CAPÍTULO 11

5.8K 668 44
                                    

           

MARCOS

Tudo estava indo conforme o planejado.

O Marcos de antes teria dito que sim, o champanhe era um jeito de dizer que eu esperava que talvez, mais tarde, tivesse algo mais.

Entretanto, uma certa senhora disse para mim que se eu fizesse isso, Joana iria provavelmente me bater e me xingar.

"Fale isso e eu mesma vou te xingar e te bater! Tome Juízo!"

E assim, eu tomei jeito e disse algo que agradou a ela e também a mim. Tínhamos sim que celebrar esse momento, esse novo momento. Esse nosso momento.

Conversar com ela nunca era maçante quanto conversar com as outras mulheres. E até quando ficávamos em silêncio as vezes, olhando para o nada, o silêncio não incomodava.

Era gostoso.

Era contemplador.

Contemplador? Isso é uma palavra.

Ter sentimentos me fez achar que sou um poeta, ou só um otário muito esforçado para impressionar a mulher mais bonita e desafiante que ele já conheceu.

Encaro o sorriso sereno no rosto dela enquanto fecha os olhos e deixa a brisa do mar e provavelmente partículas de areia passar pelo rosto dela, e desejei ter uma câmera ali, para capturar a praia quase deserta, o sorriso sereno, o sol se pondo ainda...

- Por que você está me encarando, Marcos? Tem algo no meu nariz? – Ela abre os olhos e agora o sorriso sereno é voltado para mim.

Eu devia ter respondido algo espirituoso, mas eu só queria mesmo era beijá-la. De novo.

Chego mais perto dela, e estendo uma mão para o seu rosto e aliso de leve, sentindo a textura macia nela. Tudo nela era bom. Quando seu rosto se aproxima do meu, não tem mais aquele medo de ser rejeitado, só tem aquela antecipação gostosa de ter a boca dela encostada na minha.

Se eu pudesse ser mais menininha ainda, diria que até borboletas no estômago eu estava sentindo.

Ai nossas bocas se encostam e eu esqueço tudo. Esqueço quem eu sou, o mundo a nossa volta e só tenho foco na boca dela, nos lábios quando se abrem e sua língua toca a minha, como nossas línguas se entrelaçam, como ela tem gosto de morango com chocolate, e eu me vejo querendo mais.

Era uma sensação que tomava por completo e que me fez agarrar ela mais apertado a mim. Eu era um homem que já teve sua cota de diversão por ai, mas com aquela, só de tocar de leve e beijar, já me fazia ficar duro mais do que qualquer coisa.

O jeito que ela passava o rosto na minha barba por fazer e me olhava com o olhar aquecido, o jeito que paramos de nos beijar e ficávamos nos olhando, com desejo.

Com vontade.

- Eu quero você, Maria Joana, e se não fosse por estarmos em público, eu teria tomado você aqui e agora.

- E por que não faz? – Ah, minha mulher é selvagem.

- Porque na primeira vez que eu tiver você, eu quero tomar o meu tempo.

Ela sorri para mim e eu sei que disse as coisas certas, e dessa vez eu não tive que pensar muito sobre isso, porque era o que eu queria. Quando tomasse ela, queria ter todo o tempo.





JOANA

O encontro estava sendo maravilhoso, mas eu já havia tomado a minha decisão.

Eu queria dormir com o Marcos.

Talvez fosse precipitado e um movimento bastante arriscado, mas eu queria. Queria arriscar, queria viver um pouco.

Minha avó tinha razão, e como diz aquele ditado, quem arrisca não petisca, e caramba se esse encontro com o Marcos não me dava vontade de petiscar ele todo.

Estava escurecendo quando fomos para o carro guardar tudo e Marcos iria me levar para o bar. Mas quando entramos no carro, eu peguei a mão dele e apertei, fazendo com que ele olhasse para mim com uma sobrancelha arqueada em questionamento.

- E-eu não... – Paro e respiro antes de continuar. "Você consegue, Jô" – Eu não quero que a noite acabe ainda.

Ele me olha com os olhos nublados de desejo que ele tenta esconder rapidamente, e eu me dou conta que ele quer a mesma coisa, mas não queria perguntar por medo do que eu poderia pensar.

- Você tem certeza disso?

- Sim.

Ele balança a cabeça.

- Ok, mas vamos no bar antes para que você pegue uma bolsa para passar a noite e avisar a sua avó, não quero que ela se preocupe.

Eu podia avisar que bastava ligar para ela que estava tudo certo, mas achei melhor concordar, ele queria se mostrar respeitoso para minha avó, então tudo certo.

O caminho de volta era tão calmo quanto o de ida, conversávamos e ríamos, agora cúmplices. Não parecíamos em nada como no começo, quando tudo o que dirigíamos um ao outro fosse insultos.

Quando entramos no bar, o movimento estava mais ou menos, então consegui falar com a minha avó calmamente.

- Vó, hoje eu vou passar a noite no Marcos. – Falo baixinho para ela, enquanto me inclino no balcão para conversássemos privadamente.

Ela me observa e sorri.

- Então quer dizer que hoje foi um encontro produtivo, hmm, claro minha neta, vai sim, se divirta.  – Ela acena com uma mão, mas quando eu penso em me afastar, ela me segura pelo braço e me olha cautelosamente. – Eu esqueci de dizer, tem uma pessoa aqui pra te ver. – Ela faz um gesto com a cabeça em direção a uma mesa quase nos fundos, onde uma pessoa está de costas. Um homem.

Olho para ela com curiosidade antes de fazer um sinal com a mão para que Marcos esperasse, e fui em direção a mesa, e caramba se eu não tomei o maior susto ao encontrar alguém que eu nunca mais pensei que veria.

- Ricardo!


___________________________________________________________________________________________________

E agora hein???

QUEM SERÁ?

VOTEM! COMENTEM!

LAÇANDO O COWBOY (COWBOYS #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora