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Contei até três e Sam e eu abrimos a porta. Will estava de costas, olhando para a grande janela de vidro, que ia do teto ao chão, observando o movimento agitado de Londres lá em baixo. Vestia  terno de linho azul escuro, mas estava sem o paletó, e uma camisa azul bem clara. Ele pareceu não escutar nossa entrada, então Sam tomou a frente e correu até ele, pulando em seu colo de uma vez e pude ver as costas de Will tremerem com o susto, tentei conter o riso.
_Ora ora, temos um intruso – Will disse ainda de costas.
_Papai, olha meu coelhinho – Sam ergueu seu coelho orgulhoso, como se fosse um troféu.
_É lindo filho, um ótimo ajudante para o papai.
Sam olhou para mim orgulhoso.
_Ta vendo mamãe, eu dissi que ele ia gostar.
Eu sorri
_Estava certo filho.
Will virou a cadeira devagar e olhou para mim com um ar de CEO, como se fosse me dar uma bronca. Aqui, para em frente a mesa dele, me senti uma funcionária que fez besteira.
_Ora ora, outra intrusa. O que vamos fazer com você?
Dei de ombros.
_Não sei, quem sabe me jogar da sua torre de marfim, ou me trancafiar em um quarto escuro no porão ou me manda dar em pedaços para meus pais. Você decide.
Ele me olhou chocado e riu alto. Da desceu do colo dele e arrancou a pequena bolsa que eu carregava com alguns brinquedos seus da minha mão, indo para um canto do escritório e esquecendo nós dois completamente.
_Talvez eu faça alguma dessas coisas – Ele olhou pro lado para ter certeza que Sam não nos escutaria e se inclinou mais sobre a mesa – Mas agora, tudo que eu queria era jogar tudo dessa mesa o chão, jogar você em cima dela e fazer você implorar para que eu não pare.
Engoli em seco, incapaz de responder a sua proposta indecente.
_Ou talvez amarrar você na nossa cama e fazer com você tudo que eu quiser – ele continuou. Remédio as pernas tentando me conter – Mas como eu não posso fazer isso, já que meus movimentos me impedem, me contento em apenas apreciar sua companhia.
Sorri para ele e consegui mexer meus pés, me  encaminhando para perto dele. Depois de mais uma olhadinha para Sam, eu sentei em seu colo, passando os braços ao redor do seu pescoço e cursando minhas pernas.
_Eu não vim aqui só para apreciar sua companhia – Eu disse baixinho e ele sorriu travesso.
_E por que veio aqui? – sua voz rouca enviou arrepios ao meu corpo.
_Vim dar boa tarde ao meu marido – Me inclinei para frente e lhe dei um selinho rápido – Boa tarde.
Comecei a me levantar, mas ele usou toda a força para me segurar no lugar. Movimento que o deixou ofegante pelo esforço.
_Boa tarde – e então ele me puxou para um beijo apressado e profundo.
Por um tempo, até esqueci que Sam estava ali, que a porta estava aberta e que o prédio do lado podia ver claramente a sala de Will, esqueci disso tudo só para aproveitar o beijo maravilhoso do meu marido. De todos os homens que beijei em minha vida – admito não foram muitos, talvez uns 3 – Will sem dúvidas era o melhor. “Tetraplégico ele ainda era melhor que certas pessoas em certas coisas”  meu subconsciente gritou, mas eu ignorei – por mais que fosse verdade.
Nos afastamos ofegantes, mas eu não aguentei e comecei a rir na cara dele, que me olhou sem entender.
_Eu te beijo e você ri? – ele perguntou indignado.
_É que você está todo sujo de batom – peguei o meu celular e mostrei o reflexo para ele, que apenas abriu um sorriso convencido.
_Um Homem tem que carregar suas marcas – ele disse – eu as carrego com orgulho.
Peguei um lenço humedecido de Sam na minha bolsa e passei no seu rosto.
_Espero que só tenha marcas minhas.
Ele riu.
_Ninguém deixa marcas como você meu amor. Todas elas são suas.
Terminei de limpa-lo, tirei o resto de batom do meu rosto e lhe dei um selinho.
_É bom mesmo – me inclinei para sussurrar no seu ouvido – Ou a próxima mercado será dos meus punhos no seu rosto.
Ele engoliu em seco e eu levantei do seu colo com um sorriso triunfante. Confirmei a mesa e me sentei na cadeira do outro lado, parecia que estávamos em uma negociação.
_E então – ele começou – O que a trás aqui? Tenho certeza que não veio aqui só me beijar e ameaçar o meu lindo rosto.
Balanço a cabeça.
_Não – falei – Na verdade vim ver você. Estava entediada em casa, você disse estar entediado aqui, então combinei tudo.
Remexi na minha bolsa e tirei o pote branco da tampinha verde.
_E trouxe cookies da Isobel.
Abri o pote e coloquei próximo dele, que logo tratou e pegar um e morder.
_Que delícia. Eu estava com fome – ele disse de boca cheia – Isobel sempre acerta.
_Ela é mesmo maravilhosa.
Senti duas mãozinhas na minha perna e olhei para abaixo, vendo os olhos pidões de Sam.
_Mamãe Telo um.
_Você já comeu em casa Samuel.
Ele fez um biquinho.
_Só um.
Revirei os olhos, vencida.
_Tudo bem, peça a seu pai.
Ele nem esperou dois segundos e já correu pro lado de Will, escalando o colo dele e mordendo o biscoito ansioso.
_Esse molequinho ama biscoitos – Will observa, enquanto engole o próprio biscoito cheio de gostas de chocolate.
Não consegui segurar uma risadinha sarcástica.
_De quem será que ele puxou isso não é.

Passamos uma tarde agradável. Sam e eu íamos embora, mas Will fez questão de que ficássemos e então passamos a tarde juntos. Depois, fomos buscar Jamie e Claire, que adorou o fato de o pai ter ido buscá-lo também. O que me deixou com um pouquinho de ciúmes, mas tudo bem.
Quando chegamos em casa, Jamie veio todo orgulhoso, mostrar que tinha ganhado a maior nota da sala na provinha que a turma fez. Ficamos orgulhosos e então eu prometi que ele teria sorvete depois do jantar. Alguns pais não concordam em dar recompensa aos filhos por tirar boas notas, mas eu achava era importante. Sam era um menino muito Inteligente pra sua idade, e merecia ter crédito por isso. Além do mais eu já ia dar bolo com sorvete para ele mesmo – mas se perguntarem eu nego até a morte.
O sorvete era só para ele, mas Lily e Sam ficaram me olhando com aqueles olhos pidões e Will ainda se juntou a eles, então eu não resisti, todos acabamos comendo bolo com sorvete.
O dia foi muito agradável e tomei banho sorrindo com tudo que tinha acontecido. Depois de limpa e vestida com minha camisola preta com bolinhas brancas, me aconcheguei ao lado de Will na cama, que estava concentrado em seu celular. Ele tinha aquela ruga na testa que sempre ficava quando estava trabalhando, mas ainda sim, um pequeno esboço de sorriso se formava no canto dos seus lábios, o que indicava que ele estava satisfeito com algo.
_Será que você não para de trabalhar? – eu perguntei sarcástica e ele apenas sorriu e largou o telefone, virando a cabeça para olhar para mim.
_Parei – ele disse sorrindo – Tenho uma novidade para você.
Me endireitei na cama sentada ereta, curiosa.
_O que foi? É boa?
Ele deu de ombros. Devo ressaltar que Will dando de ombros era muito engraçado. Era um pequeno movimento, quase imperceptível, mas ele fazia uma careta muito engraçada e eu me segurava para não rir toda vez.
_Isso depende do seu ponto de vista.
_Diga, eu estou curiosa.
Minha curiosidade agora estava a mil.
Ele respirou fundo e falou olhando nos meus olhos.
_Acabei de fechar um grande negócio em parceria com Christian Grey.
_Isso é muito bom meu amor – eu falei – parabéns.
_Obrigado, mas isso não é tudo – ele fez uma pausa e continuou – Eu preciso passar uma semana em Seattle, para concluir tudo.
Minha animação acabou. Eu odiava ficar longe de Will, mesmo que fosse por pouco tempo. E mesmo que eu pudesse ir, Jamie tem escola, não quero deixar meu filho para trás.
_Ah.
_Pode animar esse rostinho, porque vocês todos vão comigo.
Arregalei os olhos.
_An? Não podemos. Eu vou trabalhar e Jamie tem escola e...
_Louisa deixe-me terminar – ele colocou o dedo nos meus lábios, me calando – Eu estava conversando com a diretora de Jamie, ela já liberou ele, Lily está de férias e Maria já disse que te cobre na loja, ou seja, não tem desculpas vocês vão e ponto final.
Eu fiquei completamente sem palavras, Will Realmente pensava em tudo. Era incrível a capacidade do meu marido de planejar até os menores detalhes.
_Mas e onde vamos ficar? – eu disse depois que minha capacidade de falar voltou.
Ele riu.
_Eu já tinha escolhido um hotel, mas Christian insistiu que ficássemos na casa deles. Disse que Ana fazia questão de nós receber, e você sabe que Christian Grey não aceita um não como resposta.
Revirei os olhos.
_Assim como você.
Ele deu de ombros de novo.
_Isso é verdade – ele sorriu – Então, arrume nossas malas baby, pois amanhã iremos para Seattle.







































































Vivendo com você, Livro doisOnde histórias criam vida. Descubra agora