Capítulo 13

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São Paulo - 16h30.
Havíamos pousado a recém, após uma curtíssima viagem. Como combinado, Fantine e eu fingimos normalidade e portanto, sentei com Karin e Fantine com Carol alguns bancos mais atrás. Li vinha no banco do outro lado do corredor com Pablo, que precisava organizar algumas coisas na cidade. Aline, por sua vez, ficou no Rio, afinal é lá que reside. Quando desembarcamos, nos despedimos e cada um tomou seu caminho. Fantine e eu nos fitamos e decidimos tomar um táxi juntas, já que iríamos para o mesmo lugar e dessa vez não levantaria muita suspeita.
- Acha que alguém desconfiou de algo? - questionou ela, já dentro do carro
- Acredito que não. Karin e Li pelo menos não falaram nada.
- Carol também não
- Poderíamos ser ótimas atrizes - concluí e ela sorriu, depositando a mão em minha coxa.
O percurso até o hotel não era distante, mas devido o horário, o tráfico já era intenso.
- Que horas você embarca? - questionei
- Pelas 10h - respondeu, alisando minha coxa
- Sentirei sua falta aqui - falei, repousando meu rosto em seu ombro
- Logo mais eu volto
- Mas vai demorar
- Não muito, mas vamos deixar isso pra depois. Temos planos para hoje?
- Nenhum que eu saiba. Mas precisava ver Rocky e Branca
- Quer que te deixe no seu apartamento?
- Não, tudo bem, amanhã eu passo o dia com eles - sorri e ela retribuiu.
Alguns minutos após, o Táxi parava em frente ao hotel em que estávamos hospedadas. Pagamos a corrida e descemos, disfarçando qualquer movimento que levasse a crer que tínhamos algo. Fantine pegou sua chave na recepção e eu logo peguei a minha e nos dirigimos ao elevador.
- Te vejo depois? - ela sussurrou
- Estarei te esperando - sorri.
Subimos cada uma em um elevador diferente, pois sabíamos que não conseguiríamos estar em um mesmo ambiente e controlarnos. Fantine ficava num andar abaixo do meu, no fim do corredor. Nossos quartos eram em lados opostos, tornando impossível a comunicação não fosse por telefone.
Assim que adentrei o quarto, me joguei na cama, suspirando. Sentia um misto de felicidade e temor, pois não sabia como seria a reação de nossos colegas, principalmente das meninas. Decidi afastar os pensamentos e tomar um banho calmo e relaxante. O banheiro do quarto era grande, possuindo uma banheira com chuveiro incluso.

    Deixei a água correr e arrumei as roupas no armário, separando as sujas para lavanderia

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Deixei a água correr e arrumei as roupas no armário, separando as sujas para lavanderia. Me dirigi ao banheiro novamente e percebi a banheira já quase cheia.
Desliguei a água e me despi. Testei a temperatura e logo entrei, já me fazendo confortável. Por estar com o celular ao lado, coloquei algumas músicas para ouvir. Fechei os olhos e me escorei na parede, quando o telefone apitou. Olhei no visor e era uma mensagem de Fantine:
- Fui arrumar as malas e lembrei de você - disse por mensagem, encaminhando junto uma imagem de um pequeno papel de coração brilhoso caído dentro de sua mala. Não contive o sorriso
- É um sinal de que você deveria me levar para a Holanda junto - respondi
- Você pode vir comigo a hora que quiser - contestou
- Quem sabe na próxima vez que você for? - respondi
- Vou cobrar - zombou - o que está fazendo?
- Relaxando na banheira
- Sem roupa? - questionou, já enviando uma carinha piscando, feita com as teclas do telefone
- Com roupa é que não seria - brinquei
- E está pensando em ter alguma companhia? - questionou
- Fantine, você não cansa nunca?
- De você? Niet doen
- O quê?
- Significa não, em holandês
- Percebe-se
- Mas então, eu posso ser uma ótima companhia
- Pensarei sobre - falei, afastando o celular para submergir por alguns segundos. Quando voltei para a superfície, o celular voltava a apitar
- Pensou? - questionava ela na primeira mensagem - Lu? - enviou outra em seguida - amor, você está bem? - era a terceira mensagem
- Pensei - enviei antes que ela pensasse que eu havia desfalecido ou algo - adoraria uma companhia, de preferência que fique para o jantar - respondi, com ambiguidade na frase
- Assim que finalizar, subo aí - enviou
- Daqui não saio - respondi e desliguei o celular.
Após alguns minutos, decidi encerrar o banho. Enrolei-me num roupão e deixei os cabelos molhados caírem sobre os ombros. Fantine demoraria ainda algum tempo, afinal estava organizando suas coisas para viajar.
Deitei na cama e liguei a televisão, deixando em um canal qualquer. Tomei o celular em mãos e respondi as outras mensagens que havia recebido. Me conectei à internet e fiquei algum tempo navegando por ali, até me deparar com o anúncio de um filme que estava louca para assistir. O anúncio informava que já estava disponível num dos aplicativos de streaming e logo tratei de conectar o celular à televisão para reproduzir a película.
Não sei quanto tempo de duração havia o filme, mas quando terminou, fitei o relógio e já davam 19:30. Caramba, pensei, já estava anoitecendo e eu nem tinha reparado. O celular voltou a apitar, mas dessa vez era Karin questionando qual era o nome do local que havíamos feito o show em Fortaleza e a data. A respondi e no mesmo instante alguém bateu na porta.
Levantei da cama e me dirigi à ela, imaginando que era Fantine. Errei. Era a camareira questionando se eu necessitava de algo. Respondi que não e deixei a porta entreaberta. Me encaminhei até a janela e fiquei parada por alguns minutos, observando o movimento da rua. Estava distraída e não percebi quando alguém invadiu o quarto, me abraçando pela cintura
- Está cheirosa - Falou. Reconheci a voz de Fantine no instante e logo sorri, voltando-me de frente para ela
- Você demorou. Achei que nem viria mais - disse, a abraçando pelo pescoço
- E deixar você sozinha? Não seria capaz - me roubou um selinho - você somente de roupão na minha frente não é coisa boa - brincou
- Por que? Não consegue resistir? - zombei, afastando um pouco o traje, deixando meus seios a mostra
- Luciana, não brinca com fogo que você sabe que não tem escapatória. Quero aproveitar você essa noite de todas as formas
- De todas as formas? - A olhei com uma expressão de interessada
- Está pensando besteira, não é? - questionou, mordendo meu lábio inferior
- Inevitável com você por perto - brinquei
- A noite é uma criança, amor. Vamos curti-la
- E o que você tem em mente?
- Que tal um jantar?
- Sair, Fantine? Recém chegamos de viagem
- Eu cozinho, então. - falou. Olhei para o pequeno espaço disponibilizado para os hóspedes fazerem suas próprias comidas
- Mas eu não tenho nada além de queijo e uma garrafa de vinho
- Eu vim preparada já - falou, indicando a pequena sacola contendo alguns ingredientes
- Se você diz, então eu aceito - sorri e a beijei de forma carinhosa, antes que ela se afastasse em direção a cozinha.

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