- Será que podemos conversar em um local com mais privacidade? – Perguntei timidamente, com medo de que ela fugisse de novo. Ela assentiu e eu segurei sua mão.
Eu ainda respirava com dificuldade e meu coração permanecia acelerado. A descarga de adrenalina que Alexis me proporcionava era inacreditável.
A olhando aqui, bem na minha frente, parece que já se passaram séculos desde que eu a conheci. Minhas mãos coçavam para tocá-la novamente, mas ela permanecia quase encolhida no mesmo lugar.
Olhei ao redor, dando graças a Deus por ninguém ter presenciado a cena de agora. Era algo que eu queria guardar entre nós dois.
Agora que toda euforia estava passando, enquanto eu a puxava pelos corredores em busca de algum quarto vazio e de respostas, eu pude reparar o quão fraca Alexis estava fisicamente.
A culpa estava latejando dentro de mim com força. Eu havia causado isso com ela. Mas afinal, onde ela estava que nem mesmo repararam que ela estava assim? Denise havia dito que ela estava bem, porra!
- Então, como ela está? – Ela perguntou em um tom ansioso, enquanto eu fechava a porta atrás de nós.
Eu me sentei na cama arrumada e a convidei. Alexis veio, receosa, mas se sentou mesmo assim. Interiormente, eu vibrei. Era bom senti-la do meu lado novamente.
- Ela teve uma crise de asma, foi a primeira vez, então estávamos despreparados. Graças a Deus a Blair foi rápida e a trouxe pra cá. – Suspirei e apertei os olhos com os dedos.
Minha vontade era que tudo aquilo, fosse a droga de um pesadelo.
- Mas agora ela está bem, não está? – Perguntou Alexis, esperançosa. – Afinal, uma crise de asma pode ser controlada mais fácil. – Ela me encarou e meus olhos se encheram de lágrimas.
Ela percebeu e ficou confusa. Colocou sua mão sobre a minha, em um gesto de solidariedade.
Ela estava tão magra, parecia tão menor e mais frágil, de que quando partiu. Seu rosto, tão abatido.
Meu Deus, o que eu fiz com essa mulher? A mulher que eu amo...
Eu segurei seu rosto com uma mão, acariciando sua bochecha com leveza. Inevitavelmente, duas lágrimas grossas escorreram pelo meu rosto.
- Oliver, vai ficar tudo bem. Não vai? – Perguntou de novo e eu não queria machucá-la mais, mas não queria mentir tampouco.
- Os médicos descobriram outro problema em Faith e ela terá de ser operada pela manhã. – Me levantei e dei as costas para Alexis.
Apoiei minhas mãos na parede, não querendo que Alexis visse o quanto eu estava quebrado. Eu amava minha filha e por Deus, se algo acontecesse a Faith...
- Oh, meu Deus. – Alexis falou com a voz trêmula.
Senti quando ela parou atrás de mim e me abraçou pela cintura. Fechei os olhos, quando seus pequenos braços me rodearam. Eu precisava tanto dela. Coloquei minhas mãos sobre as suas e adorei a sensação dela se aninhando a mim. Ela chorava baixinho, mas ainda estava ali.
E dessa vez, eu sabia que era por mim.
Contei pra ela tudo que o médico havia me dito sobre a operação, os riscos e como seria sua recuperação. Me senti um pouco mais leve de poder compartilhar tudo aquilo com ela.
Ela não precisava estar ali, conversando comigo. Muito menos me abraçando e me dando força, depois do que eu fiz. Mas ela estava mesmo assim...
Apesar de sempre ter tido os pensamentos de vingança, meu amor por ela aflorou de uma tal forma que se enraizou dentro de mim. Era ódio e amor andando lado a lado em uma corda bamba.
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Uma Babá em Minha Vida
RomansaOliver Hall era o CEO de uma grande companhia de aplicativos em Manhattan. Fizera sua fortuna trabalhando duro e depois de ficar viúvo, precisava de alguém disponível para cuidar da sua filhinha de seis meses. Alexis era uma jovem, sonhadora e opor...