VIII

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— Ah claro que sim Jungkookie — Abre o maior de seus sorrisos — Agora que somos vizinhos posso trazer comida pra você sempre!

Jungkook sorriu dando mais uma garfada violenta na torta, aquilo estava muito, muito, muito bom.

— Meu hyung Jin realmente cozinha muito bem! Mas eu também ajudei... — Sorri tímido.

— É por isso que está tão gostoso — Dá de ombros, não imaginava mas seu comentário havia deixado Jimin todo alegre — Hey, me conte mais sobre você ainda não conheço nada...

Jimin suspirou e fez uma carinha fofa de quem estava pensando.

— Huh... eu nasci em Busan, cresci indo à praia sempre com minha omma! Até que ela foi morar com os anjinhos...  — Jeon torceu o nariz ao ouvir essa palavra — quando isso aconteceu, meu pai trouxe eu e meu irmão a capital, moramos em um apartamentinho pequeno por um longo período, era tão confortável... mas meu irmão, quando completou 18 anos comprou seu próprio apartamento e me levou com ele, Jeongho me disse que o papai não era uma boa pessoa e que ele deveria queimar no inferno, mas eu nunca entendi o porquê disso... appa era bom comigo, mas as vezes ele chegava em casa meio estranho, e tinha um cheiro muito forte, nunca tive muito contato com ele enquanto estava desse jeito pois o Hyung me trancava no quarto com ele; era horrível pois no dia seguinte papai estava jogado na sala cheio de machucados, e algumas coisas da casa estavam quebradas... Bem, faz alguns anos que isso aconteceu, nunca mais o vi depois disso, já que me mudei novamente junto com mais alguns amigos — Termina de contar sorrindo.

Jungkook sentiu uma fúria enorme percorrer o seu corpo, nunca imaginaria que o pai de Jimin poderia ter agido dessa maneira, também não sabia como o pequeno tinha crescido tão bem é inocente mesmo vivendo em um ambiente tão hostil.

— Jimin... qual é o nome de seu pai? — Pergunta com preocupação, havia uma ideia em sua cabeça.

— Park Jungyan, por quê Jungkookie?

Jeon pôde sentir um calafrio percorrendo toda a sua espinha, o desastrado Jungyan, assistente fiel de seu pai, na Terra é um familiar próximo da pessoa mais inocente que já conhecera. Muitos podem achar estranho, mas pessoas ruins tendem a ter suas almas vivendo no inferno quando estão ainda vivas no mundo dos humanos, muitos desses, acabam sendo aquelas pessoas que fazem mal por toda a vida, mas quando percebem que a morte vêm chegando, se tornam os mais devotos de Deus possíveis, sendo que fora da igreja, ainda humilham homossexuais, maltratam animais de rua e tem pré conceitos das pessoas apenas por suas vestes, o Diabo ama a hipocrisia, ela enche seu lar.

— Por nada Park... — Se concentra novamente no prato de comida, estava evitando olhar fundo nos olhos do menor, já que isso o deixava vulnerável.

Jeon odiava admitir, mas Jimin conseguia deixar o príncipe dos infernos, ao menos um pouquinho mais humano.

— Jungkookie, preciso voltar para a minha casa, está tarde e meus hyungs e eu vamos sair hoje à noite — Sorri pequeno já se levantando da cadeira — Obrigado por passar esse tempo comigo! Eu posso voltar amanhã...

Jungkook se levantou, e acompanhou o pequeno até a porta, ficando ao seu lado.

— Para onde mesmo seus amigos te levarão hoje? — Pergunta olhando fixo para um ponto distante.

— Eles querem me levar para conhecer uma balada, disseram que eu preciso estar bem bonito, por isso já estou de saída — Sorri largo, para Jimin seria um passeio divertido, já que nunca tinha ido em um lugar assim.

Jungkook se preocupou, pois todos sabem que lugares assim são palcos perfeitos para, álcool, drogas, assédios e brigas. Obviamente não acontece com todos, mas geralmente essas pessoas que não são afetadas com isso, conhecem todos esses males e os evitam. O moreno já previa, os amigos de Jimin se afastariam dele, o menor ficaria sozinho e algo ruim poderia acontecer.

— Ah... divirta-se Park... Até outro dia — Fica parado encarando o pequeno, que estava com as bochechinhas vermelhas, os olhos pequeninos, um sorrisinho sapeca e as mãozinhas juntas na frente do corpo. Merda! Por que tinha que ser tão tentador?

Jeon não se segurou e agarrou firme na cintura do menor, o puxando para si, ficando a poucos centímetros dos lábios carnudos e avermelhados.

— O Diabo que me perdoe...

Finalmente encostou seus lábios finos nos do menor, que por instinto fechou os olhos, em pouco tempo, suas línguas já estavam juntas se movendo em uma perfeita sincronia.

Jungkook estava perdido nas pequenas mãos do garotinho a sua frente.

"O Diabo ama a hipocrisia, ela enche seu lar"

Evil - Jjk & PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora