JOANA
Ele estava sentado assim como eu o deixei para buscar o kit de primeiro socorros.
Puxei o banco para chegar mais perto dele e ficamos de frente um para o outro, ainda calados.
Foi só quando eu coloquei o pedaço de algodão embebido com remédio e apliquei no supercílio dele.
Ele resmungou e apertou minha mão.
- Ardeu.
- E vai arder mais ainda, é melhor aguentar.
Ele ainda parece irritado, mas aguenta, e continua apertando minha mão enquanto passo o algodão limpando os machucados e colocando um curativo no nariz.
Estendi um saco de gelo para ele, que colocou no rosto e gemeu.
- Que alívio, e dor ao mesmo tempo. – Ele ri fracamente.
- Isso que acontece quando tenta dar uma de machão.
- Eu não aguentei ver ele te tocando daquele jeito, como se tivesse direito quando claramente você não queria.
Um arrepio percorre meu corpo só de lembrar daquele nojento.
- Obrigada, por me salvar daquele nojento, eu só queria um pouco de ar e ficar sozinha por uns instantes quando ele apareceu do nada e... – paro de falar ao pensar no que podia ter acontecido se ele não tivesse aparecido.
Marcos aperta minha mão na sua e acaricia um pouco, fazendo com que meus olhos fossem para ele.
- Se você precisasse, eu salvaria você de novo num piscar de olhos.
Ficamos nos encarando por um tempo, sem precisar de palavras, sem precisar de mais nada a não ser olhar um para o outro.
Eu estava prestes a me inclinar e...
- Marcos! Ai está você, bebê! – A voz de Jane nos alcança e eu endureço, soltando rapidamente minha mãe da de Marcos.
Ele percebe endurece também.
- Joana...
- Marcos, bebê, vamos? Depois de toda a confusão e ... – Ela para e olha para nós dois. – Uau, você estava metido naquilo? Tadinho, quer que eu cuide de você? – A voz nada agradável dela me dava vontade de soca-la.
Esse imbecil.
Essa safada.
E eu quase... quase...
Me levanto de supetão.
- Pode cuidar dele. – E saio as pressas, indo para a cozinha.
Maldito!
MARCOS
Eu tinha definitivamente a pior sorte de todo o planeta.
Na hora que eu estava quase chegando perto dela, acontece isso.
Jane pega o algodão que Joana largou e começou a se aproximar, mas eu levantei a mão.
- Pode ir pra casa, Jane. Daqui eu me viro.
- Mas... – Ela olha confusa e depois irritada. – Eu sabia! Está escolhendo aquela estranha! Vai lá então, e depois quando você voltar rastejando, eu não vou querer mais! – E sai andando, ou melhor, rebolando.
Mas eu não ligo, eu estava focado em outra pessoa.
Vou em direção a cozinha.
Agora ela teria que me ouvir.
JOANA
Que cretino!
Que otária eu era!
Eu merecia isso mesmo, merecia passar essa vergonha pra aprender.
Eu não vim aqui atrás de homem, vim aqui atrás de mim mesma. Já era bagunçada o suficiente a minha vida pra adicionar o Marcos a ela.
" Você é linda, minha filha. E um dia, um homem maravilhoso vai dar valor a joia que você é"
Minha mãe me disse isso uma semana antes de morrer, quando eu havia brigado com o meu agora ex-namorado e tinha dito que homens não prestavam.
- É, mamãe, parece que esse dia ainda não chegou. – Meus olhos enchem de lágrimas rapidamente, mas eu me recusava a deixar qualquer uma delas caírem.
- Joana. – Marcos fala e eu continuo de costas para ele.
- Vá embora.
- Não! Eu estou cansado disso já!
- Disso o que? – Me virei para ele, com as mãos na cintura. – De você se metendo na minha vida? Também estou cansada! Toda vez que eu tento seguir em frente, você aparece e estraga tudo! Não se aproxime! – Eu digo alto quando ele continua a andar em minha direção, até parar de frente para mim.
- Você acha que eu queria gostar de uma abusada como você? Que tem sempre uma resposta na ponta da língua, cheia de atitude e com um temperamento horrível?
É isso que ele acha achava de mim?
- Você nem me conhece direito e diz essas coisas! Quer saber de uma coisa? Vá se ferrar!
- Eu prefiro me ferrar com você. – E antes que eu pudesse pensar em uma resposta espertinha, ele já tinha me puxado contra seu corpo forte, colocando uma mão no meu cabelo e outra na minha cintura. – Eu estou um pouco cansado demais de lutar contra essa droga de atração.
Ficamos nos encarando, esperando quem seria aquele que daria o primeiro passo.
Nunca pensei que seria eu.
- Então, não lute. – E aproximei minha boca da sua.
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LAÇANDO O COWBOY (COWBOYS #2)
RomanceSINOPSE: Dona Lúcia está inquieta. Seu único filho, finalmente está encaminhado com a nora dos sonhos. Mas alguma coisa a incomodava, ou melhor, alguém. Ela acredita que todos merecem a chance de encontrar a felicidade. Mesmo que você não esperasse...