Capítulo V: Humilhação

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O senhor e a senhora Domingues organizaram um baile com uma rigorosa lista de convidados, todos nela eram extremamente influentes e ricos, ofereci de não ir por se tratar de algo muito luxuoso, porem o lorde não aceitou e me obrigou a ir. Por ironia do destino a senhorita Anderson estaria presente.

Assim que chegamos pude notar a elegância do lugar e como tinha poucos convidados, apenas os mais ricos, aqueles que tinhas inúmeras propriedades e prestígio social.

Algo que me deixou muito intrigada era a ilustre presença de Franckin na festa.

— Como ele pode ter sido convidado? Está atolado em dívidas. — disse apontando para o primo.

— Provavelmente sabe algo que ninguém deve saber sobre os donos da festa.

— É assim que ele se mantem?

— Sim, é lastimável o homem que ele se tornou.

Fomos até o casal que oferecia a festa para dar os cumprimentos e agradecer o convite. Porém assim que aquela mulher me pôs os olhos em mim meu estômago se revirou de nervosos, sua expressão era desprezo e odiou que uma governanta estivesse presente na sua festa.

— Senhor e senhora Domingues é um prazer imenso está aqui, obrigado pelo convite. — lorde respondeu cordial.

— Também é um prazer ter o senhor na minha residência. — deu ênfase no senhor o que me deixou desconfortável.

— Essa é a senhorita Lucy Evans Cárter, minha conselheira nesta temporada.

— A senhorita não foi a dama de companhia da senhorita Isabelle Cárter e meia irmã da mesma? — perguntou com puro desdém.

— Sim lady, sou eu mesma.

— Não sei se é a melhor pessoa para o cargo.

— Não se preocupe lady Domingues a senhorita Cárter é de minha extrema confiança.

— Claro. — respondeu em desdém.

Saímos da presença dela, mas a senti me observando a todo momento como se eu fosse arruinar sua festa. Desejei que aquilo acabasse logo, não aguentava mais aquele desconforto, esse não é meu lugar, nunca foi e nunca será. Fiquei em um canto mais afastado enquanto o lorde conversava com alguns conhecidos e damas, até chegar a vez da Anderson, mordi o lábio inferior de nervoso os observando. No meio da dança levei um susto quando vi lady Domingues ao meu lado.

— Ele é mesmo encantador, até eu se pudesse gostaria de ter uma chance com ele, mas assim como a senhorita também é muito ingênuo. Notei o modo como olha para ele, é puro interesse deveria se dar ao respeito menina, nunca terá chance alguma com ele. Ele errou ao ter a senhorita como confidente, sempre tolo. Mas logo vi que era Cárter pela maneira rude que se comportou.

— Já terminou de ofender-me senhora? Quem deveria se dar ao respeito é a senhora que fica se insinuando para seus convidados e ainda fazendo mexericos de todo mundo. Sou uma Cárter sim e como tal não levarei desaforo de uma velha desmiolada.

— Ora sua atrevida, deveria ter mais respeito com uma dama como eu. — disse me encarando com fúria nos olhos.

— A senhora deveria aprender a tratar as pessoas com mais respeito indiferente da posição social, agora se me der licença preciso ir embora desta festa mesquinha.

— Insolente, nunca mais ouse colocar os pés aqui.

— Com todo prazer. — gritei. Algumas pessoas ao redor perceberam a situação, mas eu não me importei estava extremamente irritada.

Fui até Watson e o interrompi, ele me observa com preocupação.

— Desculpe senhor, mas vou esperar na carruagem.

— O que aconteceu? — perguntou com preocupação.

Virei as costas sem responder e partir sem me importar com quem estivesse olhando a cena. Eu sabia que todos me observavam e me condenavam, aquela velha iria-me difamar e espalhar calúnia ao meu respeito.

Minutos depois que entrei na carruagem o lorde também entrava e mandou irmãos embora.

— O que aconteceu? — perguntou limpando minhas lagrimas.

— Ela nos ofendeu. — não aguentei, a maneira como me olhou abriu uma ferida no meu peito, ele me olhava com preocupação e fúria. — Disse que éramos ingênuos e que o senhor errou em confiar em mim e que percebeu que eu era uma Cárter pela minha maneira rude de agir.

Desmoronei em lágrimas, sempre tentei ser forte, porém naquele momento foi impossível, fui humilhada em público e por verdades dolorosas. Ele me abraçou enquanto eu nunca conseguia parar de chorar.

— Eu lamento senhorita, foi culpa minha, nunca deveria ter insistido para vir, peço desculpas.

— Não se culpe, ela que é uma mulher amarga. — disse em meio as lágrimas.

— Tem toda razão. — continuou me abraçando até que eu me acalmasse e me sentisse disputa.

— Desculpa pela vergonha que causei. — falei sem olhar para ele.

— Tudo bem, ela que foi o problema.

Entramos e ele fez questão de me acompanhar até a porta de meu quarto.

— Boa noite Evans, espero que consiga dormir depois da noite de hoje.

— Obrigada. Boa noite.

Fechei a porta e me troquei para dormir, foi um alivio tirar aquela roupa, estava-me sufocando e fui um alívio pode respirar normalmente outra vez.

Deitei e fiquei a encarar o teto lembrando do que aconteceu e é claro que as lágrimas vieram junto para me fazer companhia na solidão da noite.

Em parte, ela tinha razão, chega de mentir Lucy, estou apaixonada por Watson e nunca terei chance com ele. Mas como não se apaixonar? A maneira como me olha e se preocupa comigo meche comigo. Watson: o senhor até pode-me considerar como amiga, mas não isso o que realmente quero. Quero o senhor. Aquele beijo na testa, aquele olhar de preocupação, a maneira como secou minhas lagrimas e o abraço só me iludem ainda mais a sonhar com uma chance, ou até algo mais como um beijo.

Não voltarei a pisar num salão de baile novamente, sei que fiquei de ajudar Watson, no entanto não vejo como o humilhando como fiz hoje, meu lugar e na cozinha ou em alguma cômodo da casa limpando as sujeiras acumuladas, e outra sou louca por ele, mulher nenhuma seria adequada a eles aos meus olhos porque quero ser essa mulher.

Deixei as lágrimas me consumirem até o cansaço me conseguir-me dominar e reverter a situação, não sei como, mas consegui dormir e acordar com o sol na minha cara.

Segredos e Paixões (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora