Eles controlam o sol agora?

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A ideia de finalmente sair da clareira me assombrou por um momento. Eu não sabia o que nos esperava do lado de fora e, pelo o que Alby e Gally tentavam dizer, não era coisa boa. Porém com os ataques dos verdugos se aproximando, não poderíamos ficar mais naquele lugar.

Newt mandou todos pegarem a maior quantidade de suprimentos que conseguirem carregar. Minho estava observando mais uma vez os mapas. Chuck estava andando de um lado para o outro e Thomas conversava com Teresa. Queria saber o que os dois falavam, mas achei melhor dar um pouco de privacidade para eles.

-Onde vocês pensam que vão? – Gally disse aparecendo do nada.

Suspirei com aquilo. A última coisa que eu queria fazer era brigar com esse cara.

-Nós vamos embora daqui – Thomas disse aparecendo – Você pode vir com a gente.

Gally começou a rir.

-Não podemos sair daqui Fedelho – ele estava bem bravo – Vocês não sabem o que nos espera lá fora!

-Mas aqui dentro não podemos mais ficar, desculpa Gally – Thomas disse.

-Não vou deixar – Gally disse e partiu para cima de Thomas.

Os dois rolaram pelo chão se batendo. Acho que agora a regra de ser expulso da clareira não se aplica mais. Vi Minho sair correndo e tentar separar os dois. Caçarola também se juntos e, depois de um tempo, eles conseguiram segurar Gally.

-Vocês não podem sair! – Gally gritava desesperado.

Fiquei com um pouco de dó dele. Ele estava com medo. Um medo diferente, mas era medo. Minho e Caçarola apontaram uma lança para Gally, impedindo que ele tentasse fazer mais alguma coisa.

-Acho que está na hora de irmos – Newt apareceu olhando para o céu.

Ainda não tinha escurecido, tínhamos um tempo antes que mais verdugos aparecessem.

-Já passou da hora de anoitecer – Newt continuou – O sol não foi embora.

Demorei para entender o que ele estava querendo dizer. Fazia um tempo mesmo que o sol ainda estava no céu, mas o dia foi tão corrido que nem tinha reparado nisso.

-Eles controlam o sol agora? – Teresa disse confusa. Ri um pouco com aquilo. Não sei mais o que esperar desses criadores.

-Precisamos ir – Newt disse e começou a organizar os clareanos.

-Gally, você pode vir com a gente – Thomas disse – Os verdugos vão atacar aqui! Você pode morrer!

Gally apenas olhava para o nada, sem expressão. Ficamos encarando ele por um tempo, mas ele não disse nada.

-Sinto muito Gally – eu disse olhando bem nos seus olhos.

Com isso, todos os clareanos se reuniram em um canto. Tínhamos lanças, facas, água, comida e alguns curativos. Todos estavam com medo e com razão. Eu estava com medo.

-Precisamos agir rápido – Thomas disse – Todos precisam ficar juntos, unidos. Vamos seguir Minho até o penhasco. Caso alguém vir um verdugo, avisem! Caso um apareça, lutem! Vamos ajudar uns aos outros. Enquanto isso, eu, Chuck e Teresa damos um jeito no penhasco com as palavras que descobrimos.

Todos concordaram com o plano e seguraram suas lanças com força. Alguns não sabia como segurar uma e eu senti uma pontada no coração com medo de perdemos alguém.

-Vamos! – Thomas disse entrando no labirinto e todos seguimos ele.

Enquanto corríamos pelos corredores do labirinto, vi Newt ficar bem tenso ao meu lado. A situação era bem complicada para ele: voltar em um lugar que ele tanto odeia e ainda ser responsável por todos. Segurei a mão dele tentando transmitir confiança. Ele apertou minha mão com força.

A garota da clareira (Maze Runner)Onde histórias criam vida. Descubra agora