Entendeu porque você é tão especial?

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Enquanto Teresa tirava meu sangue com uma agulha, eu desviei o olhar para uma enorme janela que tinha naquela sala. Lembrei do dia em que Gally nos levou para espionar a cidade por meio de um telescópio. Tínhamos visto Teresa bem nessa sala.

-Para quem foi socorrista eu não imaginava que você teria medo de agulhas – ela disse rindo e eu a acompanhei.

-Só não é uma sensação boa – eu disse recolhendo meu braço assim que acabou.

Teresa pegou o frasco de sangue e ficou o encarando por um tempo. Queria saber o que ela estava pensando naquele exato momento, já que ela encarava o mesmo com uma mistura de admiração e medo.

Mas ela pareceu cair na real e saiu de seu transe, correndo para trás de uma bancada com pressa e começando a fazer seja lá o que ela fazia com tudo aquilo.

-Qual é o seu plano com isso? – eu perguntei sentando em uma cadeira na sua frente.

-Durante esses meses que estive no CRUEL – ela começou a dizer sem olhar para mim – Tive a oportunidade de fazer uns experimentos. Meu objetivo era apenas me aproximar de tudo isso aqui, mas acabei me interessando muito mais.

-Com o que?

-Há uma série de pesquisa para controlar o fulgor, nenhuma delas deu certo até agora, mas houve um avanço.

-É isso que estão fazendo com Minho?

Teresa travou por um momento, entrando em um transe mais uma vez. Passou-se uns segundos e ela voltou ao normal.

-Admito que não foi a melhor forma – ela disse devagar e me encarou – Mas houve avanços.

-O que vocês fizeram com ele? – eu perguntei um tanto quanto rude.

Imaginar que ela tenha machucado meu amigo fazia uma raiva crescer dentro de mim. Há meios para conseguir o que se quer. E mesmo que isso venha a ter muitos resultados bons no futuro, não justifica machucar um amigo.

Teresa ficou calada, só confirmando o que eu imaginava.

Levantei da cadeira rápido, já indo até a porta.

-Emily, espera! – Teresa disse parando o que estava fazendo e se aproximando – Você não pode sair daqui! É perigoso.

-E deixar meus amigos lá fora não é? – eu disse brava – Preciso ir atrás deles e ajudar.

-Você está ajudando! Olha, me escuta: – ela disse segurando minha mão – Confie em mim!

Fechei meus olhos com suas palavras.

-Eu já tentei fazer isso mais de uma vez... – eu disse com a voz fraca, minha raiva estava passando.

-Então tente mais uma – ela disse me puxando para de volta da bancada – Os resultados com Minho foram surpreendentes, mas não deram certo. E depois de olhar a ficha de Thomas, eu cheguei à conclusão que com ele daria.

-Por que você pensa nisso?

-Porque há uma série de testes que fizeram conosco desde crianças. E tudo indica que Thomas é a pessoa certa.

-Você acha certo o que fizeram com Minho? O que fizeram com a gente? No labirinto? Esse tempo todo!

-Quando eu penso em mim mesma, não acho certo – ela disse voltando a mexer no sangue – Mas pensar que isso talvez venha a ajudar muito mais pessoa...

-E porque você acha que meu sangue dará certo?

-Porque vocês são irmãos! Há uma chance de seus sangues serem quase 95% iguais.

A garota da clareira (Maze Runner)Onde histórias criam vida. Descubra agora