Capítulo 02

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Durante uma das nossas canções favoritas, Fantine me tirou para dançar e a todo custo tentou manter contato físico comigo. Eu me senti livre pela primeira vez em muitos anos e correspondi ao seu contato. Nos divertimos, rimos e claro, ficamos ainda mais próximas. Quando o show terminou, Fantine e eu saímos rindo para o camarim, comentando sobre nossas façanhas, em especial sua tentativa de me pegar nos braços. Fomos o caminho inteiro até o hotel grudadas uma na outra, ouvindo até algumas piadas internas provindas de Carol, que tirava sarro de nossa amizade. Desembarcamos da van ao chegar e em fração de segundos, cada um foi para seu quarto. Fantine foi a única que aguardava no saguão do hotel, conversando sobre as trilhas na cidade com uma das recepcionistas.
- Fantine - falei - eu vou subir. Você vai ficar muito tempo?
- Não, Lu. Vou subir junto com você - Respondeu. - Obrigada pelas dicas. Quem sabe quando tivermos mais tempo - disse ela, voltando-se para a recepcionista - boa noite - falou e seguiu andando em minha direção
- Quando você tiver mais tempo o quê? - questionei, curiosa
- Pretendo fazer essas trilhas que ela me indicou - respondeu. - Vai direto para seu quarto? - questionou, apontando o botão iluminado com meu andar
- Vou sim, por quê?
- Por nada. Não estou cansada ainda
- Quer vir para o meu? Podemos conversar por um tempo. Também não estou com sono
- Claro - Disse ela, sorrindo. Antes que pudesse corresponder ao seu sorriso, a porta do elevador abriu e aparentemente uma excursão inteira adentrou.
Fantine se pôs em minha frente, cedendo seu lugar ao grupo da excursão, que por sorte não nos reconheceram. Como estávamos próximas, pude sentir sua respiração sobre mim e senti um arrepio percorrer a espinha. Fantine virou seus olhos em minha direção e eu apenas sorri, sem demonstrar o nervosismo que já estava me atacando por estar tão próxima à ela.
Alguns minutos após, as portas do elevador se abriram em meu andar. Fantine me tomou pela mão e fomos pedindo licença até conseguirmos sair por entre os turistas.
Meu quarto era o último do corredor, então tratamos de ir em silêncio até ele para não acordar os demais hóspedes. Sequer havia notado que ainda caminhávamos de mãos dadas, tomando noção disto quando necessitei tirar meu cartão-chave do bolso do casaco.

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