2

335 11 0
                                    

1 ano e oito meses atrás.

_Vamos levar a paciente para o leite 3 – Diz a enfermeira que empurrava minha cadeira de rodas.
Minha bolsa havia acabado de estourar, por mais que eu quisesse fazer uma cesariana, parecia que o pequeno Sam discordava da minha opção. Will andava nervoso ao meu lado, eu podia ver os nós dos seus dedos ficarem bancos e sua respiração mudar, enquanto ele apertava com força o controle da cadeira de rodas.
Já eu estava tranquila. A gravidez de Sam foi bem tranquila, sem as agitações que tive quando estava grávida de Jamie – Graças a Deusa – enão tive nenhuma complicação, o que me deu uma paz de espírito suficiente para aguentar mais um parto normal.  Will e eu havíamos discutido sobre a forma que o parto iria ser feito, eu de início queria o parto normal, mas Will insistiu tanto em fazer a cesariana que eu acabei cedendo, mas assim como o irmão, Sam era teimoso e resolveu vir antes da hora. A enfermeira para com a cadeira ao lado da cama e me ajuda a subir. As contratações estavam vindo bem devagar, o que ainda me fazia ter esperança da cesariana poder acontecer.
_Aonde está a Dra Robins? – eu pergunto.
_Ela está em cirurgia querida – diz a enfermeira enquanto aceitava meu travesseiro – Mas ela já foi avisada que você está aqui, daqui a pouco ela vem.
_Tudo bem.
_Se precisar de algo é só me chamar – ela me dá um aperto de mão, um sorriso e vai embora.
Will posiciona sua cadeira ao lado da minha cama e aperta minha mão.
_Vocês estão bem? – ele pergunta, sua voz estava rouca e eu sabia que ele estava preocupado.
_Eu estou bem Will, estamos bem. O seu filho só é um pouco apressado.
Me arrasto para a beirada da cama e me levanto. Will começa a protestar, mas eu apenas ignoro seus resmungos e vou até o banheiro. Depois de fazer minhas necessidades eu visto a camisola do hospital e me sento na cama, enquanto transava meu cabelo.
_Você deveria ficar mais quieta Clark.
_Will, eu já passei por isso antes, vai ficar tudo bem – me inclino e lhe dou um selinho – Relaxe.
Passaram alguns minutos até que eu tivesse outra contratação é essa veio bem forte. A enfermeira veio e colocou o monitor em mim e logo que a contração passou, Arizona entrou pela porta, seu cabelo preso em um coque baixo e ainda com a touca da cirurgia.
_Então, os seus bebês tem o péssimo costume de vir mais cedo do que o esperado não é? – ela diz sorrindo.
_Eles puxaram isso do pai, são teimosos – Eu digo e  Will revira os olhos.
_Bem, vamos fazer um exame para ver a situação.
Will apertava a minha mão enquanto Arizona me examinava, ele parecia travado. Usei meu polegar para acariciar seus dedos e ele pareceu relaxar por alguns segundos.
_Bem Lou, você está com quatro centímetros de dilatação. Quando a sua bolsa estourou?
_Faz mais ou menos uma hora.
_Eu vou te dar alguns remédios para aumentar sua dilatação e vamos ficar de olho nesse bebê, ok?
_Tudo bem.
Arizona aumentou os meus remédios e por alguns segundos eu fiquei com sono.  Will foi tomar um café e Treena me ligou para que eu pudesse falar com Jamie, que já estava preocupado comigo. Ele me fez prometer que eu voltaria bem e que levaria o seu irmãozinho fora da minha barriga dessa vez.
Passaram mais de quatro horas e as minhas contrações estavam cada vez menores. Arizona me deu mais uma dose de remédios para aumentar a dilatação, mas parecia que não estava funcionando, o que já estava começando a me deixar preocupada. Mais duas horas se passaram e eu havia começado a suar muito. Arizona entrou no quarto e seu rosto mudou quando me viu.
_Oh não!
_O que foi!
Ela tira um termômetro do bolso do jaleco e mede minha temperatura. Ela faz uma careta ao olhar para ele.
_Você está com febre alta Louisa, isso não é bom.
_Como assim não é bom? O que está a acontecendo? – Will pergunta alarmado.
_A sua bolsa já estourou a muito tempo. O bebê não pode ficar mais do que 48 horas na barriga. Mas você está com febre, pode estar havendo algumas complicações.
_Oh meu Deus – aperto minha não sobre minha barriga em sinal de proteção. Will aperta a minha mão e sinto que seus dedos estão frios.
_E o que vamos fazer? – ele pergunta.
Arizona parece pensar por alguns segundos, e depois suspira.
_Bem, vou fazer alguns exames e te dar um remédio para abaixar a sua febre.
Arizona me examinava e me dá mais alguns remédios que me deixam com sono, e então eu me rendo e me deixo dormir.

Wills Pov:

_Eu não sei mãe, estou preocupado – eu falo no telefone enquanto olhava Louisa dormir. Ela ainda estava suando e seus cabelos estavam molhados – Estou com medo mãe.
_Will, partos nem sempre acontecem como o normal, mas você vai ver, no fim tudo vai dar certo. Relaxe meu bem, Louisa e Sam vão ficar bem.
Louisa se meche na cama e eu avanço com minha cadeira para ficar mais perto dela.
_Ela está acordando mãe, tenho que ir.
_Tudo bem filho, mas fique calmo, eu já estou chegando. Vai dar tudo certo.
Desligo o telefone e Louisa já estava acordada, seus olhos estavam apertados e sua pele pálida. Toco no seu rosto e ele estava mais quente do que antes.
_Will – ela diz Fraca – Chame a Arizona.
Aperto o botão para chamar a enfermeira e aperto sua mão.
_O que você tem? – eu pergunto. Meu estômago estava pesado, como se eu tivesse engolido um tijolo inteiro.
_Eu não sei. Está doendo, mas não como uma contração, estou sentindo minha barriga pesada.
Arizona entra no quarto e ao olhar Louisa ela pareceu se assustar, como se o maior medo dela estivesse acontecendo. Eu senti um frio na minha espinha enquanto ela examina Louisa e rezei para todos os deuses para que ela ficasse bem.
_Louisa, vamos levar você para uma cesariana de emergência.
_O que?! – sinto meu estômago revirar – POR QUE? O QUE ESTÁ ACONTECENDO? – eu começo a me desesperar.
_Os exames indicaram que você está com início de eclampsia Louisa, precisamos tirar o bebê o mais rápido possível para poder administrar os remédios.
_Oh meu Deus – vejo uma lágrima solitária descer pela bochecha de Louisa, o que corta meu coração – Mas você garante que vai ficar tudo bem?
_Louisa, infelizmente todo processo cirúrgico tem seus riscos, mas eu garanto a você que vou fazer o meu melhor – Louisa assente com. A cabeça, mas posso ver sua garganta se mechem quando ela engole em seco – Vou mandat alguém vir prepara-la para a cesariana. Will, você vai querer acompanhar?
_Claro que sim – eu digo sem pestanejar. Mas é claro que eu iria acompanhar o nascimento do meu filho.
_Tudo bem. Louisa – a pega na mão dela é da um aperto – Tudo vai ficar bem, confie em mim.
_Eu confio – ela responde sorrindo fraco.
Arizona retribuiu com um sorriso confiante e sai da sala. Na mesma hora Louisa começa a chorar e ela sai da cama, sentando no meu colo. Passo meus braços ao redor dela é beijo sua testa.
_Eu estou com medo Will – ela diz.
_Xii, vai ficar tudo bem. Nós iríamos fazer uma cesariana desde o início, vai dar tudo certo. Vocês dois são fortes.
_Will – ela tira o cabelo do rosto e olha nos meus olhos, vermelhos de segurar o choro – Se você tiver que escolher entre o bebê e eu..
_Nem se atreve a terminar essa frase Louisa Traynor.
_Mas Will...
_Não – eu a corto de novo – Não vai acontecer isso, nunca. Você não vai se atrever a me deixar, por que você é a minha vida, e se você for, eu morro também. Então nem se atreva a fazer isso. Se você ver a luz branca, mande-a ir se danar.
Ela sorri e me puxa para um beijo longo e significativo. Somos interrompidos pela enfermeira Pigarreando ao nosso lado e então seguimos para a sala de preparos.

Narrador Pov:

Louisa já estava na maca da cirurgia, anestesiada e com a visão para a barriga tampada. Will estava sentado ao seu lado, segurando sua mão e passando a outra pelos seus cabelos, de vez em quando se abaixando para dar um beijo em seus testa. Antes de entrarem na sala, Will recebi uma ligação de Treen, avisando que eles já estavam ali, na sala de espera é que Jamie não parava de perguntar da mãe, o que o deixou de coração apertado. Ele falou com o filho, para acalma-lo e prometeu que voltaria tanto com Louisa, quanto com Samuel. Camilla também havia chegado, junto com Rita e Nathan, e os pais de Louisa, que também pareciam aflitos.
A sala de cirurgia estava tensa, coberta pela tensão de Louisa e Will, apesar dos esforços de Lou para se manter calma e ajudar na cirurgia, ela não conseguia abandonar aquele fio de medo de que as coisas dessem errado.
_Tudo bem Louisa – Arizona disse – Vamos começar.
_Ok – ela respondeu simplesmente. Sua garganta estava seca, tanto de sede, quanto de medo.
Arizona fez o primeiro corte e então começou com a cesariana. Os sinais vitais de Louisa estavam bons, e os do bebê também, o que era um bom sinal.  A febre havia diminuído e tudo parecia estar ocorrendo como deveria. Will apertava a mão de Louisa, transmitindo confiança, por mais que ele também estivesse com medo, seu rosto tinha uma expressão de calma, como se ele soubesse que tudo daria certo, ou pelo menos ele acreditava nisso.
Arizona fez o segundo corte, e então pediu a um dos internos para afastar as paredes do útero de Louisa. E então, alguns minutos depois, um choro enchei a sala, e o pequeno Sam veio ao mundo. Com pulmões fortes, observou a doutora. Ela cortou o cordão e  o entregou a enfermeira que realizou os primeiros procedimentos, limpou o bebê e o entregou não braços do pai.
Will sentia um misto de alívio e a emoção que sentiu quando Jamie nasceu, ele não conseguia explicar aquela sensação para ninguém. O pequeno Sam era uma mistura perfeita dos dois, e ele observou esse fato com alegria. Ele levou o filho para que Louisa visse, e ela não podia sorrir menos.
_Oi meu amor – ela disse e o bebê parou de chorar na mesma hora – É a mamãe, bem vindo ao mundo Samuel, a mamãe ama muito você.
_O papai também – Will acrescentou fazendo os dois rirem.
_Olhem para a foto – Disse a enfermeira que segurava uma câmera fotográfica. Os dois sorriram e assim tiraram a primeira foto com o filho.
Depois de alguns minutos Will foi obrigado a sair da sala e Louisa o instruiu a seguir o filho, para garantir que ele ficaria bem, com relutância, mas então Will obedeceu, indo atrás da enfermeira que empurrava um carrinho com seu filho em cima.
_Ok Louisa, vamos fechar você agora – Arizona disse.
_Fique a vontade para tirar um pouco dessa pele acumulada se quiser – Louisa brincou fazendo a equipe médica rir.
_Pode deixar.
Quando já estava quase terminando, Arizona se assustou ao escutar o barulho do monitor cardíaco. A pressão de Louisa estava caindo e ela já havia desmaiado. Ela então cortou os pontos e saiu a procura da fonte do problema, nada, nada é mais nada.
_Vamos Louisa me ajude.
E então, como se Deus atendesse suas preces, ela finalmente achou a fonte do sangramento e o conteve. Mas infelizmente, a pressão de Louisa caiu e seu coração estava fibrilhando. Ela então largou seu posto e foi fazer massagem cardíaca no peito da jovem.
_Preparem as pás – ela gritou e então a enfermeira surgiu ao seu lado segurando o desfibrilador, enquanto outra administrava um balão de ar no rosto de Louisa. .
_Carrega em 100 – a medica ordenou – Afasta.
O corpo de Louisa saltou com impacto do choque, mas ainda não havia adiantado.
_Carregue em 150. Afasta – mais um fez e não adiantou – Vamos Louisa. Carregue me 200, afasta!
Dessa vez, surgiu um batimento na tela e o coração de Louisa começou a bater, forte e determinado. Fazendo a médica soltar um suspiro de alívio.
_Vamos fechar pessoal – ela disse aliviada.

Louisa's POV:

Acordo em um sobressalto. Meu corpo estava suado  e eu automáticamente levei minhas mãos o meu ventre. Fazia tempo que eu não sonhava com o parto de Sam, muito tempo mesmo. Olhei em volta e percebi com alegria que estava na minha cama, em casa. Desço da cama e vou de camisola mesmo até o quarto dos meus filhos. Abro a porta com cuidado e vejo que os dois dormiam tranquilos em suas camas. Foi um beijo na testa de Jamie e ele nem se meche, já que puxou o sono pesado da irmã.  Vou para o lado de Sam e vejo que ele agora dormia de lado, com o rostinho sereno e agarrado ao seu ursinho de pelúcia.  Era uma cena fofa, uma das mais lindas que já vi. O cubro de novo com seu cobertor e lê dou um beijo na bochecha. Fecho a porta do quarto e volto para o meu, fazendo uma pequena prece no caminho e agradecendo por tudo ter saído bem e meu filho e eu estarmos saudáveis hoje.







































































Vivendo com você, Livro doisOnde histórias criam vida. Descubra agora