Capítulo 7

1.9K 207 218
                                    

Os olhos azuis claros brilharam ao ver através da vitrine um delicioso bolo. Os cabelos loiros escorridos caiam pela testa imunda. A criança devia ter em torno de uns dez anos, estava magra, suja e faminta. A maioria nem o olhava duas vezes e os poucos que prestação atenção em sua maioria só lhe lançava olhares de repulsa um o outro com pena... Mas ninguém parava para ajudar.

Deidara era só mais um dos vários meninos de rua que estavam soltos pela cidade. Não lembrava de como havia chego lá, seu pai quem quer que fosse nunca conhecera e sua mãe tinha falecido há algum tempo. Ela não era grande coisa, os outros homens a costumavam chamar de "prostituta" e ele não sabia bem o que aquele terno significava, mas com certeza não era uma coisa muito boa.

Depois de alguns dias sob os cuidados de algum órgão do governo decidiu fugir, não confiava em adultos. Juntou-se a com os outros meninos e escaparam do abrigo e fizeram dos becos do centro seu novo lar. Todos os dias eles saiam para caçar comida e repartiam quando tinham sorte. Sorte essa que parecia ter-lhes abandonado, fazia três dias que não comia e nem bebia nada. Já sentia a fraqueza dominar seu corpo.

- Psiu – olhou em volta vendo um adolescente de cabelos prateados falar com ele apontou para si mesmo. – É, você! Vem cá.

Desconfiado se aproximou com cautela o estranho exibia um sorriso gentil, mas ele não era facilmente enganado, sabia que todos os homens sorriam quando queriam alguma coisa.

-... Qual o seu nome?

- Deidara – seu cabelo cobriu um dos seus olhos. – O que você quer?

- Calma – ergueu as mãos em sinal de paz. – Sou Kabuto, você está com fome?

Como se esperasse por aquela pergunta o estômago do garoto roncou alto fazendo uma coloração rosa subir pelas bochechas pálidas. Kabuto apenas sorriu e mandou que ele esperasse ali.

Seguindo-o com o olhar o menino observou esperançoso o estranho entrar na mesma loja que ele observava a sobremesa há pouco. Alguns minutos depois o jovem saiu com uma sacola de papelão que estava abarrotada.

Os dois sentaram em um banco do parque e Deidara ansioso e dominado pela fome começou a comer o maior hambúrguer que ele já tinha visto junto com as batatas fritas mais crocantes da Terra. E para completar sua felicidade lá no fundo tinha um pedaço enorme do bolo que ele estava paquerando boa parte da manhã.

- Seus pais não se incomodam de você andar por aí sozinho? – Kabuto perguntou sem olhá-lo comendo seu próprio lanche.

- Sem pais – respondeu entre as mordidas. – Moro com os outros meninos.

- Hum... Você deve gostar de andar por aí sozinho, sem ninguém te dizendo o que fazer o tempo todo – seu tom era propositalmente casual e desinteressado.

Deidara apenas deu os ombros não entendendo bem aquele comentário e apreciando demais o lanche para falar alguma coisa. Felizmente acabará o hambúrguer e as batatas, agora poderia comer o bolo. O devorou mais devagar apenas para apreciar o sabor, não sabia quando teria a oportunidade de comer algo gostoso de novo.

- Obrigado pela refeição – agradeceu se levantando. – Eu não tenho como pagar.

- Não se preocupe com isso – Kabuto continuou sentado e sem fazer movimentos. – Sabe eu acho que você pode me ajudar... Não deixa para lá, você não deve saber.

- O que? – Indagou curioso. – O que foi?

O adolescente tirou do bolso um papel e fingiu ler.

RivenOnde histórias criam vida. Descubra agora