MARCOS
Eu podia ver ela lutando com as palavras, procurando uma forma de me rejeitar, rejeitar a minha ajuda.
O que tinha com aquela mulher que eu mal conheci e já achava exasperante?
Ela era linda, de fato.
Simples, e isso que a tornava mais linda ainda, o que era louco, porque ela estava de roupas largas e um óculos grande demais para o seu rosto, mas com tudo isso e o cabelo amarrado numa trança frouxa, ela ainda parecia bela demais.
Quando ela disse o seu apelido, fiquei curioso, afinal, que diabos de nome é Jô? E depois fiquei irritado por ela simplesmente se negar a me dizer.
O que custava?
Só devia ser um nome feio para gerar um apelido tão masculino.
Mas minha raiva sumiu, dando lugar a curiosidade quando ela encontrava uma forma de se livrar de mim para não ajuda-la.
Mulheres viviam correndo atrás de mim, procurando motivos para ficar perto de mim, e então aparece essa, que em minutos parece sentir pavor só de pensar em pegar uma carona comigo?
Me senti ofendido.
E desafiado. E se tinha algo que eu não recusava, era um desafio.
- Vamos, eu levo você.
Seu rosto foi impagável.
- O que? Eu não preciso não. Posso muito bem me virar sozinha.
Como eu disse antes, odiava ser desafiado, então, eu apenas peguei sua mochila que estava no chão e sai andando até o caminhão.
- Tchau Dona Lúcia, tchau seu João, até mais tarde. – Gritei enquanto andava até o caminhão, até ouvir um grito indignado e começar a correr até o caminhão.
- Volte aqui! Isso não lhe pertence, seu idiota! Me devolve minha mochila!
Eu entro e ligo, dando a intenção que vou embora com sua mochila, então ela se assusta e entra no carro, no lado do passageiro.
- Muito bem, agora vamos porque eu não tenho o dia todo.
E dou partida no carro em direção ao bar da Dóris, onde ela provavelmente estaria, porque sua casa era em cima do bar.
- Eu te odeio. – Ela me lança um olhar irritado.
Tão fofa.
Se não fosse já um grande pé no saco.
- Me diga, o que te trás a nossa humilde cidade?
- Não te interessa.
- Por que você é tão grossa?
- Porque será, não é mesmo? – Ela levanta a mão em um gesto que ia contar com os dedos. – Primeiro você ridiculariza meu apelido, e depois você praticamente me sequestra.
Eu desvio meu olhar para ela rapidamente totalmente confuso.
- Eu não ridicularizei apelido nenhum, eu apenas disse o que eu pensava. E outra, você entrou no carro de boa vontade.
Ela arregala os olhos, tornando tudo um pouco cômico.
Caramba, essa mulher conseguia despertar em mim um monte de sentimentos contraditórios em um curto espaço de tempo.
- Você pegou minha mochila! Se eu não entrasse no seu carro, você teria ido embora com ela.
- Você tem pouca fé em mim, querida, eu te devolveria ela, fora que eu só queria te dar uma carona.
Ela bufa.
- Duvido muito que devolveria.
- É, provavelmente está certa. – E sorrio para ela, fazendo com que seus lábios tremessem com vontade de sorrir, mas podia ver que ela estava se segurando, e quando ela percebe que eu notei isso, ela vira o corpo para a janela.
Bem querida, se é silêncio que você quer, é silêncio que você não vai ter.
JOANA
Que homem mais exasperante!
Eu achei que ele me deixaria em paz, mas não, começou a assobiar de um modo que me irritava, e eu estava prestes a manda-lo calar a boca, mas não queria ter que falar com ele.
Eu estava com medo também.
Depois da morte dos meus pais, nada me fazia sorrir ou querer sorrir.
E de repente, um estranho irritante me faz querer rir.
Quão louco é isso?
De repente o caminhão para e eu me vejo encarando o bar da vovó.
- Aqui é a sua parada, querida.
Bufo.
- Não me chame de querida, me chame de Jô.
- Isso eu me recuso, qual é o seu nome afinal?
Eu não o veria mais, então, não fazia mal, né?
- Maria Joana. Tenha uma boa vida, Marcos. – E sai, pegando minha mochila e indo em direção ao bar, sem olhar para trás, nem esperando por uma resposta.
Afinal, eu não o veria de novo.
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E ai? Gostaram?
Eu to sem tempo ultimamente, mas vou tentar postar toda segunda.
O capítulo de hoje é pequeno, mas o da próxima eu vou caprichar.ATÉ A PRÓXIMA SEMANA!
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LAÇANDO O COWBOY (COWBOYS #2)
RomanceSINOPSE: Dona Lúcia está inquieta. Seu único filho, finalmente está encaminhado com a nora dos sonhos. Mas alguma coisa a incomodava, ou melhor, alguém. Ela acredita que todos merecem a chance de encontrar a felicidade. Mesmo que você não esperasse...