Capítulo 25

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Paramos com o carro há alguns metros de mais um clube de strip-tease. O local pareceuma mansão, na realidade, pergunto-me se encontramos o lugar certo. As paredesfrontais são feitas de madeira e adornadas com luzes. Não há neon nenhum na frente enem anuncio do nome do local. Apenas o número 50. Por que eles não deram um nome?Provavelmente as pessoas conheciam o sócio antigo. Fiz Katherine jurar que nãovoltaria, mas de repente sinto medo de entrar e encontra-la em um dos quartos. Entãovisto não apenas o casaco vermelho, mas toda a capa de proteção a Scarlet e seupassado. Sou a Garota do Casaco vermelho. 

Decido abandonar todo o plano traçado por nós dois e entro vestida com o casacovermelho. Sei o risco que corro, mas sempre gostei de adrenalina. Para a minhasurpresa, eles até olham em minha direção, mas ninguém faz nada. Será que tem medo?Será que não acreditam que, quem está em frente deles, é realmente a lenda pela qualprocuram? A polícia deve oferecer uma recompensa imensa para quem me encontrar.Dinheiro pago pelo governo e das mãos dos habitantes. Mas não, esses homens não sãointeligentes o suficiente para ligarem os pontos e descobrirem que o dinheiro darecompensa não é nada mais que o retorno do pagamento de seus impostos. Aindaassim, tomo o cuidado de não mostrar o rosto. 

Nicholas está logo atrás de mim, vestindo um casaco preto. Todos estão confusostambém. Quem é essa segunda pessoa? Sinto quase vontade de rir da situação quandovejo os sapatos de salto alto nos meus pés. Digamos que quis fazer isso em alto estilo. Ogaroto toma à dianteira e vai em direção ao caixa. Certifico-me de ficar alguns metrosmais longe, perto das garotas que dançam. Enquanto escuto o Nicholas diz, fico asobservando dançar. 

Alguns homens vestem terno e gravata, não parecem ser tão sujos quanto realmente são.Alguns podem não saber o que se passa na cabeça dessas garotas, mas outros comcerteza sabem e fazem questão de continuar vindo, pagando e comemorando quandouma delas tira alguma peça de roupa. Se gostarem, basta se dirigir ao caixa e dizer apalavra mágica. Depois, é só se dirigir ao quarto que uma escrava sexual estará prontapara satisfazer seus prazeres, senhor. Imagino quantas Katherines e Scarlets devemexistir nesse mundo. E eles simplesmente as ignoram.

 - Preciso falar com o gerente – Nicholas diz. 

- Está falando com ele. 

- O gerente não ficaria no caixa, senhor. Não tente me enganar. Preciso falar com ogerente, tenho uma proposta muito agradável, se é que me entende. – Não preciso olharpra trás para saber que ele está mostrando a maleta. 

- É o quarto com porta vermelha no corredor. Virando a primeira a esquerda. Número201. Vou ligar para avisá-lo. – ele aponta para mim – É sua esposa? 

- Uma amiga.

 - Sinto muito, mas ela não pode entrar com você. 

Escuto Nicholas tentando argumentar. Logo em seguida, ele me chama. Quando estoume virando, um homem no meio de tantos outros me chama a atenção. É o homem quevisitava Scarlet toda segunda-feira. Algo toma conta de mim. Não é aquele torporconhecido, nem a sensação de poder. É algo maior que tudo isso. A necessidade dematar, algo dentro de mim grita. Ele precisa morrer. Por ela. Mate-o por ela. Não foi porisso que vim aqui. Vamos matar o gerente. Estamos no lugar certo? Ele deve ser ocliente antigo. É para cá que Katherine deve vir. Katherine. Katherine. 

Sem pensar duas vezes, vou em direção ao caixa. Agradeço por Nicholas ter insistidopara que eu colocasse uma máscara. 

- Estou aqui para pedir um quarto. 

- Não trabalhamos com homens nesse estabelecimento. 

- Eu quero uma garota. 

- Elas só trabalham com homens, sinto muito. 

A Garota do Casaco VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora