One Night Only

Capítulo 31

"Si me besas una vez, pongo el mundo a tus pies, por tus labios pierdo la razón. Si me besas dos o tres, mil estrellas bajaré. No hay medidas para el corazón."

Quando cheguei ao hotel após o show, o único que fiz foi subir direto ao meu quarto. Não esperei por ninguém, nem mesmo Aline. Precisava de um banho quente e me jogar na cama. E foi isso que fiz: dormi a noite inteira e ainda sonhei com Justin Bieber e Tiago Iorc me convidado para sairmos em uma tour juntos. Quer melhor coisa que isso? Só se fosse uma proposta de casamento de um deles. Ou dos dois. Bigamia é permitido no Marrocos, não é?

Passei o dia inteiro na cama, sem vontade de fazer absolutamente nada, pensando se iria ou não na festa de Carol. Decidi que seria divertido sair pela noite e sabia que Carol insistiria até eu dar o braço a torcer.
Preguiçosamente, levantei e fui me arrumar. Estava sem vontade, portanto usei um look mais casual: macaquinho preto e joguei uma jaqueta de couro por cima pra não perder a graça de sair à noite sem me sentir uma espécie de diva do rock. A festa seria numa casa noturna aqui perto, porém pelo que Carol havia comentado, estava fechada apenas para sua festa, o que de certa forma seria melhor, pessoas mais íntimas e nada tão cheio.
Cheguei por volta das 23h, pontual como sempre, já que a festa iniciava as 23h. E é claro, estava vazia, com exceção de Carol e dos funcionários.
- Mentira! - Exclamou Carol, ao me ver entrando pela porta
- Falei que viria - Disse
- Luciana Andrade, você tá a maior gata com essa roupa - Assoviou e eu entrei no jogo, girando em meus tornozelos
- Obrigada, você também tá um arraso, Carol. Cheguei cedo, né?
- Por questão de segundos não chega antes de mim até - Zombou
- Estava impaciente já em casa - Revirei os olhos, demonstrando o tédio que estava
- Fique à vontade, Lu. O bar já está aberto. Preciso terminar de resolver umas coisas sobre a entrada dos convidados - Disse, já se retirando.
Dei de ombros e avistei o bar todo iluminado e pra lá me dirigi. Não sabia se alguma das meninas viria, apenas Aline que já havia ido embora de São Paulo. Sentei confortavelmente em um do banquinhos e pedi por uma dose de tequila e quando dei por mim, já estava tomando a quarta, ou quinta, pois me perdi nas contas.
A festa estava rolando animada no fundo e eu sem muita vontade de dançar, decidi passar a maior parte no bar. Avistei Fantine entrar em determinado momento e nossos olhares se cruzaram ainda de longe. Ela estava linda, com um vestido quase no tom de pele e o cabelo preso em um rabo de cavalo. Soltei um suspiro ao vê-la, mas nenhuma das duas fez questão de se cumprimentar.
No meio da festa tomei a decisão de levantar e ir dançar, afinal a música era contagiante e provavelmente era a bebida já me deixando solta e desinibida. Reparei Fantine ao longe e trocamos um sorriso curto. E isso foi o bastante para fazê-la se aproximar, justo quando uma das minhas músicas preferidas estava tocando.

Soy yo, el que no para de llamarte, porque no he podido olvidarte, desde aquel día en que te vi...

Algumas pessoas separavam nossos corpos de se encostarem, mas nossos olhares estavam fixos uma na outra. Sequer havia reparado que meus pés se moviam em sua direção e ela fazia o mesmo, desviando dos que se colocavam em nosso caminho

Soy yo, el que solo vive soñando. Tu tambien te estas enamorando, de mí...

Os metros que nos afastavam, se converteram em centímetros que aos poucos diminuíam e quando dei por mim, estávamos frente a frente:

- Oi - Sussurrou ela em meu ouvido
- Oi, Fanta - Fiz o mesmo
- Se divertindo? - Questionou
- Um pouco. Acho que estou meio bêbada - Fantine assentiu

Y hay algo en ti que me arrebata. Baby tú me tienes loco. Tú me encantas y se nota. Y si tú y yo ya estamos aquí...

Interrompi o pequeno diálogo, pois a música me animava e me fazia querer dançar. Iniciei movendo os quadris lado a lado e de repente, já estava dançando de forma sedutora para Fantine, que passava as mãos pelo minha cintura. Estava de costas e movimentava o corpo perto do seu, enquanto sua boca já roçava em meu pescoço.

Hey DJ, póngale la música que le gusta. Una para que se mueva y se luzca. Y baile conmigo, solo conmigo.

Eu não sei se era a música que estava contagiante, se era o calor do momento, a bebida ou o quê, porém algo estava descontrolado em mim. Certamente eu me arrependeria no dia seguinte se algo fugisse do controle, mas essa noite eu queria apenas me divertir e ter Fantine tão próxima me fazia sentir coisas que eu não havia sentido desde que havíamos terminado.
Fui pega de surpresa quando suas mãos apertaram minha cintura e me fizeram girar, ficando de frente para ela. Nossas respirações já se cruzavam e a proximidade dos rostos me arrepiava.

Y así nos vamos enamorando, y tu cuerpo me va seduciendo...

Senti quando Fantine levou sua mão direita à minha nuca e acariciou meu cabelo por baixo. Enlacei meus braços por seu pescoço e logo nossas bocas trataram de roçar-se

Que el DJ la repita otra vez, pa' bailar contigo otra vez...

Não aguentei a proximidade e tomei sua boca em um beijo, tímido. Fantine logo tratou de corresponder e quando notei, sua língua já pedia espaço para invadir minha boca. Nossos corpos se apertaram um contra o outro e o beijo que até então havia iniciado tímido, agora era desesperado. Nossos lábios pareciam esfomeados, desejando algo que até então eu não tinha a noção que sentia tanta falta. Minhas mãos correram pelas costas nuas de Fantine e as suas desceram até minha cintura, a apertando com certa vontade. As línguas se encontravam e pareciam se encaixar perfeitamente uma na outra e logo voltavam a se afastar.
Não sei quanto tempo durou esse beijo, mas somente o terminamos quando a respiração realmente nos faltou. Mal tive tempo de puxar o ar, que a boca de Fantine logo desceu ao meu pescoço, me fazendo suspirar
- Fantine - Falei, ainda com a respiração entre-cortada
- Uhm? - Questionou, enquanto aplicava chupadas no vão de meu pescoço, sem prestar a atenção em mim
- Fantine - Chamei, a afastando um pouco
- Muito rápido? - Indagou, já tomando um passo para trás
- Eu acho que... - Tentei repassar as palavras na mente antes de falá-las - Preciso sair daqui. Precisamos sair daqui - Enfatizei essa última
- O quê? Pra onde? - Me olhou, um pouco sem entender
- O hotel é aqui perto - Fantine pareceu captar minha mensagem
- Tem um ponto de táxi aqui na frente - Falou e logo me tomou pela mão, nos dirigindo à porta

Apesar de cheio o local, parecia que estava vazio pelo modo rápido que chegamos à saída. Fantine fez sinal para o taxista e logo entramos no carro. Parecíamos duas adolescentes fugindo da polícia, e realmente estávamos por cometer um assassinato: matar a vontade que estávamos uma da outra.

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Finalmente os refrescos, né? Votem e comentem, é muito importante pra mim isso como escritora, pra entender o que vocês estão achando da fanfic 🙏🏻