Segredos e Paixões (Livro 2)

Capitulo XXII: Sonho

Com custo coloquei as minhas coisas na mala, ainda tinha uma falsa esperança de que ele pudesse me perdoar e vir atrás de mim. Me despedi de meu irmão e prometi que mandaria cartas. Eu sentiria falta deles, eu costumava visita-los sempre que podia, meu sobrinho era a criança mais fofa do mundo. Entrei na carruagem de meu irmão e deixei que algumas lágrimas escorressem pelo meu rosto, no fundo desejava que algo incrível acontecesse e mudasse aquele sentimento de abandono e vazio, ao menos tinha minha irmã e dedicaria um tempo aos meus sobrinhos maravilhosos.

Fomos devagar o caminho todo, o sol começava a se despedir e resolvemos parar na pousada que meu irmão havia dito, ela era simples, mas mantinha o respeito.

Assim que desci estranhei um som vindo de longe, algum louco cavalgava apressado. Olhei para trás e percebi quem era o louco que galopava enfurecido, era Watson. Ele parecia cansado com a viagem, meu coração disparou quando percebeu o motivo dele está ali, era Eu. Ele tinha vindo por mim, fiquei imóvel tentando entender o que aquilo significado, minha mente gritava e eu estava desesperada para pedir perdão se fosse preciso. Nossos olhos se encontraram analisando um ao outro. O tempo parecia passar lento e tudo que senti foi meu coração disparar mais do que o cavalo dele.

Ele desceu e venho em minha direção, não consegui pensar direito, estava tudo muito confuso.

— Olá Lucy, quero-te pedir desculpas por ter-lhe tratado mal, nunca foi minha intenção, eu estava mal por tudo o que aconteceu. — ele se atrapalhou um pouco, estava nervoso e não sabia o que dizer.

— Desculpa por ter feito se sentir assim.

— Não é culpa sua, é de Scarlett, foi ela quem realmente me traiu, a senhorita só não soube como me contar.

— Acredite, eu queria ter falado, mas não queria que a mágoa viesse de mim.

— Agora eu compreendo. Vamos entrar é melhor conversar em particular. Seguimos para o quarto meu quarto. Assim que entramos sentei na cama tentando acalmar meus nervos.

— Lucy, a quero de volta em minha vida, estou passando por um dos momentos mais difíceis de minha vida e quero minha amiga ao meu lado.

— Não há mais mágoa? — perguntei relutante.

— Não, não contanto que prometa que nunca mais vai-me esconder qualquer que seja o problema.

— Está prometido. — ele sentou ao meu lado na cama e meu nervosismo apenas aumento, toda aquela proximidade me deixava desnorteada.

— Eu quero tentar algo diferente, quero ir além. Lucy a verdade que a muito venho tentando entender é que também te desejo, eu gosto da senhorita mais do que pude prever. — ele me pegou de surpresa, não esperava por aquilo, ouvir aquilo nunca teve a possibilidade de ser real, era apenas um sonho até então.

— Isso é surpresa para mim. Já sabe meus sentimentos.

Ele segurou meu rosto e devagar pousou sus lábios nos meus, aquele beijo incêndio meu coração e me encheu de esperanças. Ficamos ali entre um beijo e outro e a cada beijo eu me sentia ainda mais feliz e realizada, aquilo que tanto almejava finalmente aconteceu, meu sonho estava se tornando real e cada vez que sentia isso como algo real me entregava um pouco mais. Dormi em seus braços foi melhor sensação que já senti, estava ao lado do homem que amava, me sentia querida e segura, senti que nada de ruim pudesse-me acontecer enquanto ele estivesse ao meu lado.

Quando acordamos comemos e partimos de volta, eu iria retornar a casa dele, na qual ele insistia que eu chamasse de nossa. Me prometeu cancelar o casamento com Scarlett alegando traição e abandono de lar e quando conseguisse poderíamos ficar juntos, era eu quem ele queria e sentia que seria plenamente feliz.

Assim que cheguei coloquei minhas coisas onde nunca deveriam ter saído, peguei a capa que havia guardado como prova da traição e entreguei a Watson queimar. Watson me levou até um irmão para explicar o que havia acontecido, apesar dele já saber. Ficaram os dois conversando demoradamente, depois eu fui chamada.

— Lucy, eu e Watson ficamos conversando sobre seu futuro, quero saber se concorda em continuar na casa dele e assumir compromisso após ele conseguir anular o compromisso com a senhorita Anderson, confio nos dois e acredito que não irá acontecer nada de mais até poderem assumir um compromisso.

— Sim meu irmão, prometo e agradeço a confiança.

Voltamos para casa e ficamos a arrumar as coisas que haviam sido bagunçadas durante toda aquela confusão. Voltei a comandar a casa do meu jeito e acredito que todos gostaram da novidade.

Durante a tarde do dia seguinte Watson preparou um piquenique romântico para nós dois nos fundos, ao lado da minha árvore. Foi lindo, conversamos sobre futuro e nossos sentimentos. Contamos as nossas primeira impressões um do outro e foram as melhores possíveis, até parecidas, responsável, encantador, amável. Trocamos muitos beijos e carinhos.

Fazíamos nossas refeições juntos e passai a acompanha-lo muitas das vezes que saia, todo dia levava chá em seu escritório. Eu estava vivendo um verdadeiro sonho.

Um mês depois ele me surpreendeu com uma viagem, questionei por ele não ter tanto dinheiro guardado, mas disse que alguém que o devia pagou a divida e resolveu fazer a surpresa.

Durante todo o caminho conversávamos empolgados, ele segurava minha mão e não soltou o caminho todo. Ele queria que ficássemos em quartos separados, mas o convenci de que não seria necessário, já tinhas dormidos juntos, no sentido literal da palavra, além do mais estávamos sem recursos. Muitas vezes ofereci de ajuda-lo com dinheiro que eu tinha escondido, mas sempre recusava dizia que sentiria ofendido e de forma alguma aceitaria tal coisa, acabei por deixar a ideia para lá.

Estávamos no quarto e ele me olhava de forma terna, doce, e eu o encarava do mesmo modo. Me aproximei e sentei em seu colo o beijando de uma maneira quase vulgar.

— O que está fazendo? — me perguntou quando viu a nuance de malícia nos meus olhos.

— Eu quero mais do que beijos.

— Essa não é a Lucy que conheço, o que fez com ela? — perguntou com divertimento.

— Eu não sei, mas nunca tive tão certa quanto a isso.

— Prometemos ao seu irmão que nada aconteceria antes da hora.

— Já temos uma vida de casados e não quero mais esperar pelos papéis, já está demorando demais.

— Eu sei, me desculpe por isso, fica difícil tendo o meu título e ela vem de uma família de nome, além disso a família dela e contra isso, ainda tem esperanças. — me beijou pedindo desculpas pelo transtorno.

Por fim ele acabou por me convencer de que eu não estava pronta e não aconteceu nada quando nossos corpos ficaram quentes de desejo. Apenas dormimos abraçados.

Fomos embora e voltamos para a rotina que era maravilhosa aos meus olhos. Mas senti um mau pressagio e pela primeira vez me preocupei que o meu sonho sofresse algum abalo.

Três meses depois desse primeiro mal pressagio tive outro ainda mais intenso e percebi a razão, onde quer que Scarlett estivesse estaria nos dias de dar a luz a um menino ou menina, filha de Franklin ou Watson. Não quis comentar nada com Watson e se ele tivesse pensando nisso também escolheu não conversar sobre isso também, mas desconfiei que tivesse pensando na criança com base no repentino mal humor. Para piorar haviam negado o pedido e Watson teve que iniciar o processo para anular o casamento com Scarlett novamente. Tentei oferecer o máximo de apoio possível.