Capitulo VII: Arranjo

49 7 2
                                    

Desde do incidente do baile senti um afastamento de Watson, ele agiu de maneira ausente, falava comigo coisas referentes sobre a casa e era seco em suas respostas, mesmo assim ainda se preocupava, mas parecia ter medo de demonstrar.

Nessa tarde arrumou para uma dos bailes na capital, não me convidou dessa vez, no fundo fiquei mal, no entanto não queria passar por outra humilhação como da última vez, todos a essa altura já souberam e me condenavam pelo ocorrido, estava sendo difamada pela cidade toda e nem sequer posso me defender.

Ele terminou de se arrumar e partiu, estava mais nervoso do que o costume e eu não sabia dizer ao certo o porquê, talvez fosse porque não ter eu não ir, ou pelo escândalo, ou outro motivo que eu desconhecia.

Assim que partiu fui para o quarto, sentei enfrente a janela e fiquei observando a grande árvore lá fora, parecia tão só quanto eu. O vento balançava suas folhas e as mais fracas se desprendia do galho e pairavam no ar até atingir o chão frio.

Peguei no sono sem nem perceber e sonhei com ele, foi rápido e confuso, mas no meu doce sonhar ele sorria para mim, por minha causa e eu estava feliz, no entanto a realidade era bem diferente, ele iria se casar provavelmente com Scarlett e eu seria apenas amiga e serviçal e pior teria que acatar as regras da senhora Watson.

Watson:

Eu sem querer evitava a senhorita Evans, não sabia como agir depois do que aconteceu e principalmente depois do que senti, estava perdido e achei melhor para nos dois me afastar e trata-la como governanta até tudo se acalmar, além do mais precisa dar espaço a ela depois do incidente, eu não tinha perdido mais desculpas não sabia como.

Recebi outro convite, porém dessa vez a deixaria para o bem dela, porque eu não saberia o que fazer sem ela ainda mais nesse. Decidi que seria nesse baile que perguntaria a senhorita Anderson se ela aceitaria o arranjo de bom grado, se ela disse que sim irei ainda essa semana conversar com sua família sobre o arranjo. Eu precisava de Lucy para me acalmar, mas não podia expô-la depois de tudo que aconteceu.

Ela parecia infeliz, mas entendia o motivo, tentei não parecer muito nervoso, porém acredito não ter conseguido.

Em todo o caminho me mexia de um lado para o outro de puro nervosismo. Estava preocupado com Lucy e com Scarlett, talvez até o final da noite eu enlouquecesse.

Assim que cheguei fui cumprimentar os donos da festa e em seguida fui conversar rapidamente com alguns conhecidos e entrar em mais uma daquelas conversas chatas sobre política e economia.

Assim que avistei a senhorita Anderson fui em sua direção, ela estava dançando com outro cavalheiro e tive que esperar minha vez. Quando tive a oportunidade ela me recebeu com um largo sorriso no rosto. Quando a tomei em minhas mãos e a levei para o salão senti o nervosismo triplicar.

— Está radiante senhorita. — falei esboçando um sorriso.

— Obrigada senhor. — respondeu acompanhado de um sorriso largo.

— Senhorita quero-lhe fazer uma proposta, se for de sua vontade pretende procurar sua família e negociar os detalhes do arranjo e depois o casamento. — ela me olhou séria atenta em tudo o que eu dizia.

— Eu não sei nem o que dizer. — gaguejou sem conseguir falar.

— Pode pensar a respeito antes, afinal estamos falando do seu futuro também.

— Vou pensar senhor, lhe darei a resposta ainda hoje. O senhor me pegou de surpresa não esperava por essa.

— Tudo bem senhorita.

Continuamos a dança em silêncio, nossas mentes divagavam em pensamentos alheios, eu pensava em receber um sim ora um não, pensava como seria depois e como Lucy estaria se sentindo naquele exato momento. Ela talvez pensava em minha proposta se deveria ou não aceitar, estava seria e isso me preocupou.

Ao final da dança fomos cada um para um lado e sai um bom para espairecer até encontrar Franklin andando pelo jardim com uma moça. Senti meu sangue ferver e voltei para a festa. Tempo depois avistei Scarlett conversando com a mãe e o irmão, provavelmente falavam sobre minha proposta.

Tempo depois ela me procurou parecia muito nervosa e temi o que ela poderia me falar, por fim disse que aceitava com um sorriso afeto no rosto e voltou para presença da mãe. A senti meio ausente e temerosa, será que ela não queria o arranjo? Iria conversar com a família dela e deixaria claro que um dos meus termos e ela aceitar.

Voltei para casa medindo tudo que havia acontecido, parecia que tudo estava errado só não sabia explicar a razão para essa desagradável sensação existir. Tentei dormir, mas o sono me abandonara como de costume, desci para tomar algo e dessa vez não encontrei com Evans pelo caminho, foi melhor assim mesmo com esse sentimento de vazio, ela era uma ótima companhia e gostava de conversar com ela, gostava da maneira como ela fazia parecer entender quando na verdade não fazia ideia do que eu estava falando. Subi para o quarto e por fim adormeci como uma pedra. 

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Watson:

Me arrumei todo para ir à casa da família Anderson oficializar o arranjo, mandei que preparasse a carruagem, estava muito nervoso e nem fiz questão de esconder.

Assim que cheguei fiquei impressionado com a arquitetura fazia muito tempo que não ia naquele local e não lembrava direito como era, mesmo assim foram feitos leves reformas para valorizar ainda mais a arquitetura.

Fui recebido pela governanta da casa que me encaminhou para a sala de visitas. Logo a senhora Anderson me recebeu junto com o filho e a filha. Todos estavam sérios e isso me apavorou ainda mais.

Ela me ofereceu chá e logo começamos a negociar os termos, deixe claro que só aceitaria me casar caso ela assim desejasse, ela não respondeu ao invés disso obtive uma resposta firme da mãe que sim.

Voltei para casa um pouco mais calmo e assim que cheguei me tranquei no escritório. Li e reli as cartas de meus pais para tentar ajuda, porém foi em vão, elas de nada me ajudaram.

Lucy:

Ele estava encantador e muito apavorado, eu queria ajudar e aliviar sua aflição, mas não saberia fazer como e isso iria-me causar dor. Assim que partiu cumpri minhas tarefas calada e assim que conclui me tranquei em meu quarto e sentei na cadeira para observar mais uma vez minha fiel companheira e igualmente solitária árvore, as folhas dela caia em silêncio em conjunto das minhas lágrimas.

Chorei em pleno abandono ao vez meu amor procuraroutra em um casamento arranjado, chorei pelo meu lamentável destino, quando enfimamei alguém e senti que pertencia a um lugar e senti a felicidade me abraçar,me iludi e me enchi de falsas esperanças, agora me encontro só chorando pelaminha felicidade sabendo que tudo ainda vai piorar quando o homem que abri aamar subir ao altar e trazer aquele indesejável para o meu mundo e habita-locomo fosse dela fazendo com que no fim eu me tornasse a indesejável por morarnessa casa e sonhar esse sonho.    

Segredos e Paixões (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora