrei no elevador, dando um enorme sorriso ao ver a cara de desespero de Chuck pelas minhas palavras, porque ele sabia que faziam total sentido, antes das portas se fecharem. Também ouvi os assobios e gritos de incentivos dos meus amigos.