CAPÍTULO 10

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MARCOS

Ela estava tão linda. Linda de uma maneira simples que só ela podia ficar. Nada exagerado. E apesar de ter tido diversos encontros com diversas garotas diferentes que sempre faziam questão de se arrumar para me impressionar, foi o jeito simples dela que mais me encantou.

Como tudo podia mudar, não é mesmo?

- São para você. – Estendo as rosas para ela, que as pega e cheira com um sorriso.

- Obrigada. – Ela diz e se aproxima, tocando o meu rosto. – Como estão os machucados?

Eu tenho vontade de virar meu rosto e dar um beijo na palma da sua mão. Ou dar um beijo nela.

Eu estava morrendo de saudades daquela boca.

Porém, dona Lúcia disse que eu tinha que me mostrar como um cavalheiro, na verdade, ela disse "se comporte do jeito que você nunca se comportou, como um gentleman".

Eu quis esganar ela por achar que eu não era cavalheiro, mas percebi o que ela quis dizer, tinha que fazer diferente, mostrar um lado meu para Maria Joana, que seria só dela.

- Ainda dói, mas não significa que eu não possa aproveitar meu encontro. – Pego a mão que está no meu rosto na minha e entrelaço nossos dedos. – Vamos?  - Ela acena em concordância e entra no carro com o buquê no colo, me ofereço para colocar o buquê na parte de trás da caminhonete, mas ela diz querer carrega-lo e meu peito incha, já tinha marcado certo o meu primeiro ponto.

Outro conselho de local para encontro da dona Lúcia, foi um piquenique, mas não ao por do sol, e sim, ao anoitecer.

"Querido, ver o sol se pondo é ótimo também, mas é nessa hora que os mosquitos mais atacam, lá no bosque."

Então, seria um por do sol na praia.

Enquanto dirigia, mantivemos uma conversa agradável, até que paramos no tópico família.

- E seus pais? – Pergunto. – Os meus faleceram quando eu era jovem, meu pai foi pela idade um pouco mais avançada e minha mãe se foi porque talvez sentisse falta do meu pai, eu não sei, nunca compreendi como amar alguém podia te deixar tão mal e cego para tudo ao seu redor, mas acontecia e aconteceu. Fiquei muito mal na época, mas entendo agora.

Ela engole devagar e brinca com uma das pétalas da rosa, observo de esguelha.

- Sinto muito pelos seus pais. – Ela respira fundo. - Meus pais faleceram tem pouco tempo, acidente de carro. Estavam ambos voltando de uma viagem, quando um motorista bêbado saiu do nada e levou os dois. Meus pais viraram estatística de um crime terrível, e que me deixou despedaçada até minha avó ir até mim e me convidar para vir para cá. A morte é sempre algo difícil de compreender, não é mesmo? Não importa como se tenha morrido, a gente sempre questiona.

- Os desígnios de Deus são difíceis de entender para nós que cremos nele, imagina para aqueles que não? Sabemos que vamos morrer, mas não quando e como, e sabemos que vamos viver, e faz parte desse viver, perder entes queridos. O luto precisa ser vivido, então se você quer questionar, questiona, mas não fique presa só nisso.

Ela vira para mim e sorri, quando uma lágrima solitária desliza pelo seu rosto e ela enxuga rapidamente.

- Uau, eu não sabia que você era tão bom conselheiro, Marcos.

- Eu tenho meus momentos. – E estendo minha mão para a dela e aperto.

- Quem diria que nós pudéssemos ter conversas tão profundas e não brigar o tempo todo, hein?

Agora é a minha vez de rir.

- Verdade, mas acho que agora estamos em um caminho bem melhor, não acha? – Olho de relance para ela, que ainda está sorrindo.

- Sim, eu acho.





JOANA

Esse Marcos era diferente do que eu tinha conhecido. Era o mesmo e ainda assim, diferente.

Estava ansiosa desde ontem, e agora, com as flores no colo e a nossa conversa, eu estava mais calma, sabendo que apesar do nosso começo turbulento, das farpas e brigas, estamos indo bem, e que mesmo que no futuro a farpas continuem, acho que conseguiremos resolver.

Eu esperava isso.

*

Percebi que não havia perguntado para onde íamos, e cheguei a conclusão que foi melhor assim, porque ver a praia, foi uma boa surpresa.

Eu não ia a praia a tanto tempo, e era um local que eu amava, porque ia tanto com os meus pais quando pequena e quando cresci, continuei a amar.

Não sabia se era a calmaria que o balanço das águas me passava, a maresia, a areia... talvez fosse o conjunto de tudo isso que mexia muito comigo e me conectava.

Deixei o buquê no carro e ajudei Marcos com as coisas na traseira da caminhonete, eu peguei os cobertores e ele a cesta que parecia pesada.

Não fazia a mínima ideia do que ele havia posto ali,  mas já que na surpresa ele havia escolhido a praia, imaginava que a cesta tão tinha mais surpresas boas.

A praia estava meio deserta, o que era melhor ainda. Tirei minhas sapatilha e as segurei enquanto caminhava ao lado dele. Arrumamos tudo na areia, estendi o cobertor e sentamos juntos, com a cesta na nossa frente.

Ele abriu e tirou um prato de morangos com chocolate, mais frutas, sanduíches, suco e uma garrafa de champanhe.

Arqueio a sobrancelha.

- Champanhe? Alguém está achando que vai ter muita sorte hoje, não é?

- Um homem pode sonhar, não pode? – Ele brinca e eu o empurro de lado. – Brincadeira, brincadeira. Eu trouxe para que comemorássemos.

- Comemorar o que? – Pergunto curiosa quando ele tira as taças da cesta e me estende uma, antes de abrir o champanhe.

- Nós. – Ele nos serve e levanta a taça para bater com a minha, eu estendo e brindamos.

A gente merecia um brinde mesmo, acho que ele tinha noção que nosso começo tinha sido conflituoso, mas que estávamos indo bem  e quem sabe, podia ser melhor ainda.


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E ai? Será que agora vai de vez????

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DICA DE LIVRO DO CAPÍTULO:

Tímido Safado "A verdadeira face de um tímido" por Laranjinha_Pris Você já se apaixonou por algum garoto da escola?Sabe aquele garoto lindo que toda menina quer namorar? Ou quer pelo menos que ele preste atenção em você quando passa nos corredores da escola?Então logo vem em mente o popular capitão do time, certo? Errado.Vamos esquecer o capitão do time e vamos focar no garoto tímido e mais inteligente da escola.


All In The Name Of Love por LunaMarinoMontovani
Ele foi embora com o coração partido,

Ela ficou arrasada com sua partida, Ele voltou, mas voltou com o medo da rejeição. Ela vibrou com sua volta, mais não se aproximou com medo de seu coração mais uma vez se partir. Ele decidiu que ela seria sua e demais ninguém. Ela mesmo não querendo já era dele. E ele irá fazer o que for preciso para ter a mulher que ama e seus filhos em seus braços.

Já leram? Já conhecem? Me contem! Deem uma olhada!
Espero mais dicas de livros de vocês <3

LAÇANDO O COWBOY (COWBOYS #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora