Capítulo VI: Duvida

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Watson:

Recebi um convite do senhor Domingues para ir em sua festa, a filha do casal completou 17 anos e os dois queriam encontrar um pretendente a altura da menina. Eles eram ensopes e chamavam sempre os mais ricos. Implorei para que a srta. Evans fosse comigo, ela estava muito relutante, mas por fim cedeu. Eu precisava dela ou não saberia o que fazer naquele lugar, ela era meu ponto de partida e meu maior apoio quando me sentia deslocado.

— Como ele pode ter sido convidado? Está atolado em dívidas. — disse apontando para Franckin que estava de conversa com alguns homens.

— Provavelmente sabe algo que ninguém deve saber sobre o donos da festa.

— É assim que ele se mantem?

— Sim, é lastimável o homem que ele se tornou.

Fomos até o casal que oferecia a festa para dar os cumprimentos e agradecer o convite. Assim que nos aproximamos senti um certo desconforto na senhorita Evans, olhei para o casal e pude entender o que ela sentia, eles cravaram os olhos nela em total desaprovação, talvez fosse um erro leva-la comigo.

— Senhor e senhora Domingues é um prazer imenso está aqui, obrigado pelo convite. — cumprimentei fazendo a atenção se voltar para mim.

— Também é um prazer ter o senhor na minha residência. — deu ênfase no senhor o que me deixou desconfortável, Lucy era minha companhia e merecia respeito.

— Essa é a senhorita Lucy Evans Cárter, minha conselheira nesta temporada. — disse tentando melhorar a situação.

— A senhorita não foi a dama de companhia da senhorita Isabelle Cárter e meia irmã da mesma? — perguntou com puro desdém.

— Sim lady, sou eu mesma. — a voz dela era firme, mas eu sabia o quanto ela se sentia desconfortável naquela situação.

— Não sei se é a melhor pessoa para o cargo.

— Não se preocupe lady Domingues a senhorita Cárter é de minha extrema confiança. — tentei apaziguar a situação.

— Claro. — respondeu em desdém.

Pedi licença e sai com Lucy pelo salão. Quando a senti mais calma tive que ir a minha missão, por assim dizer.

— Preciso ir, ficara bem? — perguntei relutante.

— Claro senhor. — fiquei preocupado, mas não poderia ir embora daquele jeito.

Fui até alguns conhecido e entrei numa daquelas conversas chatas sobre política e o modo em que cada um defendia seu ponto de vista. Assim que pude sai daquele ambiente hostil, porem dei de cara com Valentina Domingues o centro da festa, ofereci uma dança e logo aceitou. Ela aera de uma postura impecável e dançava muito bem e mal falava, se não fosse tão séria e filha de seus pais seria uma ótima pretendente.

Assim que terminei dancei com mais uma moça antes da senhorita Anderson esperar em mim e acabamos conversando e dançando.

— Está muito elegante senhorita. — disse abrindo um sorriso.

— Obrigada, e devo dizer igualmente.

— Tem aproveitado os bailes?

— Sim é sempre um mais elegante do que o outro. — disse em um largo sorriso.

— Que bom, essa é a sua primeira temporada certo?

— Sim, mas foi muito bem instruída como devo me comportar nessa situação.

— Percebi, a senhorita é de uma elegância impecável.

Desviei a atenção e vi a srta. Evans em minha direção, me preocupei, nunca tinha a visto tão abalada.

— Desculpe senhor, mas vou esperar na carruagem. — sue expressão se dividida em vergonha e fúria.

— O que aconteceu? — perguntei aflito.

Ela nem sequer respondeu apenas deu de ombros e atravessou o salão até a sida. Fiquei em choque nem se sabe como agir.

— Desculpe senhorita, foi um imenso prazer dançar com a senhorita, mas preciso ir.

— Tudo bem, eu entendo.

Comecei a andar e vi a expressão de desprezo da lady Domingues e fui ate ela com fúria nos olhos.

— Deveria aprender como tratar seus convidados?

— Ela não foi convidada.

— Mas eu fui e no convite contava que eu poderia levar um acompanhante e ela era minha acompanhante.

— Escolha melhor da próxima senhor.

— Pode ter certeza que sim, vou começar me retirando dessa festa. Receba melhor seus convidados senhora.

Antes que ela abriu a boca para dizer alguma coisa segui até a saída em busca de Lucy. Por Deus foi tudo minha culpa, nunca deveria ter insistido, eu deveria ter a obrigação de saber que ali não era o lugar dela, em meio a tantas pessoas de má índole.

Entrei na carruagem e pedi para que fossemos embora, sentei ao lado dela e meu coração se partiu ao ver suas lagrimas.

— O que aconteceu? — perguntei limpando suas lagrimas.

— Ela nos ofendeu. — senti o ódio circular em minhas veias. — Disse que éramos ingênuos, que errou em confiar em mim e que percebeu que eu era uma Cárter pela minha maneira rude de agir.

Em meus braços ela chorou feito uma criança machucada e aqui me machucou também. Eu era capaz de entende-la, ela foi criada para ser uma empregada, não está acostumada com bailes elegantes e não merecia uma sequer palavra dita a ela, eu não importava o que diziam de mim, já estava acostumado com intrigas, mas ela não. Eu tinha que ter entendido isso antes, eu nunca deveria ter trazido ela, em parte foi culpa minha.

— Eu lamento senhorita, foi culpa minha, nunca deveria ter insistido para vir, peço desculpas.

— Não se culpe, ela que é uma mulher amarga. — ela disse em meio as lagrimas.

— Tem toda razão. — a abracei com mais força até que ela pudesse se acalmar.

— Desculpa pelo vergonha que causei.

— Tudo bem, ela que foi o problema.

Assim que chegamos insiste em acompanha-la ate seu quarto e oferecer minha ajuda para o que precisasse.

— Boa noite Evans, espero que consiga dormir depois da noite de hoje.

— Obrigada. Boa noite.

Ela fechou a porta e fiquei ali parado sem consegui me mexer por mais alguns segundos até subir e tentar dormir.

Deitei minha cabeça no travesseiro e me pus a pensar. Meus pensamentos focaram nela, na minha amiga, conselheira e governanta. Ela sempre parecia forte, mas hoje vi seu lado frágil e sensível, claro que não gostei de vê-la mal, mas me senti bem a consolando. Ela responsável, confiável, agradável e muito bonita; eu tinha que confessar adorava sua companhia era os momentos mais agradáveis do meu dia. A verdade escondida dentro de mim era que aquela vez quase a beijei, estávamos tão próximos que senti a vontade de sentir seus lábios vermelhos e de novo no meu escritório, tive que me controlar ela era minha funcionária. Eu estava ficando louco, só podia. Era só o me faltava gostar da senhorita Evans. Eu tinha me casar com Scarlett, já tinha decido, irei pedir sua permissão no próximo baile e se ela aceitar farei o pedido formalmente para a família. 

Segredos e Paixões (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora