Capítulo 26

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"Y yo sí moría por alegrar tus días, por encender tu corazón. Y no ser solo una opción, no solo noches de pasión"

Seguimos de van até Campinas num silêncio absoluto. Mantive os fones nos ouvidos e os olhos fechados, evitando contato com qualquer pessoa. Fingia estar dormindo, mas na realidade minha mente era habitada pela imagem de Fantine e suas duras palavras "eu conheci alguém"... não fazia 1 mês que havíamos terminado e ela já estava se relacionando com outra, claramente o tempo pra ela voa.
Encostei minha cabeça na janela e observei as luzes da cidade começando a iluminá-la, devido ao anoitecer aproximar-se. Suspirei e tentei afastar os pensamentos, me concentrando única e exclusivamente no show que faríamos. Era a primeira vez que pisávamos em Campinas nesta volta e as recordações do primeiro show, logo após o grupo ter se formado, eram imensas e mexiam conosco. Ouvi Karin e Aline comentarem o quanto estavam ansiosas pelo show, por ver o público crescido. Li queria visitar o shopping em que fizemos o primeiro show e questionava à Fabíola se teria tempo no dia seguinte. Camila estava distraída conversando com o motorista da van e eu apenas observava tudo, em silêncio. Quando a van por fim parou, saltei por primeiro e me dirigi ao espaço que seria realizado o show. Varri com o olhar o local, tendo certeza que ninguém estava por lá. Camila indicou o camarim e em questão de segundos, eu já estava jogada no sofá, olhando fixo para o celular. Não haviam ligações perdidas, mas havia uma mensagem. Abri na esperança de ser Fantine, dizendo que nossa conversa não passava de uma brincadeira de mau gosto, porém, para a minha surpresa, era apenas a operadora de telefone, informando que a conta já estava fechada. Resignada, toquei o celular no sofá e decidi passar uma água no rosto antes de passarmos o som.
....
Era claro que Fantine e Carol não chegariam em tempo para a passagem de som, mas esperava que pelo menos Fantine estivesse conosco no camarim, recebendo os convidados. Entretanto, assim que chegou, se dirigiu ao seu camarim e por lá ficou até minutos antes de iniciarmos. Carol explicou que Fantine veio dormindo durante a viagem e seguia cansada, então sugeriu que ela tirasse os minutos antes do show para repor as energias. Sorri de lado e fingi compreender, mas no fundo a vontade era de matá-las, por estarem mudando a ordem das coisas. Parece que esquecem que sou virginiana e preciso que tudo ande nos conformes!
- Lu - Chamou Carol, minutos após o último convidado sair do camarim
- Oi, Carol - Respondi
- Acorda a Fan? Preciso resolver umas coisas antes de iniciar o show
- Mas e por que eu tenho que acordá-la? - Questionei
- Por que vocês são namoradas
- Éramos
- Que seja, acorda ela pra mim? - Pediu novamente
- Ok, Ana Carolina Caminha - Falei, já contrariada.
Sentia minhas pernas trêmulas, porém mantive o semblante cerrado ao chegar perto do camarim de Fantine. Abri a porta levemente e a observei enquanto dormia. A vontade era de deitar ali com ela, dizer que foi tudo uma estupidez de minha parte e reatarmos no mesmo instante. Porém eu nunca dou razão aos meus sentimentos, como de costume. Ali da porta, apenas a chamei
- Fantine! - Chamei baixo, mas não obtive resposta - Hey, Fantine! - Levantei a voz e notei seus olhos abrindo aos poucos
- Que houve? - Questionou, sonolenta
- Está quase na hora de começar o show
- Lu, sobre mais cedo, acho que não conversamos tudo que tínhamos que conversar - Disse ela, após levantar-se e vir caminhando em minha direção
- Acho que já conversamos tudo, Fantine. Em dez minutos entramos - Falei e fechei a porta o mais rápido que pude, evitando uma aproximação de sua parte.
Ouvi Fantine gritar por mim, mas segui reto em direção as coxias do palco. Não era o momento de voltarmos a conversar e nem mesmo o local.
O show foi um tanto diferente. Tinha uma magia por trás, mas ao mesmo tempo o clima que eu sentia entre Fantine e eu não era dos melhores. Tentei ignorar todas as vezes que ela se aproximava, pois sabia que o mínimo toque já me faria chorar, de raiva e tristeza por toda situação. Eu era orgulhosa e sabia disso, mas naquele momento, eu precisava me proteger, evitar que sofresse mais do que já vinha sofrendo e o melhor modo, ou talvez pior, era ignorá-la e fingir que sua presença no palco não existia.
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Geeeeente, mil desculpas por deixar a fic parada tanto tempo! Eu andava na correria de fim de semestre/último ano de faculdade, não dava tempo. O cap de hoje não tá muito bom, mas prometo recompensar nos próximos!

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