Segredos e Paixões (Livro 2)

Capitulo XVIII: Traidores

Lucy:

Tudo estava perdido, eu perdi a confiança da pessoa mais importante da minha vida e nunca me perdoaria por ter decepcionado ele, sei que errei, deveria ter falado tudo assim que desconfiei, seria melhor do que eu traindo sua confiança, de qualquer modo meu maior medo se concretizou, ele me odeia agora. As pessoas erram tanto decidindo o que é melhor para si mesmo e mentindo dizendo que é bem do outro, mas não é verdade, colocamos nossos medos acima de tudo e erramos com medo de errar. O que é certo afinal? Magoar e se magoar de uma vez só ou deixar a culpa te consumir mais tarde? Porque de fato a culpa vem como parcela da decisão errada. Duvida. Medo. Magoa. Quando de fato seremos livres para decidir e não sentir culpa? Quando realmente seríamos felizes? Como vou saber o que certo para mim e para o meu amor? Como identificá-lo? Como agir? Quando? Como? Onde? Por quê?

Passei a noite toda em claro tentando controlar a culpa que me consumia, no entanto ela amargava na minha boca, principalmente quando lembrava daquele beijo, as lembranças queimavam meu estomago como fel.

Não sabia o que seria de mim. O que meu irmão iria dizer? O que iria fazer?

Scarlett:

Olhei para ele em busca de conforto, estava desesperada. Teria que tomar uma decisão, ficar e viver com as consequências ou fugir? Viver como a traidora ou tentar viver ao lado do homem que amo? De qualquer maneira eu sofreria na miséria.

— O que faremos? — disse buscando seus braços.

— Não tema meu doce vamos dar um jeito. Temos que ir embora e rápido.

Comecei a juntar minhas coisas e ele me ajudou. Guardei todas as minhas joias, provavelmente teria que me desfazer de muitas delas e senti um vazio me atingir, não só pelas joias mas por tudo que eu estava deixando par trás, meus planos para o futuro, o sonhe de me casar como meus pais haviam planejado, estava deixando meu sobrenome e o de Watson também. Eu tinha que viver com pouco e com o grande desafio de cuidar de uma criança. Meu filho era tudo que eu tinha para chamar de meu.

— Sabe onde ele guarda a fortuna dele?

— Não podemos roubar, ele não merece isso. — disse com certo desespero.

— Ele me deve por todos esses anos e não vou deixar que passemos necessidade.

— Não faça isso por favor.

— Só diga. — seu tom de voz era grosso e isso me assustou ainda mais.

— No quarto dele.

— Não se preocupe, só vou pegar o que é um por direito.

Ele saiu apressado enquanto eu terminava de arrumar minhas coisas. Ele voltou rápido e partimos pela porta dos fundos. Estava começando a amanhecer, assim como o sol eu despertava para um novo começo, mas não sabia ainda se seria um dia ensolarado ou nublado. Eu temia pelo pior.

Eu abri mão de muitas coisas para viver ao lado do homem que eu amava e viver um sonho. Logo teria minha família. Minha família, isso me causava medo e alegria na mesma proporção. Independente das minhas escolhas era um caminho sem volta.

Franklin:

Manipulei Scarlett desde o começo, fiz ela acreditar que eu a amava e ingênua acreditou. Meu plano era simples, fazer ela se apaixonar por mim, o que foi mais fácil do que pensei, depois deixar ela casar com Watson e tomar tudo o que era dele, a casa, os móveis, a esposa, ele viveria na miséria como justiça a tudo que me fez todos esses anos. Ele e a família me roubaram tudo, meu pai, a felicidade de minha mãe, cresci com ela sofrendo e se entregando ao mundo por culpa dele, ele só fazia de bom moço, mas não era verdade, ele amava Watson, era ele quem tratava como filho, não eu. Eu só queria justiça. Fazer Scarlett se interessar por mim foi fácil deia ela o que exatamente ela queria um sonho e a sensação de liberdade confundida com amor, dei um beijo e disse palavras doces e foi o bastante, ela queria alguém para realmente ouvi-la e fui seu ombro amigo. Mas no meio do caminho algo deu errado no meu plano, eu não contava criar sentimentos pela menina mimada que ela era. Seus beijos eram venenos aos meus planos, me afeiçoei a ela, passei a deseja-la mais do que desejo dinheiro e poder e isso se tornou perigoso, me deitei com ela mais vezes do que pretendia e realmente senti prazer em seus braços, nenhuma outra me fez sentir o que ela fez, e quando disse que estava gravida meu mundo desabou, senti raiva, pela dúvida e pelo medo, duvida se sereia realmente meu, ela também dormia com Watson mesmo que não desejasse teria que fazer para honrar o casamento, medo não por perde-la ou perde-lo e sim para atrapalhar ainda mais meus planos, teria que tomar uma decisão rápida e não pensava como antes, minha mente estava atordoada. O flagra de Watson só piorou as coisas, ele decidiu por mim, teria que traze-la comigo, mas não queria, eu sentia desejo por ela, o que sentia por poucas, não a amava de verdade. Mas tinha que admitir que eu precisava dela, de suas joias principalmente. Decidi cuidar dela por um tempo, o filho poderia ser útil futuramente.

Fui até o quarto de Watson, me certifiquei de que ele não estava e invadi seu quarto atrás do que era meu. Fui até um fundo falso na escrivaninha de seu quarto e encontrei joias da família, minha família, levei todas.

Voltei para o quarto de Scarlett e fugimos pelofundo. Eu ainda não tinha ideia para onde ir. Andamos até meu cavalo que estavaescondido atrás de árvores, só eu sabia como acha-lo. Deixei que ela fosse nocavalo e o guiei até a trilha que conhecia.