Capitulo XI: Mudanças

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Acordei com Morgan esmurrando a porta para me acordar. Levantei às pressas sem entender o que estava acontecendo.

— O que está acontecendo? — perguntei assustada.

— Precisamos da sua ajuda, Lady Watson acordou cedo e já impôs inúmeras ordens. Ela quer mudar todo o sistema da casa. — falava rápido e isso me deixou nervosa.

— Espere um pouco, vou me vestir adequadamente.

Fechei a porta e troquei de roupa o mais rápido possível. Fui até ela com fúria no olhar e um sorriso no rosto. Ela estava elegante e estampava um largo sorriso no rosto.

— Bom dia madame, posso ajuda-la em algo. — finge estar calma, mas por dentro meu sangue fervia.

— Estou fazendo algumas mudanças, quero dar um toque mais feminino a está casa e deixar tudo mais prático.

— Que tipo de mudanças?

— As posições dos móveis, a decoração, o cardápio e os horários.

— Sinceramente senhora acredito que não precisa, a casa está funcionando bem, a decoração e magnífica. Está tudo muito bem estruturado. — disse fingindo calma.

— Discordo, essa casa está muito masculina, é necessário dar vida a ela e por ter discordado de mim será minha dama principal, preciso de alguém que faça tudo que eu mandar, mas com opinião. — quis arrancar cada fio de cabelo loiro dela com minhas próprias mãos.

— Já tenho função, sou a governanta dessa casa, minha responsabilidade é cuidar desse lar.

— Era, não é mais, mas para não ficar deslocada se encaixa perfeitamente como minha dama principal.

— Não precisa, me contendo em ficar como serviçal. — tentei oferecer uma solução, seria a pior coisa do mundo para mim: ficar como serviçal exclusiva dela.

— Não tem vocação para isso.

— O que quis dizer? — elevei meu tom de voz já sem paciência alguma.

— O que está acontecendo aqui? — Watson apareceu de repente com a expressão séria.

— Nada demais, apenas resolvi fazer algumas mudanças. — ela disse com um sorriso no rosto e de forma calma.

— Disse a ela que não precisa, a casa está funcionando muito bem. — tentei me explicar.

— Que tipo de mudanças? — ele perguntou a ela.

— A decoração, os horários, o cardápio, apenas para dar um toque de elegância na casa.

— Faça o que achar adequado. — disse sem expressão.

— Mas senhor e quanto a mim? Eu sou a governanta e essa é minha função. — lancei um olhar de súplica para ele que ignorou rapidamente.

— Ela pode ser minha dama pessoal, ela já tem experiência com a senhora Cárter, a irmã dela.

— De fato, Srta. Evans espero que não se ofenda, mas Scarlett tem razão é necessário um toque feminino nessa casa, sou um homem casado agora e acredito ser a pessoa mais adequada para ajudá-la a preparar tudo, confio na senhorita.

— Está bem senhor. — engoli o ódio e respondi sem olhar para ele.

— Qualquer coisa estarei em meu escritório.

— Obrigada. — disse Scarlett.

Tive que obedecer todas as exigências delas, Leo e Adrian passaram o dia todo trocando os moveis de lugar, Ava e Freya limparam cada canto da casa da maneira que a madame pedia, sem reclamar, Morgan e Nicole foram as compras com Leo a tarde para fazer compras e mudar o cardápio. Cada vez que ela abria a boca para falar algo, sugerir ou perguntar meu ódio por ela aumentava, estava farta daquilo.

Ela me levou até seu quarto e pediu que eu o arrumasse da maneira dela e passou inúmeras regras do que eu podia ou não fazer.

No final do dia me tranquei no quarto remoendo toda a raiva que sentia. Eu me sentia só, humilhada, derrotada e com muita raiva da esposa do homem que amo, isso tudo era demais para mim. O pior não foi suas ordens e sim o momento em que ele a defendeu. Eu precisava me livrar daquela situação, mas como? A única coisa que passava em minha mente era ir para casa de minha irmã ou me livrar de lady Scarlett, mas isso seria impossível.

No dia seguinte acordei sem a presença de Scarlatt na casa, ela tinha saído com Leo e Morgan par fazer compras. Durante todo o dia inúmeras encomendas chegavam, de roupas, joias, diversas coisas para casa. Eu estava cada vez mais irritada. Resolvi ir até o escritório e conversar com agora meu patrão.

— Em que posso ajuda-la?

— Sabe que sua esposa saiu para fazer compras com Leo e Morgan?

— Claro, ela me pediu ontem e eu autorizei. Lucy tem algum problema com minha esposa?

— Não senhor, apenas não estou-me acostumando a todas essas mudanças repentinas.

— Quero que saiba que não quis magoa-la ou ofendê-la, apenas quis deixá-la mais à vontade, espero que entenda que isso é novidade para ela, se casar tão jovem e algo desafiador a uma mulher.

— Tudo bem senhor, apenas preciso de tempo para me acostumar com a ideia.

Sai apressada, ele gritou meu nome, mas nãorespondi. Entrei em meu quarto e me tranquei lá, chorando compulsivamente,acredito que o que mais doeu foi ''minha esposa'' e ''espero que entenda''. Elenunca entenderia, era difícil para mim também.    

Segredos e Paixões (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora