CAPÍTULO 14

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MARCOS

Como era possível isso?

Como era possível ela despertar em mim todos os sentimentos, desde os mais avassaladores até o mais calmos. Ela me acalmava e me agitava, tudo ao mesmo tempo.

Quando as minhas calças caíram no chão. Ambos estávamos de roupa íntima e nos encarando com tanto sentimento que era palpável. Podia sentir a eletricidade no ar.

Retiramos o restante das roupas e finalmente nos tocamos. Era bom demais.

Eu nunca tive uma relação assim, onde cada toque importava, onde cada suspiro era tudo.

Era como se fosse a primeira vez, mas onde já tínhamos experiência de tocar, saber onde tocar.

Era bom demais.

*

Acordei com um peso extra apoiado no meu braço, e sabia instintivamente que era o corpo da minha deliciosa Maria Joana.

Dava pra ver as luzes do dia saindo por debaixo da cortina, e eu sabia que logo logo teria que levantar e começar o dia, nem que seja para começar o café da manhã dela.

Acariciei seu cabelo e dei um beijo leve em sua testa, antes de sorrir para a visão dessa mulher maravilhosa. Ela era perfeita da cabeça aos pés. Cada detalhe dela era importante, era precioso.

Me soltei dela devagar e levantei na ponta dos pés para ir na cozinha ver o que tinha para que pudéssemos comer.

A noite tinha sido mágica, e eu queria que o dia começasse melhor ainda.



JOANA

Acordei com um barulho que parava e voltava em um intervalo curto de segundos. Eu queria continuar ignorando e sonhando com a noite maravilhosa que havíamos tido.

Mas como se algo fosse mais forte que eu, como se eu tivesse tido um pressentimento ou coisa do tipo, eu levantei da cama calmamente e fui em direção ao celular, que estava na minha bolsa, em cima da cadeira no canto.

O número era desconhecido, mas eu ainda estava sonolenta demais para dar importância.

- Alô?

- Alô? Joana? Minha nossa senhora, finalmente consegui falar com você! – Uma voz masculina agitada e grave falou. Eu conhecia aquela vox.

- Dionísio? Por que você está ligando tão cedo? Ou já é de tarde? Céus, eu perdi o controle da hora! – Levo uma mão ao rosto, mesmo sabendo que ele não podia me ver.

Eu não conseguia pensar o motivo dele estar me ligando, bem, havia um e tudo mais, mas não seria possível...

O meu corpo inteiro trava, como se sentisse a notícia antes mesmo dela ser dada.

- É a sua avó, Jô! Eu cheguei um pouco mais cedo porque havia esquecido meu celular aqui, e a encontrei passando mal no bar e quando dei por mim, ela já havia desmaiado. Eu chamei os paramédicos mais rápido que eu pude e tentei falar com você, mas só chamava e ninguém atendia e agora estamos indo para o ... – Ele continuou a falar, mas tudo havia congelado e desacelerado a minha volta.

Minha avó.

Minha avozinha.

Meu último parente vivo, a pessoa mais cheia de vivacidade que eu conheço, ela que me tirou do buraco quando eu mais precisei...

Eu não sabia se poderia viver sem ela.

Eu não sabia se conseguiria viver sem ela. Não agora, não tão cedo.

Meu coração não ia aguentar, e principalmente, minha alma.

Depois de desligar com o Dionísio, foi como se tudo voltasse a ação e eu me vi cheia de adrenalina para chegar mais rápido até ela. Fui catando minhas peças pelo chão e fui ao banheiro me aliviar e arrumar o mais rápido possível.

Estava saindo do banheiro, ainda descalça quando Marcos volta com uma bandeja cheia de coisas que pareciam deliciosas, mas só de vê-las, meu estômago embrulhava.

Precisava chegar a minha avó e rápido.

- Jô? Está tudo bem? – Eu podia notar a preocupação e um pouco de tensão na voz dele, mas eu não tinha tempo.

Precisava ir.

- Eu preciso ir. – Tentei passar por ele, que agora não segurava mais a bandeja.

Ele me segura pelos braços, mas não com força.

- Ir? Ir para onde? Está tudo bem? Eu fiz algo de errado? Eu te machuquei? – Ao dizer a última parte, seu rosto se contorce.

E honestamente, eu me arrependi de falar aquela besteira no minuto que ela saiu, mas eu estava nervosa, ele me segurando e ainda mais questionando o motivo de ir embora sendo ele a causa.

- O mundo não gira em torno de você, Marcos! Eu tenho coisas para resolver e não posso ficar mais um minuto aqui!

Ele parece com raiva também.

- Por que não pode? Me conta o que tem pra resolver! Me diz!

- Marcos, agora não dá! Me deixa ir. – Forcei de novo, mas ele continuava me segurando, motivado a me fazer falar.

- Agora não.

- Por que não?

Eu havia perdido minha paciência, e cada minuto que eu continuava ali, era mais um minuto que eu perdia com ela.

Minha avó.

Minha avozinha...

As primeiras lágrimas apareceram quando eu comecei a imaginar o rosto dela pálido.

Por favor, Deus, não tire ela de mim.

Marcos me amparou, e logo nós dois estávamos no chão, eu chorando muito e ele me abraçando.

- P-por fa-favor Marcos, eu preciso ir. – Disse entre soluços.

- Por que? Me conta, por favor, meu anjo.

- Porque minha avó precisa de mim, e eu não estou lá quando ela mais precisa de mim. – Eu tento me recompor e me endireito, antes de levantar, meio sem jeito. Ele também levanta e me encara.

- Então vamos.

E eu apenas aceno.

Finalmente.

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LAÇANDO O COWBOY (COWBOYS #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora